Em 7 de Março de 1983 o New Order lançou o single "Blue Monday", uma canção de 7 minutos e meio que revolucionaria a história da música pop, ao cruzar de forma ousada elementos do post-punk, da disco e da eletrônica. Foi a 1ª faixa da banda a alcançar o top 10 britânico (e as paradas mundiais), e se tornaria o single de 12 polegadas mais vendido de todos os tempos.
Uma das melhores definições que li sobre "Blue Monday" foi a de que ela seria uma espécie de "Gothic funk", no sentido de combinar a melancolia que já era característica do New Order (e, claro, do Joy Division) com "os enérgicos imperativos da música para pistas de dança movida por sequenciadores" (Uncut, nº 45, Fev/2001).
Desde a primeira vez que a ouvi, em Agosto de 2005, essa música me causou uma forte impressão. Eis três comentários que já fiz sobre ela ao longo desses anos:
1) O século 21 começou em 1983, com o lançamento do single "Blue Monday", do New Order. (...) Parece que realmente se estabeleceu uma nova ordem mundial, e a lei era dançar freneticamente. Se hoje a música eletrônica é popular como é, se as trances e raves são sucesso, muito, mas muito disso se deve a essa música. Na época, ela causou estranhamento e até repulsa, mas quem a ouvia era contagiado. Aquilo era algo completamente inovador, uma vanguarda musical. 22 anos depois, ela continua sendo surpreendente. (13/12/2005)
2) Com o suicídio de Ian em maio/1980, os três remanescentes [do Joy Division] chamaram a tecladista Gillian Gilbert e fundaram o New Order. Após um curto período em que buscaram uma direção musical, eles lançaram o single "Blue Monday" (83), que praticamente inaugurou o pop sintético, um dos adventos da música eletrônica. O sucesso da música foi gigantesco, e serviu como influência para muitos contemporâneos a eles, como Depeche Mode, Pet Shop Boys e Eurythmics. (15/5/2006)
3) "Blue Monday" (1983) é uma das músicas mais dançantes de todos os tempos, e foi um sucesso imediato nas paradas. Ao misturar influências de Donna Summer, Giorgio Moroder e Kraftwerk com uma letra repleta de ressentimento e um uso criativo dos sintetizadores, ela inspirou toda a música eletrônica posterior, desde o synthpop até o techno. "Blue Monday" ainda soa atual, tal como um clássico futurista. (17/8/2017)