05 julho 2015
Assistir a este compacto dos 18 gols que o Brasil fez na Copa de 2002 me fez ter uma baita saudade do que já foi um dia a Seleção Brasileira. A seleção jogou muito naquela Copa: o Felipão montou um 3-5-2 surpreendentemente ofensivo; o trio Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo teve atuações brilhantes e marcou muitos gols; São Marcos foi um goleiro confiável; havia figuras carismáticas como Vampeta; a vibração no banco de reservas a cada gol era palpável; e, pasmem, até o zagueiro Edmílson fazia golaço! Enfim, era um time tão bom que Romário foi esnobado na convocação - e não fez falta.
Eu torcia com gosto para a Seleção até 2005, ano em que comemorei meu aniversário com uma goleada de 4x1 do Brasil sobre a Argentina na final da Copa das Confederações.
Na Copa do Mundo de 2006, contudo, senti que algo estava errado: aquele "oba-oba" todo no pré-Copa, somado às atuações fracas na 1ª fase (mesmo vencendo todos os jogos), me deixaram desanimado, e impatrioticamente torci pra França nos eliminar e a Itália ganhar aquela Copa. Fui pé-quente, mas mal sabia que naquele 1º de Julho de 2006 começava um período sombrio para a seleção brasileira.
Dunga virou técnico, e contava com um único tipo de jogada (o contra-ataque) para vencer seleções ofensivas como Argentina e Chile - mas penava para equipes retranqueiras como Bolívia e Venezuela. Em 2010 não titubeei e novamente torci contra a Seleção; aliás, quase apanhei dos meus amigos quando a Holanda nos eliminou naquela Copa, rs.
As coisas pioraram mais ainda com o mediano Mano Menezes no comando da seleção brasileira, e perdemos uma Olímpiada em que éramos favoritos absolutos quase que por culpa exclusiva deste técnico.
Luiz Felipe Scolari voltou, e durante a Copa das Confederações de 2013 a seleção até me empolgou (principalmente na final contra a Espanha), mas infelizmente o torneio em que ele e o time fizeram tudo certo não era Copa "pra valer"... um ano se passou, e assim como em 2006, talvez o excesso de confiança tenha impedido que a equipe se preparasse direito. Resultado: a Copa de 2014 viu uma seleção brasileira marcada por desequilíbrio tático, descontrole emocional e más atuações de vários jogadores. Um dia antes do jogo contra a Alemanha tive uma epifania sobre isso e resolvi que apoiaria os germânicos; óbvio que não esperava uma goleada, mas talvez aquele 7x1 tenha sido necessário para expor de forma visceral o estadio calamitoso em que dirigentes, técnicos e jogadores deixaram a nossa Seleção.
Dunga strikes back, para desgosto meu e de todos que desprezam o "pragmatismo", o "futebol de resultados". Felizmente desta vez ele não ganhou uma Copa América, o que talvez aumente a chance de não continuar como técnico até a Copa de 2018. Torço para que até lá seja contratado algum técnico com perfil mais ofensivo, que faça escalações melhores e que tente resgatar pelo menos metade da magia da seleção nessa época áurea, mas não tão distante. Diante da crise da CBF (e do futebol brasileiro em geral, que vive uma entressafra), talvez isso seja pedir demais.