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Kaio

 

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17 setembro 2005

O Orkut como reflexo da sociedade

Aquele engenheiro turco que criou o Orkut jamais imaginaria que seu "projeto nas horas vagas" viraria coqueluche na net, especialmente no Brasil, país de 3/4 dos integrantes. Mas o sucesso não foi realmente surpreendente, já que o programa tinha todos os ingredientes para se dar bem - a construção do perfil é muito bacana, o usuário pode conhecer muitas pessoas (e até parceiros amorosos), a interação e a comunicação são maciças, etc.
Mas, vendo por outro lado, o Orkut é, como qualquer febre (seja ela virtual ou real), uma conseqüência dos valores da sociedade. Em um mundo globalizado, aonde a internet está lotada de pessoas solitárias, hipócritas e anti-sociais, era preciso algo que refletisse isso. Claro que o Orkut também está lotado da "pessoas legais, bacanas, com bom gostos"... mas de cada 10 que dizem isso em seus perfis, provavelmente 2 ou 3 realmente o são. Quem é popular e gente boa não estaria perdendo tempo no Orkut, não é mesmo?
De certa forma, ele também serve como uma distração para nós, pessoas ociosas que vivem procurando algo novo na rede. Encontrar e adicionar amigos, fazer uma descrição de si mesmo e, principalmente, entrar em comunidades, dá uma falsa sensação de felicidade e satisfação pessoal. Em contrapartida, o usuário fica mais alienado e menos sociável ainda, chegando ao ponto de preferir perder horas na Internet visitando comunidades sobre pessoas que não gostam de acordar cedo, que odeiam o cara das Casas Bahia ou que acham tal professor um gato do que sair com os amigos e encontrar pessoas REAIS.
Eu estou, até certo ponto, fazendo uma auto-crítica. Eu também sou um viciado em Orkut. Recebi o convite em janeiro, mas resisti sete meses, indiferente ao "fenômeno". Mas, por acaso, em agosto, um amigo me perguntou se eu tinha me cadastrado no Orkut. Eu disse que sim, mas que nunca tinha usado. Como eu não tinha nada melhor pra fazer no PC (olha o ócio!), resolvi ir no meu login e aceitar ele como contato virtual. Aproveitei para fazer meu perfil. Achei legal, e fui adicionando um pessoal. Aliás, poucas pessoas, já que eu não conto pra ninguém que tenho Orkut... vergonha? Não. É pra evitar contatos indesejáveis (pessoas que eu não considero amigas). Quando eu fui ver, estava criando comunidades!
O tempo que eu poderia gastar indo em shows ou no cinema estou perdendo com o Orkut e suas "possibilidades". Não só eu. Milhares de internautas também. E, juntos, formamos um mundo feliz. Mas virtual. Mas eu acho que, em pouco tempo, posso me livrar dessa praga. Acho que já fiz o perfil que mostre melhor como eu sou (ou seja, chato, arrogante, pretensioso, etc...), e já adicionei os meus amigos (dos 25, uns três são apenas colegas de escola e um é uma pessoa que eu mal conheci no chat do UOL, mas a maioria é amigo de verdade) e as comunidades até úteis (98% delas de bandas que eu curto ou relacionadas a política). Acho que cheguei a um ponto que o Orkut não tem mais nada a me oferecer. Mas há um problema - o que eu vou fazer de noite, já que passo ela inteira na internet, baixando músicas e fuçando em tudo que é lugar? Preciso me "desintoxicar" da Internet, urgentemente...

 

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