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Kaio

 

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16 junho 2017

We are standing on the edge

Em 16 de Junho de 1997 foi lançado na Inglaterra o álbum OK Computer, o terceiro do Radiohead. O disco era cercado de expectativas, afinal seu antecessor, The Bends tinha sido um sucesso nas paradas com seu rock de letras intimistas. Boa parte do álbum foi gravado em St. Catherine's Court, uma casa senhorial do século XVI, o que permitiu uma reverberação natural em músicas como "Exit Music (For a Film)". 
OK Computer é tanto um álbum de transição (entre o rock alternativo dos primeiros álbuns e os experimentos com eletrônica e jazz em Kid A e Amnesiac) quanto uma obra auto-suficiente, encerrada em si mesma. As comparações com Dark Side of the Moon (Pink Floyd) não são por acaso, afinal o álbum do Radiohead também tem forte apelo conceitual, seja na fluidez com que as faixas se intercalam ou nas letras que tratam de alienação, consumismo, desespero, ansiedade... enfim, o mal-estar da vida moderna. OK Computer, contudo, também possui uma crítica aos impactos por vezes perversos do avanço tecnológico.
"Airbag" abre o disco e já captura o ouvinte com sua bateria pulsante e seus efeitos eletrônicos. A suíte "Paranoid Android" começa acústica, ganha teclados no refrão, tem um momento mais pesado, subitamente se acalma e fica melancólica, mas termina novamente furiosa; é a canção mais conhecida de OK Computer, e sintomaticamente virou trilha sonora do anime Ergo Proxy (o qual também tem uma reflexão sobre os efeitos psicológicos e sociais da tecnologia). "Subterranean Homesick Alien" é marcada por uma melodia etérea, atmosférica. "Exit Music (For a Film)" é uma das canções mais impactantes, tanto pela letra claustrofóbica quanto pelos arranjos soturnos. A bela "Let Down" tem um arranjo pop mais próximo a "The Bends" que as demais faixas. "Karma Police" parece uma distopia sobre a inadequação social, e seu refrão "This is what you get... when you mess with us" é tão envolvente quanto assustador.
"Fitter Happier" pode parecer estranha, mas é fundamental dentro do "roteiro" de crítica social do álbum. "Electioneering" é uma das mais roqueiras e empolgantes. "Climbing Up The Walls", ao contrário, tem um arranjo bastante experimental, e parece antecipar o que a banda aprofundará nos álbuns seguintes. "No Surprises" é triste e delicada, e tem um dos melhores clipes do Radiohead. "Lucky" foi a primeira canção a ser gravada, ainda em 95; é uma faixa que melhora a cada audição, devido às suas várias nuances; além disso, atinge um notável clímax sonoro em seu minuto final. Enfim, é uma das melhores do Radiohead (e minha preferida da banda). "The Tourist" fecha o disco com um alerta ao indivíduo desse mundo cada vez mais frenético (e, por isso mesmo, psiquicamente ameaçador): "Hey man... slow down".


 

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