20 junho 2017
Em um momento de procrastinação enquanto escrevia um trabalho acadêmico, resolvi aprender a mexer na busca avançada do Twitter e reli meus primeiros tweets. Fiquei positivamente surpreso; tirando um ou outro cacoete (p.ex., a mania de escrever palavras ou frases em inglês), não fiquei com vergonha do Kaio de 2009. E ele era estudioso, o que me deixou com vergonha do Kaio de 2017.
(Em off: Felizmente hoje foi meu dia mais produtivo em semanas. Espero manter esse ritmo, estou com muitos trabalhos e capítulos para entregar. A recuperação da tuberculose e a recém-descoberta ansiedade - após 20 anos aceitei voltar a ir a uma psicóloga, e já na primeira sessão a terapeuta constatou que tenho ansiedade - não são desculpa para minha procrastinação e displicência)
Foi divertido relembrar as peripécias amorosas e acadêmicas do Kaio de 2009. Aliás, aquela foi uma época repleta de acontecimentos; só entre os dias 16 e 23 de maio eu: 1) fui e voltei de Goiânia; 2) dei meu primeiro beijo; 3) fiz um fichamento e uma prova de Francês poucas horas depois; 4) entreguei um trabalho de quase 20 páginas de Partidos Políticos; 5) apresentei um seminário de Partidos Políticos; 6) lidei com uma crise de choro da minha então namorada; 7) enrolei uma apresentação de Literatura Polonesa que eu não tinha terminado (afinal, passei a noite em claro preocupado com a então namorada), passando um filme do livro que eu ia apresentar (a propósito, Solaris); 8) participei do Politéia, sendo que nos dois primeiros dias de forma desleixada, chegando atrasado, abandonando a comissão e perdendo várias sessões; 9) perdi a virgindade; 10) fui a uma festa com minha então namorada, mesmo depois que, horas antes, uma amiga nossa tentara me dissuadir de namorá-la; 11) por fim, horas depois corri atrás do prejuízo no último dia do Politéia, e consegui arrumar no Plenário o projeto de lei sobre sistema distrital misto que minha comissão - a de Reforma Política - havia votado.
Por mais que essas lembranças me evoquem nostalgia (aliás, as lembranças meus 4 anos de UnB sempre voltam à tona, foi uma época muito boa), não posso reclamar do Kaio de 2017. Posso estar angustiado por não estar conseguindo escrever meus trabalhos, mas em todos os outros aspectos minha vida está melhor. Quem sabe daqui a 8 anos eu releio as coisas que escrevo atualmente no blog e no Twitter e abro um sorriso...