Alguma coisa sobre mim - parte 1
16 de Novembro: Diclassetadas
O evento de despedida dos terceiros anos superou as minhas expectativas. Após a serelepe bagunça que predominou nos dois anos anteriores, o colégio tomou algumas medidas para diminuir a anarquia: pela manhã, só o 3º ano poderia participar, e haveria as dicas propriamente ditas para o vestibular; já pela tarde, o pessoal das outras séries poderia entrar, predominando as homenagens, farras e discursos do corpo docente. Aliás, não foram apenas os professores e coordenadores que falaram para as massas, pois este que vos escreve também fez um, hã, pronunciamento. Tudo bem que, apesar de bonito, meu discurso ficou bem hipócrita, mas as pessoas gostaram bastante, talvez porque não falei rápido demais e consegui imprimir um tom de voz bem eloqüente e alto. Que bom, hehe.
Cumpri a minha promessa feita no Diclassetadas de 2005, e não chorei. Pelo contrário, dei muitas risadas e gargalhadas, mas não senti a necessidade de derramar lágrimas. Meus colegas, contudo, ficaram com a cara inchada de tanto chorar... Creio que sentirei saudade de uma meia dúzia de gatos-pingados, mas não fiz nenhum verdadeiro amigo no ensino médio; apenas manti alguns que conheci ainda no 1º grau. Modéstia à parte, mas aqueles que estudaram comigo no Colégio Classe continuarão a se lembrar de Kaio Felipe, uma criatura assaz histriônica e excêntrica, mas a recíproca não ocorrerá. Espero que na faculdade ocorra o contrário, e eu possa montar uma 'panelinha pequeno-burguesa', hehe.
Ah, eis uma frasezinha para eu me lembrar do Diclassetadas: “Eccentric guys like you never win. They will always prefer ordinary people”. Não tentem me perguntar o significado disso, isso é quase que uma piadinha (ou não) interna.
20 de Novembro: Ciências Ocultas
Na segunda passada, houve as aulas de ressaca após o domingo da prova da UFG. Não a fiz, mas isso não me impediu de ter de responder mais de 50 vezes à pergunta "Prestou na Federal, Kaio?" durante a última semana. O clima foi de depressão coletiva no colégio, com a maioria dos alunos sem tanta esperança de ter passado. Pelo que me disseram, a prova da UFG foi realmente difícil, em parte por certas questões mais bem elaboradas, em parte porque algumas ficaram bem ambíguos e com mais de duas alternativas possíveis.
Enfim, pelas próximas três semanas valerá a divisão das turmas por áreas - um antigo sonho meu, aliás. No primeiro dia, comecei a aproveitar esse sistema: peguei duas aulas de Texto na classe de Humanas e uma de Física na de Biológicas; nas restantes, fiquei na sala de estudos mesmo. Já na terça 20, peguei apenas duas aulas de Geopolítica, pois passei o resto do tempo ou estudando para o PAS ou preparando um ato que realizaria no último horário: uma aula de Ciências Ocultas para os desocupados.
Foi meio improvisado, mas pude falar sobre diversos tópicos, como satanismo e mensagens subliminares. A aula foi um sucesso: quase vinte alunos compareceram, e meu professor de Geopolítica topou aparecer como convidado especial, para comentar sobre algumas bandas de rock ligadas às idéias satanistas, como o Black Sabbath.
Na tarde daquele dia, preparei uma lista com textos e exercícios de vestibulares imaginários comentados (qualquer dia desses publico aqui no blog), visando à segunda aula. Infelizmente, não pude dá-la, porque um dos bedéis do colégio a censurou. Sim, ele disse que eu estava atrapalhando quem estava estudando na sala de estudos; mesmo assim, tenho certeza de que ele não notou que 90% (ou mais) dos que estavam em tal recinto estavam mais ocupados com conversas. Tsc, tsc... Isso me lembra de algo que eu li, mas isso é algo para falar no tópico de 21/11.