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Kaio

 

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27 dezembro 2006

Is there anybody here?

Hehe, só foi eu fazer aquele post do dia 20 que NENHUM psicólogo de plantão comentou no meu blog desde então. Ironical, huh?
Excetuando-se algumas (ótimas) pessoas que comentam esporadicamente (não preciso citar o nome delas porque acho que a carapuça vai servir), a maioria dos comentaristas do Racio Símio são pessoas extremamente simpáticas que adoram me dar conselhos e se escondem no anonimato porque têm medo de revelar a sua verdadeira face - fracassados que tentam minimizar a desgraça de suas vidas falando mal dos outros.
E não é só aqui no blog, em tudo que é lugar se encontram pessoas com essa falta de caráter. No ambiente escolar, por exemplo. Sempre existem aquelas garotas adoráveis que quando supostamente deveriam estar estudando em um (adivinha) grupo de estudos, estão fofocando e criticando a vida alheia - às vezes nem por inveja, mas sim por baixa auto-estima. Isso sem falar nas revistas de celebridades (?!), que vendem bem à custa de mentes inferiores que acham suas vidas tão desprezíveis que o affair relâmpago de fulana com sicrano é bem mais interessante.

Eu, no entanto, não vou pagar de moralista e criticar os meus críticos (nossa, essa foi péssima). Prefiro ser mais kaionístico - continuem comentando, sinto falta das risadas que eu dava ao ler suas abobrinhas. Vocês não imaginam o quanto era divertido abrir a caixa de comentários e me deparar com anônimos (ou semi-anônimos) jurando que sabem mais da minha vida do que eu. Só faltava aparecer um freudiano falar que eu desenvolvi um trauma na minha fase anal.

Bem, já que meu blog é um dos menos lidos do Brasil (o que não o impede de ser um dos mais cool, é claro), eu me sinto no absoluto direito de falar banalidades. Ainda bem que eu não sou famoso e, portanto, não preciso ser "acessível e sempre divertido e atraente" como os blogueiros pop, que recebem uns 20, 30 comments diários. Sinto pena deles, porque se existe algo pior do que a crítica é o elogio. Deve ser um tédio pra eles ver aquele tanto de pessoas vazias dizendo "Nossa, amei seu blog! Você é muito bacana, escreve bem! Vou ler aqui todo dia, já até te adicionei nos meus favoritos" ou concordando com tudinho que o sujeito publica no blog.
Nietzsche dizia ser um homem póstumo (e o desgraçado estava certo, porque, desde os nazistas até os indies, vários segmentos da sociedade se interessaram pela sua obra). Eu acho que nem isso eu vou ser. Não nego que estou à frente da minha época, mas isso não me fará ser reconhecido pelas gerações futuras. Tomara, pois eu, mesmo morto, odiaria saber que só me valorizariam depois que eu virasse pó.

Mesmo assim, não me sinto no direito de me comparar a um gênio, porque eu não tenho os meios para sê-lo. Primeiro porque eu não tenho nenhuma capacidade mental especial, como depressão, transtorno bipolar, epilepsia, hiperatividade ou superdotação. Nem sei se meu QI é alto, nunca fiz o teste. Sou mais puritano que muita gente religiosa por aí, portanto, não tenho drogas ou sexo pra estimular minha criatividade. Não tenho nenhum problema sério na minha vida que porventura me instigue a superar barreiras.
O que, afinal, me faz especial, diferente dos outros?
Justamente isso. "A importância de não ser importante".
Eu discuto política sem precisar beber ou me filiar a uma corrente partidária e defendê-la até o fim. Não me encaixei nem na direita (por ser muito pragmática e arrogante) nem na esquerda (por ser muito hipócrita e risível).
Eu gosto de filosofia sem precisar de um 'mestre' pra me ensinar, tampouco problemas pessoais para me levar a ela.
Eu sou apaixonado por música e consegui organizar e definir meu gosto musical como se as bandas que eu curto fossem filhas que eu estou criando.
Eu não preciso querer ser estranho pra sê-lo. Acho absolutamente normal ser Kaio.
Eu não tenho uma família influente ou tradicional, fui desenvolvendo sozinho e de maneira quase autodidata a minha personalidade e gostos. Não nego, no entanto, que a liberdade de pensamento e o apoio que minha mãe me forneceu foi essencial para isso.
Eu tenho uma vida tão pacata que coisas que para mim soam como 'momentos decisivos de minha existência' ou 'coisas radicais' que eu fiz parecem nada para outras pessoas. Isso é ótimo, odiaria levar uma vida tão extrema ao ponto de esquecer dos pequenos detalhes.

