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Kaio

 

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11 julho 2006

Shine On You Crazy Diamond!

1. Nota fúnebre - faleceu Syd Barrett (1946-2006), um dos fundadores da maior banda de Rock Progressivo do século XX, o Pink Floyd. Ele foi um gênio da música contemporânea, e suas composições eram recheadas de letras viajantes e uma atmosfera sonora única. O primeiro disco da banda prova isso, com canções como "Astronomy Domine", "Bike" e "Interstellar Overdrive". Ele também teve alguma participação no álbum seguinte, Saucerful of Secrets, compondo "Jugband Blues" e tocando em "See Saw" e "Remember a Day". Seus problemas com as drogas acabaram o levando à ruína, e ele teve de sair da banda. Waters disse certa vez que "seria impossível o Pink Floyd começar sem ele, mas também seria impossível continuar com ele".
Após esse ocorrido, o Pink Floyd mergulhou em um período de instabilidade, mas pôde concretizar a sua fase Space Rock (70-73) com grande êxito, com os LPs Atom Heart Mother, Meddle e a obra-prima Dark Side of the Moon (aliás, este tem na música "Brain Damage" uma referência bem sutil a Syd, no verso "The lunatic is on the grass"). A banda lançou, em 1975, Wish You Were Here, um dos seus melhores álbuns, e uma verdadeira homenagem ao ex-líder do Pink Floyd, explícita em "Shine On You Crazy Diamond" e na faixa-título. Há também quem diga que o personagem criado em The Wall, caracterizado pela fama insustentável e o isolamento, seja uma mistura de Roger Waters com o próprio 'diamante louco'.
Syd Barrett entrou em uma viagem sem volta com o LSD. Tanto que sua loucura chegou a um estágio insustentável, e ele teve de passar as últimas três décadas de sua vida morando com a mãe, na completa reclusão, e se dedicando apenas à jardinagem e a assistir televisão. Sua ascensão e queda viraram uma das maiores lendas do Rock. É inegável a importância dele para o underground do final da década de 1960. David Bowie e Marc Bolan são alguns dos confessos influenciados.
Segundo a imprensa, a diabetes é o provável motivo da morte de Syd, mas nada está confirmado até agora. Só nos resta agora dizer adeus a esse grande músico...

2. Promessa é dívida, e hoje de manhã eu assisti ao filme Trainspotting.
Gostei muito do que vi. As atuações foram fantásticas, destacando-se a de Ewan McGregor (não por acaso, foi Trainspotting que o "revelou"). O roteiro é bem escrito e bem executado. O enredo é um forte retrato da decadência da juventude dos anos 90, que deixa explícito que não querem ter objetivos de vida e não têm a intenção se preocupar com coisas rotineiras. "Faça suas escolhas, mas para quê optar?", como diz o leading do DVD. A heroína acaba sendo a solução para todos os problemas - depressão, desilusão, dor, fracassos amorosos, tédio...
Renton (McGregor) está disposto a abandonar o vício, mas encontrará vários obstáculos em seu caminho. Também são retratadas as suas relações com a família (seus pais acham que ele não tem rumo, mas mesmo assim o amam) e amigos, como o oportunista Sick Boy (Jonny Lee Miller), o temperamental Begbie (Robert Carlyle), o atrapalhado Spud (Ewen Bremner) e sua namorada menor de idade, Diane (Kelly MacDonald).
Trainspotting relata bem as sensações do usuário de heroína, mas não tenta ser verossimilhante quanto às chances de recuperação do viciado em algumas passagens; talvez ele tente passar uma idéia de que é fácil largar as drogas, ou faça uma ironia e sátira à realidade - creio eu que seja a segunda opção.
A trilha sonora é um dos maiores destaques, sempre com a música certa na hora certa. "Lust For Life" (Iggy Pop), "Sing" (Blur), "Trainspotting" (Primal Scream), "Temptation" (New Order) e "Perfect Day" (Lou Reed) são algumas das que tocam no filme.
Recomendo bastante o filme. Só uma ressalva - tenha estômago para algumas cenas...

 

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