28 fevereiro 2018
Hoje começo uma série de postagens no blog em que republicarei resenhas ou ensaios que escrevi no Facebook sobre discos aniversariantes desde 2013.
Nada melhor do que começar por um álbum que me marcou há cerca de 20 anos: War, do U2.
Em 1997, meu pai comprou um CD cuja capa era um garoto com testa franzida. Mal sabia eu que continuaria gostando deste álbum 16 anos depois...
Há trinta anos, em 28 de Fevereiro de 1983, o U2 lançava o seu melhor álbum, "War". É o último disco de estúdio da primeira fase da banda, que ainda teria o ótimo ao vivo "Under a Blood Red Sky", também de 83. Porém, dali em diante, a megalomania e a pregação humanitarista iriam transformar Bono Vox num chato de galocha e o U2 num clichê "arena rock".
Voltemos a falar de "War". Temos aqui músicas engajadas que ainda soam sinceras e poderosas, como "Sunday Bloody Sunday" (sobre o conflito na Irlanda em 1971), "Seconds" (alusão à ameaça nuclear) e "New Year's Day" (sobre o sindicato polonês Solidariedade). Há também espaço para falar de amor em "Two Hearts Beat As One" e de religiosidade em "40".
Hoje faz 5 anos que escrevi esse post, e agora War tem 35. Este álbum continua sendo o meu preferido do U2. Visceral, emocionante e político na medida certa, sem ser "preachy" (como por vezes Bono se tornou anos depois). De fato é o ápice da fase post-punk do U2. Por outro lado, mudei de opinião sobre declará-lo como o ápice antes da decadência: a banda ainda faria vários grandes discos depois do War, dentre eles The Joshua Tree (1987), Achtung Baby (1991) e Zooropa (1993).