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Kaio

 

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29 agosto 2008

Uma Missão

Sinto cada vez mais o peso da minha responsabilidade. É uma empreitada da qual sei que já não posso mais fugir. Posso até falhar, contanto que isso não signifique desistir ou acovardar-me.
Sim, quero salvar a intelectualidade brasileira do século XXI, e ser um dos melhores expoentes dela nas próximas décadas.

Perdi o medo de me autoproclamar 'intelectual', assim como tive a inspiração que faltava para a decisão pelo meu empreendimento, através da minha atual leitura: "O Imbecil Coletivo: Atualidades Inculturais Brasileiras", de Olavo de Carvalho.
Descobri que não há nada de grandioso ou pretensioso em se considerar um 'intelectual', ainda mais em um país em que tal grupo não honra o ócio criativo de que dispõe. Assim como Stephen Dedalus (ou, quem sabe, o próprio Joyce) queria moldar, em sua própria alma, a consciência ainda não criada de seu povo, também estou disposto a seguir tal trilha.

É claro que obstáculos não me faltam. Para início de conversa, minha linha de pensamento na política é utópica perante a realidade brasileira. O libertarianismo exigiria uma sociedade muito mais complexa, sofisticada e auto-consciente do que a nossa (e a de vários outros países, aliás). Sei muito bem que sou uma pessoa excessivamente teórica, idealista e pouquíssimo pragmática, mas isso não é desculpa para deixar de lado a busca por tornar meus objetivos político-ideológicos e econômicos mais próximos do mundo real.
O mesmo pode ser dito da minha corrente filosófica (anfisismo), que ainda está incompleta e soa mais como uma compilação simplória de meu pensamento contemporâneo que algo realmente sistematizado e lógico. Além disso, há tempos que não produzo artigos nos quais me ponha a filosofar.
E o que dizer de minha escola literária, o egoperspectivismo, que ainda não consegue produzir textos instigantes? Continuo derrapando na capacidade de fazer minhas histórias terem um significado mais 'universal', assim como persisto em valorizar excessivamente a técnica e o uso de ferramentas narrativas, como se isso fosse o bastante. Aliás, li o comentário anônimo no post passado, e concordo com ele; até editei uns trechos daquela historinha, mas pelo visto não melhorou muita coisa...

Ou seja, em três vertentes (política, filosofia e literatura) apresento problemas. Pois bem, tanto pelo meio acadêmico (estudo e pesquisa na universidade, oras) quanto pelo autodidatismo preciso corrigir tais falhas. Time is running out, and I can't push it underground...

Voltando ao livro do Olavo, estou gostando bastante dele. Quebrei vários preconceitos que eu tinha em relação ao autor: ele não é o fanático cristão, homofóbico, reacionário, boçal etc. que seus desafetos propagam. "O Imbecil Coletivo" mostra um pensador sensato, 'escolástico' (ele utiliza muito bem a lógica em sua construção argumentativa), com grande bagagem cultural, sem medo de polemizar unanimidades e, é claro, com uma capacidade notável de juntar ironia com contundência sem cair no erro de alguns dos polemistas de direita desta década (Mainardi e Azevedo, principalmente), que é o de mais ofender que argumentar.
Não pensei que fosse concordar tanto com um conservador, mas o fato é que tal palavra causa uma impressão errada, afinal tal segmento ideológico pode desejar tantas mudanças e ser tão perspicaz em sua análise quanto os demais. Aliás, no Brasil, a maior parte da esquerda é bem menos reformista e ousada que seus oponentes ideológicos; enquanto estes querem modernização e evolução, aqueles querem sustentar privilégios e perpetuar o estatismo.
Claro que continuo mais próximo do libertarianismo que do liberalismo e do conservadorismo, justamente por querer ir além na defesa da liberdade individual, ter valores morais diferentes e ser menos 'realpolitik' que eles. Porém, em termos econômicos, os três segmentos estão bem próximos.
Comento mais sobre o livro em outra ocasião, mas posso adiantar que Olavo de Carvalho (pelo menos o dos anos 90, afinal o contemporâneo realmente anda meio perdido em 'teorias da conspiração') é mesmo um pensador brilhante.

Por último, publicarei aqui minha carta de intenções para concorrer ao cargo de assistente acadêmico da SINUS 2009. Minha primeira opção de comitê é a 5ª Assembléia Geral das Nações Unidas - Econômico e Financeiro" que discutirá "Políticas Macroeconômicas e Desenvolvimento". A segunda, a Corte Internacional de Justiça, sobre "Uruguai vs. Argentina: Papeleras". Por último, coloquei o Conselho Econômico e Social, que tratará de "Erradicação da Pobreza Extrema e da Fome: desafios no contexto da crise mundial de alimentos".
Como eles pediram para fosse um texto de cerca de 200 palavras, tentei ser conciso. Leiam:


"A SINUS 2009 poderá ser a minha terceira participação em simulações.

Na 1ª ocasião, em Junho de 2006, fui como delegado no PoliONU, realizado pelo Poliedro (São José dos Campos, SP). Representei a Alemanha na Organização Mundial do Comércio, cujo tema era Biopirataria.
No ano seguinte, fui novamente ao PoliONU, desta vez como professor conselheiro. Procurei priorizar minha análise na OMC, em que se discutiam Subsídios Agrícolas.

Tenho grande interesse pelas áreas de teoria política, economia política internacional e pensamento econômico. Durante o Ensino Médio, escrevi artigos em que tratava de tais tópicos, e alguns foram publicados em jornais de pequena circulação como o Correio Classe. Em Março de 2008, já na universidade, dei uma palestra sobre Internacionalização da Amazônia no Colégio Classe.

Sobre minha 1ª opção de comitê, devo dizer que fiquei interessado com a possibilidade de trabalhar com temáticas como Políticas Macroeconômicas. Questões como: a importância do combate à inflação e/ou ao desemprego estrutural, as práticas de austeridade e responsabilidade fiscal como garantias de estabilidade, o dilema entre abrir os mercados e buscar a eqüidade, assim como debates de pensamento econômico, como as diferenças doutrinárias das propostas liberais / monetaristas e keynesianas / intervencionistas, podem ser relevantes para o que se propõe no comitê. É, inclusive, uma boa ocasião para que eu lide com aspectos mais práticos de um assunto que pretendo pesquisar bastante em minha carreira acadêmica.
A Corte Internacional também me parece instigante, pois trata de mais um exemplo sul-americano de questões econômicas que tiveram conotação de desavenças político-ideológicas. Quanto ao Eco Soc, a crise de alimentos é um tema que promete discussões bem produtivas."

 

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