Enfim, eu me amo. Falar de mim mesmo é quase orgásmico. Claro que eu adoraria que existisse uma garota pela qual eu pudesse desenvolver um amor tão ou mais forte do que o que eu sinto por Kaio, mas já que ela não existe no mundo real, passou a existir no ideal. O nome dela é Júlia, e eu a criei através dos últimos, hum, 6 anos. É como se ela fosse meu 'padrão' - todas as 3 garotas que até hoje mais se aproximaram (ou menos se distanciaram) da perfeição da Júlia foram justamente as 3 pelas quais eu me apaixonei. Vários fatores pesaram para que meu coração batesse forte nessas três oportunidades:
- No campo do intelecto, o fato do gosto pra música e literatura ser bem parecido foi essencial.
- No campo da fantasia, 2 das 3 eram um pouco mais velhas que eu. Não nego que tenho uma queda por 'older girls', hehe.
- No campo sentimental, eu adorava conversar com as três, me sentia confortável na presença delas.
Obviamente, as 3 paixões não foram concretizadas, e, além da "não-reciprocidade do sentimento", as diferenças na personalidade contribuíram para o malogro. A primeira, porque era muito esnobe e metida a popular. A segunda, porque era muito junkie. E a terceira, porque era muito inconstante. E eu não me afinizo com isso. Posso ser horrível em muitas coisas, mas eu não sou metido a pop, junkie e tampouco inconstante. Conseqüentemente, a Júlia, como minha 'soulmate', também não é.

Ah, pronto. Termina aqui mais um post idiossincrático. (Ouvindo "Something in the way", Nirvana. Após várias maratonas musicais nessa semana, incluindo Garbage, The Prodigy, Depeche Mode, Legião Urbana, Franz Ferdinand, Muse e The Cure, chegou a vez dos rapazes do garage rock mais bem feito dos anos 90). Boa noite para vocês, criaturas noturnas das trevas melancólicas de um mundo soturno e sombrio. Ou "shiny happy people", tanto faz.

 

Comentários:

 

 

É a vida... Mas em qual desses perfis de amigo eu me encaixo? Soturna ou Happy?

Huhauhaua


Voce começa atirando para todos os lados desde a primeira linha do seu post!Caramba!Isso é notavel.(dispense essa parte*)
Ta.
Se voce não gosta que as pessoas o bajulem, não vou ficar gastando todas essas linhas imprestáveis do meu comentário para dizer que acessei três dos teus blogs, e em todos eles a leitura foi "fluindo", quando percebi ja estava lendo o terceiro mês de um mesmo blog.
Não. Voce não me conhece, (também isso não tem importância ja que voce mora em um estado e eu em outro.Por isso,nem precisa achar que é algum amigo seu chato querendo te irritar).
Desculpe por algum erro de gramática que eu possa ter cometido desde o início, e mesmo voce aparentemente não querendo ler isso, mesmo assim eu digo:Sim- teus posts são interessantes e bem escritos.
E não, eu não estou te cantando.
Eu vou continuar lendo teus posts,(não preciso de autorização não é?!)
Eu "tenho" um blog,porém, não tem nada escrito!
Talvez pelo fato que nessas férias eu me divirta mais lendo alguns (como o seu), e não criando o meu.
Ah!Vou parar por aqui,pois não tem sentido continuar escrevendo mesmo tendo vontade de comentar o resto que eu iria te dizer, mas o post vai ficar muito grande e voce ja deve estar me achando uma maluca.
(SP)


Maluca? Você? Que nada... maluco sou eu que entrei 2 da manhã só pra ver se alguém tinha comentado... e achei o seu comment, hehe.
Além do mais, você não me elogiou, e sim fez uma 'resenha positiva' do blog. Obrigado. =D
Ah, no próximo comentário deixe do seu MSN, você parece ser legal. E não, eu não estou te cantando. =)


Corrigindo: "deixe o seu MSN"

Sim, pra te provar mais uma vez que sou eu o maluco, me bateu uma nostalgia e estou há 50 minutos lendo posts meus desse mês, e fui fazer essa correção pra 'encerrar' minha noite e ir dormir.


Vou fazer uma proposta.
Passo mais um dia lendo seu flog e se achar que não perderá a graça le-lo sem trocar uma palavra sequer com voce, deixo meu msn.
Eu não sou má,é só para completar a sua resposta.
Boa Noite então!


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