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Kaio

 

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01 julho 2006

Qual o problema de buscar conhecimento?

Fiquei surpreso (negativamente) quando duas amigas minhas me disseram (uma há algum tempo, a outra nessa semana) que eu não aceito desconhecer algo, que sempre que alguém fala sobre algo que eu não conheço, eu vou logo atrás. Parece que as pessoas consideram isso "arrogância e desejo de sempre ser melhor do que os outros".
E eu não consigo entender o porquê dessa má interpretação.
Cara, qual o problema de ir atrás de filmes, livros e bandas que eu nunca vi/li/ouvi? Eu sempre tive grande interesse em aumentar meu leque cultural, de não ficar preso e limitado a algo específico. Talvez seja mesmo uma curiosidade, herança da minha infância. Por exemplo, eu ainda não assisti a vários filmes clássicos, mas qual o problema de eu achar que o deveria? Será que isso soa tão mal assim, aparentando que eu quero vê-los só por ver, e não porque tenho vontade e real interesse?
É mais um motivo para que eu não confie nas pessoas. De qualquer maneira, me consideram extremista. Se eu digo que detesto um artista e odeio festas ou comemorações babacas, me chamam de "mau-humorado", "anti-social" e "autoritário". Se eu demonstro vontade em ler um determinado livro ou passar a escutar uma determinada banda, eu sou "pretensioso", "não tenho uma meta" e "não aceito o fato de não conhecer algo".
Isso, no entanto, não me incomoda. Eu estou sempre aberto a novas idéias, mas sei manter minha mente fechada a algo que não me agrade. Por exemplo, ao mesmo tempo que acho ridículos os indies que adoram se passar por vanguardistas, também não vou deixar de ouvir uma banda grunge só porque "fãs de post-punk não gostam de grunge".
Espero ter sido claro nessas minhas considerações. Que os outros me entendam melhor para saberem que eu sou intransigente e transigente ao mesmo tempo, como qualquer ser humano dotado de criticismo.

Bem, voltando aos assuntos tradicionais:
1. A Itália me surpreendeu (positivamente) e demonstrou uma disciplina tática magnífica contra a Ucrânia, combinando defesa compacta, marcação cerrada e um ataque discreto, porém oportunista. Nas poucas chances que a equipe teve para marcar gols, não as desperdiçou, e aniquilou os ucranianos por 3 a 0. Toni desencantou, Totti jogou bem, Buffon salvou várias vezes, Zambrotta fez um dos gols... enfim, a Azzurra "cruel e sanguessuga" mostrou que pode muito bem ganhar a Copa.
Ela enfrentará nas semifinais os alemães, que bateram os argentinos nos pênaltis. Eu bem que torci para que os hermanos vencessem (ao contrário da grande maioria dos meus colegas e a velha hipocrisia da rivalidade Brasil x Argentina), mas o Pekerman fez burradas imperdoáveis nas substituições, o goleiro Abbondanzieri se contundiu e o reserva Franco, francamente (perdão pelo trocadilho), era fraquinho, e o Sorín, na sua única falha no jogo, deixou tudo fácil para o Klose fazer o gol de empate. Para 'piorar', o Lehmann fez duas defesas na disputa de pênaltis, demonstrando muito sangue frio.
Hoje Inglaterra x Portugal farão uma partida bem equlibrada, e o Brasil terá de provar que realmente é a grande seleção desse Mundial contra a França, que vem tendo uma gradual evolução na Copa.
2. Terminei de ler Lolita no dia 28. A obra é fantástica. Nunca vi um livro com um protagonista tão cheio de idiossincrasias e auto-indulgência, inclusive sendo cínico ao admitir seus defeitos e crimes. Lolita é realmente a perfeita representante das ninfetas, com sua "inocência" e progressiva maculação durante o enredo. Nabokov abusou das descrições, que algumas vezes podem travar a leitura, mas são essenciais na criação da atmosfera, sempre explicitando o vouyerismo do pedófilo Humbert e as insinuações ora despretensiosas, ora intencionais da garotinha.
Minha parte preferida é justamente o diário que ele faz dos dias nos quais ficou na pensão de Charlotte, mãe de Lolita, e que por algum tempo foi sua esposa, quando ele começou a ficar completamente obcecado pela jovem.
Ele prova por A mais B que, no fundo, todos nós, coroas e ninfetinhas, homens e mulheres, somos uns pervertidos, por mais que vários consigam esconder isso com muito esforço (ou mesmo canalizar o desejo sexual em outras atividades, como esportes, videogames, música), embora a mente vá continuar suja... hahahahaha, Freud tinha lá alguma razão (por mais que Nabokov o ache um charlatão).

 

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