Violently happy?
Sábado á noite eu estava extremamente feliz, em um festival de rock no Martim Cererê, conversando com vários amigos. Rolaram até papos existencialistas. Sartre ficaria orgulhoso. Houve até um momento típico de filme cult, quando eu liguei meu discman, e botei a música "Marquee Moon", do Television, e comecei a observar uma árvore. Cheguei até a ter uma reflexão do tipo "a beleza está nas coisas simples".
Contudo, no domingo veio a decadência. Um almoço em família patético, no qual eu tive de recorrer ao isolamento social para não ter de aturar aquela gente.
Mais tarde, entrei na internet e fiquei até às 1h30. Não foi uma boa idéia, apesar dos papos bacanas que eu tive com alguns contatos. Do nada, tive a idéia de reler uns posts antigos do meu blog. E fiquei perplexo - como os meus textos eram horríveis. Não do ponto de vista gramatical ou de concordância, mas sim no conteúdo: egomania, paixões cegas, imbecilidades, surtos de arrogância, promessas não cumpridas. Me senti triste. Tanto que nem consegui dormir.
Eram três horas da manhã, quando eu decidi ouvir Joy Division no meu discman. Escutei alguns singles e o disco Closer. Dizem que ele é o segundo álbum mais triste da história (só perdendo pro Sister Lovers, do Big Star), e não é nem um pouco recomendado para momentos, digamos, deprê. Engraçado que comigo foi o contrário. Apesar da melancolia de canções como The Eternal, Love Will Tear Us Apart, Atmosphere e Twenty Four Hours, algumas músicas da banda até melhoraram meu humor, como Incubation, These Days, Decades e, claro, minha favorita - Isolation.
70 minutos depois, eu troquei de CD - coloquei uma coletânea que eu fiz da primeira fase dos Smiths, de 82 a 85. Com o som deles, eu consegui terminar de me acalmar. Tanto que até cochilei por uns trinta minutos, e acordei com tempo sobrando para me arrumar para a escola.
Nas aulas, o discman novamente foi útil, aliado a alguns livros que eu trouxe. Tudo para tentar esquecer a chatice das aulas de Química, Biologia e Física. Para minha surpresa, os professores foram até tolerantes. Talvez porque eu prestei um pouco de atenção na aula, e isso poderia ser um... álibi.
Hoje, no período vespertino, novamente recorri ao PC, fazendo as mesmas coisas de sempre: orkut, MSN, blog, eMule e leitura de textos de cunho político ou filosófico (falando nisso, acho que vou fazer um texto comentando o cenário para as eleições presidenciais). Mas o importante é que eu já me sinto melhor. Acho que amanhã vai ser um dia mais alegre, até porque eu vou ter algumas aulas de Humanas. Vou poder brigar com os professores marxistas, hehehe...