06 julho 2014
As quartas de final foram menos eletrizantes do que as oitavas, mas houve dois bons jogos (Brasil 2x1 Colômbia e, principalmente, Holanda 0x0 [4x3] Costa Rica) que mantiveram o alto nível dessa Copa do Mundo. E os quatro semifinalistas são:
- Brasil: a seleção se redimiu da má impressão do confronto contra o Chile e jogou bem contra a Colômbia, principalmente no 1º tempo. Destaque para a dupla de zaga Thiago Silva e David Luiz, tanto pela segurança que forneceram à nossa defesa quanto pelos gols (aliás, o de David Luiz foi uma belíssima cobrança de falta). Infelizmente o Brasil terá dois desfalques para o próximo jogo: o capitão Thiago Silva levou o 2º amarelo e está suspenso, devendo ser substituído por Dante; Neymar fraturou um osso da vértebra e está fora da Copa, encerrando prematuramente um Mundial que poderia consagrá-lo como melhor jogador do mundo. Só resta esperar que Dante entre bem (o fato de jogar no alemão Bayern de Munique ajuda) e que a ausência de Neymar cause um "efeito 1962" - Copa em que Pelé se machucou e foi substituído à altura por Amarildo - para levantar a seleção na semifinal.
- Alemanha: Löw colocou Lahm na lateral, arrumou o posicionamento da defesa e colheu os frutos. A seleção alemã, após fazer um gol logo no início, segurou a França, mas de um jeito que eu gosto - ao invés de retrancar, ela controlou a posse de bola e continuou buscando o 2º gol (e quase o fez várias vezes). Anulada taticamente, a equipe francesa ainda foi prejudicada pela lentidão do técnico Deschamps, que só resolveu fazer substituições faltando 20 minutos para o fim do jogo. A eficiente Nationalelf tem grandes chances de vencer o Brasil - e grandes motivações, afinal deseja uma revanche da final de 2002 e não quer amargurar a 3ª derrota consecutiva em semifinais.
- Argentina: o jogo contra a Bélgica foi morno, e em parte a culpa foi do prematuro gol (aliás, belo gol) de Higuaín. Num autêntico "estilo Libertadores", a Argentina requentou a partida, adotando uma postura mais defensiva. Os belgas não conseguiram desenvolver seu estilo de jogo, e criaram poucas chances de empatar; os argentinos chegaram mais perto do gol com Higuaín (travessão) e Messi (defesa de Courtois). Porém, há um segundo motivo para a queda de qualidade do jogo: a contusão de Di María logo no 1º tempo. Eis outro grande jogador que ficará ausente no restante da Copa. O técnico Sabella acertou hoje com seu 4-4-2 ao invés do 4-3-3, mas precisará pensar numa boa maneira de substituir Di María contra a...
- Holanda: protagonizou o melhor jogo das quartas contra a surpreendente Costa Rica. Tentou o gol de diversas maneiras, mas esbarrou no goleiro Navas, na trave e, principalmente, no impedimento: foram 13! Se não ficassem tanto na "banheira", talvez os holandeses tivessem decidido o jogo no tempo regulamentar. Os costa-riquenhos atacaram pouco e se defenderam bem (não por acaso, terminaram sua participação com apenas 5 gols marcados e 2 sofridos), e foi preciso um lance de mestre para que o técnico Van Gaal levasse os Oranjes à vitória, já nos pênaltis. No último minuto, entrou o goleiro reserva Tim Krul (foto), que acertou o lado das cinco penalidades cobradas pela Costa Rica e pegou duas delas. Foi uma tática de futsal aplicada ao futebol de campo; genial! Também gostei da formação adotada hoje (3-4-3) e dos sempre assustadores contra-ataques da seleção holandesa. O jogo contra a Argentina promete ser incrível, tal como foram os confrontos anteriores entre ambas (Holanda 4x0 em 1974, Argentina 3x1 em 78 e Holanda 2x1 em 98).