Golpe?
O governo do Lula não trouxe nada de novo. Repetiu a administração social-democrática da economia e da área social feita pelo PSDB, com pouquíssimas diferenças - enquanto os tucanos não eram insensíveis às privatizações e não eram (muito) populistas, os petistas negaram qualquer atitude que diminuísse o tamanho do Estado e fomentaram essa atitude com toneladas de programas assistencialistas, que também não são novidade em nosso país. Afinal, pra quê pescar, se o peixe é de graça?
A direita está cada vez mais utópica. Os conservadores apelaram para as conspirações e a exaltação de símbolos podres de nosso passado político. Os liberais acreditam em um ilusório Brasil de Estado-mínimo, racionalização administrativa, desburocratização e livre mercado, que, a curto e médio prazo (e infelizmente, na minha opinião), está bem longe de existir.
A esquerda está, como era de se esperar, dividida. Um lado "deu certo" com o governo do PT, que fez reformas realistas (pros padrões esquerdistas), e continua apostando nessa máquina administrativa que, falcatruas e esquemas à parte, têm grandes chances de continuar no poder por mais 4 anos graças ao culto de personalidade feito em Lula, que, inegavelmente, é muito carismático. A outra parte dos 'canhotos' aposta na utopia risível do "dia em que o sol nascerá vermelho", através de protestos ridículos, professores comunistas domesticando alunos manipuláveis, panfletagem ideológica que só engana aos de mente curta, etc.
Repito o que disse no início - não tenho boas expectativas quanto ao futuro do Brasil. Assim como sempre ocorreu, esse escândalo será abafado, e tantos outros virão e terão o mesmo destino. Não há chance alguma de revolução ou golpe enquanto não houver uma plena conjuntura para isso.