Happiness. Again!
Pela manhã, escola. Só aulas boas, me interessei por todas. Destaque para as duas de Geografia, não só porque eu amo essa matéria, mas porque o professor é muito bom, explicou a matéria de um jeito que até os 'tapados das Exatas' entenderam.
À tarde, festival Decibélica. Rock alternativo ("Alternativo a quê?" - "Oras, alternativo às bandas de rock, digamos, 'normais'. As bandas alternativas, além de mesclarem vários estilos de rock, fazem um som não necessariamente comercial e radiofônico, se dedicam ao rock por amor à arte."), e de graça! Cheguei lá pelas 16h com um amigo meu (o Gino), mas, como é de praxe em Goiânia, atrasou, só começando às 17h30. Como diria um presidente da Working Designs (não me lembro do nome dele), "Atrasos são provisórios, mas a mediocridade é eterna!".
Hoje, no entanto, tive até alguns motivos para me orgulhar da minha cidade. Acho peculiar o jeito com o qual o rock é lidado aqui. Não há aquela arrogância e pretensão do público roqueiro do Sul e do Sudeste - pelo contrário, os goianos parecem colocar a diversão e o 'do it yourself' como prioridades. Claro que o 'Goianiense way of life' pesa, portanto as pessoas daqui são bem descontraídas, às vezes até meio caipiras, mas é esse jeito serelepe que os torna peculiares. O rock 'n' roll por aqui não é uma entidade de "rebeldes sem causa", mas sim um estilo musical que vai tendo aceitação cada vez maior entre o público (alguns dizem que isso pode ser negativo, eu mesmo achava isso, mas depois do dia de hoje, revi meus conceitos - se rock ainda fosse ultra-underground em Gyn, seria um tédio!), e o local não ficou lotado simplesmente porque os shows eram gratuitos, mas também porque havia pessoas realmente interessadas em ver as bandas e 'fazer uma social' com outros fãs de rock.
A diversidade tribal era enorme - punks, emos, indies, metaleiros, góticos, Old-school rockers... e eu, hehe. Passei a maior parte do tempo conversando com o Gino, enquanto esperava as bandas realmente boas entre as 7 presentes. Até fui no shopping comprar uma Coca-Cola 600 mL (afinal, no barzinho do local só havia bebidas alcóolicas, que muito provavelmente foi a renda do festival, a quantidade de jovens e adultos bebendo cerveja - ou alguma coisa mais forte - era quase uma unanimidade. Quase, pois existe o Kaio.), e aproveitei para comprar um livro, "O Coração das Trevas", do Joseph Conrad. Parece ser ótimo, Coppola se inspirou em parte nessa obra para fazer o filme "Apocalypse Now".
Ah, e os shows bons vieram, sim - Johnny Suxxx and the Fucking Boys (glam rock com toques de indie, dançante ao extremo), Os Rockefellers (um rock mais pesado e bate-estaca, bem animado) e, principalmente, Réu e Condenado (na minha opinião, uma das melhores e mais divertidas bandas brasileiras dos últimos anos, o disco de estréia deles é impecável. O show foi perfeito, só tocaram as melhores; fiquei rouco de tanto cantar - gritando - as músicas!).
Cheguei em casa há menos de uma hora, com a sensação de que esse foi um dos dias mais bacanas do ano, senão o mais. Nem foi preciso otimismo da minha parte, pois a própria realidade se mostrou agradável e empolgante.