13 julho 2014
Ao contrário de 1954 e 1974, em que derrotou as seleções de futebol mais encantador, em 2014 a Alemanha conseguiu conciliar sua tradicional eficiência com o inovador futebol-arte e de organização tática trazido por Joachim Löw (desde seus tempos de assistente de Klinsmann, quando ele já era o cérebro da seleção alemã) e seu time de craques: o raçudo Schweinsteiger, os artilheiros Klose e Schürrle, o ótimo meia-atacante Müller, o goleiro-líbero Neuer, o capitão Lahm, o autor do gol do título, Mario Götze (foto), entre outros.
Desde 2005 a Alemanha demonstra uma evolução constante. Naquela Copa das Confederações e na Copa do Mundo de 2006, esbanjou ofensividade, e conseguiu o 3º lugar em ambas; na Euro 2008 cresceu ao longo da competição e chegou à final, perdida para uma ascendente Espanha; no Mundial de 2010, goleou Inglaterra e Argentina, mas novamente caiu diante da seleção espanhola, desta vez nas semifinais; na última Euro, passou invicta por um grupo da morte com Holanda, Dinamarca e Portugal, porém foi batida pelos gols do italiano Balotelli na semi.
Na Copa de 2014, os Nationaelf tiveram mais dificuldades para superar as africanas Gana (2x2) e Argélia (2x1, na prorrogação) do que para bater as européias Portugal (4x0) e França (1x0). Löw superou seu mestre Klinsmann na partida contra os EUA (1x0). A semifinal contra o Brasil (7x1) foi espetacular, embora o time só tenha precisado de 30 minutos para "demolir" seu adversário. Hoje, contra a Argentina, a seleção alemã encontrou uma adversária poderosa, que fez sua melhor exibição na Copa, após várias partidas em que venceu mas pouco encantou. Os argentinos perderam pelo menos três claras chances de gol (uma com Higuaín no 1º tempo, outra com Messi no 2º e a última com Palacio, já no tempo extra); o castigo tardou, mas não falhou: aos 8 minutos do 2º tempo da prorrogação, Götze, após lançamento certeiro de Schürrle, fez um golaço.
Este Mundial terminou com 171 gols, justamente o mesmo número da Copa de 1998, que foi ao lado desta a melhor dos últimos 40 anos. Na galeria das grandes edições do torneio, arrisco-me a dizer que ambas compõem um top 5 com 1954, 1958 e 1970. O Brasil pode ter decepcionado, mas outras seleções garantiram o alto nível desta Copa: além das finalistas, cabe citar Holanda, Colômbia, Bélgica, França, Costa Rica, Chile, México e Estados Unidos.
Que venha Rússia-2018!