[Meu Facebook] [Meu Last.FM] [Meu Twitter]


 

 

Kaio

 

Veja meu perfil completo

 

 

 

 

02 julho 2006

Política e futebol

1. Acabou o prazo para que os candidatos lançassem suas candidaturas. Entre os presidenciáveis, os únicos realmente expressivos são Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT).
Não vou poder votar porque fiz 16 anos meses depois do fim do prazo para tirar o título de eleitor, mas isso não faz diferença, pois eu vou poder dar minhas opiniões políticas sem ser panfletário ou algo do gênero.
Cristovam, além de ser meu candidato predileto, é um dos poucos esquerdistas tupiniquins que eu respeito. Quando governador do DF (1995-1998), ele acabou com o monopólio das companhias de ônibus (atualmente, são 10 atuantes no Distrito Federal), investiu bastante na educação e demonstrou-se bastante sensível a reformas progressistas e serenas. Perdeu para Roriz porque este tinha mais carisma e paternalismo, e, infelizmente, qualquer povo sucumbe a isso (se bem que a eleição foi bem apertada, com diferença de menos de 1 ponto separando os dois no segundo turno). Quando ministro da Educação, teve sua atuação anulada por Lula, que o demitiu sem razão aparente após apenas um ano no cargo. Pouco depois, ele se cansou da hipocrisia petista e mudou-se para o PDT. Felizmente, isso não indica uma identificação dele com o brizolismo, mas sim com uma esquerda menos megalomaníaca e mais realista que o PT.
2. Em Goiás, a disputa será entre Alcides Rodrigues (PP, com apoio do PSDB do atual governador, Marconi Perillo), Maguito Vilela (PMDB, ex-governador e líder das pesquisas), Demóstenes Torres (PFL, senador e metido a moralista), Barbosa Neto (PSB, tendo na chapa o PT), Elias Vaz (PSOL, um dos mais idiotas esquerdistas de Goiás) e Walter Souto (PHS, candidato a lanterninha).
3. Portugal e Inglaterra fizeram um jogo bem equlibrado como eu já previa, mas não necessariamente emocionante. Nas cobranças de pênalti, quem fez a diferença foi Ricardo, goleiro português, que defendeu 3 e garantiu a classificação de seu país. A equipe de Felipão conseguiu chegar mais longe do que se esperava, mas eu tenho lá minhas dúvidas se apenas garra e auto-estima farão de uma seleção apenas razoável como a lusitana, campeã do mundo.
Eles farão a semifinal com a França, que dominou o Brasil, que conseguir ser ainda pior do que nas quatro partidas anteriores, provando para quem quisesse ver que o "futebol de resultados" das quatro primeiras partidas da seleção tupiniquim só funcionaria contra seleções fracas, mas não contra uma das potências do futebol mundial. A equipe não precisava fazer futebol-arte, mas apenas demonstrar disciplina tática como a Itália ou coletividade como a Alemanha, e não mais do que isso. O triunfo francês por 1 a 0 só não foi maior porque três jogadores se salvaram do fiasco geral - Dida, Lúcio e Juan.
Admito que torci o jogo inteiro pela vitória dos franceses, que jogaram com muito mais empenho do que nós. Corri risco de vida quando comemorei o gol de Henry em meio a dezenas de pessoas (assisti ao jogo com um pessoal), mas não me importei de ter aprovado quem jogou melhor, e não quem simplesmente ganhou.
4. Sobre a 'perda da única alegria do brasileiro': Um povo sem um mínimo de vontade política, capacidade de lutar pelos seus direitos, passividade, alienação e comodismo como o nosso não merece alegrias. Prefiro que os brasileiros (inclusive eu) continuem sofrendo com essa Copa do que comemorando uma vitória irreal, que não mudará o país, afinal futebol, por mais emoções que envolva, é só um esporte de massas.
Nosso povo não têm força sequer para exigir melhoras na qualidade de vida - basta que um populista como Lula monte programas assistencialistas que a grande maioria da classe baixa se conforme e vote nele novamente. Não há politização aqui, e muito menos gente interessada em fazê-la sem distorções. Somos um país sem futuro, e nem eu, nem você podemos realmente mudar isso. Somos mais uma "geração perdida", iludida por falsas promessas de melhora.
Assim que eu puder, vou embora do Brasil, não aguento viver em um país medíocre e incapaz de reagir perante os fracassos como o nosso (ao própria Copa nos mostrou isso - enquanto a torcida alemã continuou até o fim empolgada, e conseguiu dar ânimo para a equipe, a nossa permaneceu calada, e se limitou a xingar o Parreira, com a velha hipocrisia de que 'a culpa é sempre do técnico', e nunca dos jogadores ou dela própria, que superestimou e endeusou a equipe).

 

Comentários:

 

 

[ << Home]