Try, try, try and you'll always come to this conclusion...
Meus ex-colegas de 8ª série me convidaram para ir a um jantar-reunião com eles amanhã, em uma pizzaria. Eu vou, mas já cético de que resultará em algo bacana. Mesmo assim, tentarei fazer o possível (o impossível) para que essa tentativa de sociabilização dê certo. Assim, pelo menos, caso falhar, eu poderei dizer "Eu tentei, eu tentei".
Falarei hoje sobre meus três 'enlatados americanos' favoritos.
1. Seinfeld é perfeito. Se eu fosse escolher a melhor comédia televisiva de todos os tempos, meu voto não seria outro. Nem nas ótimas Friends, M.A.S.H., Will and Grace ou mesmo Sex and the City - é em Seinfeld que temos os personagens mais carismáticos e cativantes e o melhor roteiro: nunca alguém conseguiu fazer melhor um programa sobre o nada.
Jerry é metrossexual, maníaco por limpeza, sarcástico, fanático pelo Super Homem, reacionário e detentor de uma vida amorosa fracassada - não foram poucas as namoradas que ele teve durante a série, e nenhum desses relacionamentos durou muito.
Elaine é cruel, falsa, muito atrapalhada, cheia de idiossincrasias e, acima de tudo, desajustada, comprovando o ponto de vista machista (mas nem por isso menos engraçado) da série.
George é o típico loser - mentiroso (muito, aliás), fracassado, paranóico, complexado (afinal, é baixinho, gordo e careca) e tem uma sexualidade duvidosa, já que nunca se dá bem com as mulheres, é obcecado pelo Hollyfield e trata os amigos homens quase como namorados.
Kramer é simplesmente O CARA. Esquisito ao extremo, louco, faz sucesso com o sexo feminino graças à sua extroversão, excêntrico e com um estilo de vida bem alternativo, já que ignora o mundo yuppie/globalizado, preferindo viver de bicos e trabalhos temporários. Cheio de frases hilárias ("These pretzels are making me thirsty!") e idéias malucas (sutiã para homens, livro que vira mesa, comprar um quilômetro de uma rodovia, etc), ele alegra qualquer um.
Os coadjuvantes são outro destaque da série - quem se esquecerá do Nazista da Sopa, do menino bolha, do advogado maluco e marqueteiro, do carteiro Newman, do tio Leo, entre outros?
Leia aqui um post que eu fiz sobre Seinfeld nos primórdios do blog.
2. Adoro a escrachada Married... With Children. Tão politicamente incorreta como Seinfeld, ela também tem um elenco fantástico.
Al Bundy é um chefe de família entediado, desanimado, fanático por futebol americano, vendedor de sapatos e absolutamente normal (portanto, louco), funcionando como perfeita crítica social. Suas frases são sensacionais - "Só é trapaça quando se é pego", "Fique parada, Peggy - acho que vi um peito", "Se eu quisesse que você soubesse o que estava pensando, eu falaria com você", "Mulheres bonitas nos fazem comprar cerveja, mulheres feias nos fazem beber"...
Peggy é sua esposa. Talvez haja uma palavra perfeita para descrevê-la: perua. Seja nas roupas, no cabelo, nos hobbies ou na personalidade, em tudo ela é uma.
Kelly é a filha loira-burra. Impossível não rir de sua ingenuidade estereotipada. "Bud, eu vou te matar, e depois vou te enterrar vivo!"
Bud é o filho ovelha-negra. Um fiasco com as mulheres, em todos os sentidos. Sempre acontece algo errado que o impede ter ter êxito nessa sua "tarefa".
Destaque para os vizinhos Jefferson e Darcy e também para o personagem mais inteligente de todos - o cão Buck...
3. Agora, um drama - Dawson's Creek. Adoro essa série, considerada por muitos muito melancólica e deprê, mas nem por isso deixa de ser linda. Trama bem construída, vários conflitos, seis ótimas temporadas. Marcante na vida de qualquer um que já assistiu, ela sempre dá uma sensação de nostalgia e lembranças de desilusões amorosas do passado.
Dawson, cinéfilo de carteirinha, é o "eterno amigo" de Joey, a doce, porém irônica "garota pobre, pobre garota". Pacey, às vezes, é imaturo e precipitado, mas sempre foi um cara determinado. Já Jen é a sarcástica e problemática. Seu melhor amigo é o sereno Jack, homossexual assumido.
Dawson's Creek consegue mexer com as emoções de seus telespectadores - é impossível não se emocionar, chorar, refletir ou mesmo rir com os episódios. Ela consegue fugir de todos os clichês que povoam o gênero dos seriados teens, e fala de um jeito muito interessante de coisas que poderiam acontecer a qualquer um de nós, em nossas adolescências.
Leia aqui a resenha que eu fiz do último episódio.