Ética e Moral em Death Note
(Fichamento que utilizei para o colóquio de ontem)
1. Interpretação - Justiça: tema central de “Death Note”, permeia o perfil psicológico de todos os personagens. . Light Yagami: entre o amoralismo e a “purificação”, manipulação em prol do objetivo maior; . L: conservador, ele defende a lei e a punição dos assassinos, independentemente de suas motivações; . Misa: subjetivismo ético, lida com pessoas próximas; . Mikami Teru: maniqueísmo e radicalismo na defesa de suas convicções; . Near: existe uma justiça verdadeira que não pode ser comprometida por valores menores; . Mello: a liberdade para alcançar uma meta é absoluta. - Ética da convicção: os fins justificam os meios. (Maquiavel, Weber) - Relativismo moral: contextualização dos valores. (Mannheim, Ayn Rand) - Sociopatia: distúrbio psicológico que leva a comportamentos anti-sociais (desde misantropia até indiferença à vida alheia), estando presente em vários personagens; - Lógica e Retórica: tanto Light quanto L (e, mais tarde, Near) revelam um incrível raciocínio dedutivo. O primeiro ainda se notabiliza por sua capacidade de convencimento. (Duelos intelectuais são constantes em nossa sociedade?) - Banalização da morte: os Shinigamis revelam a fragilidade humana perante ao óbito - ao invés de céu e inferno, o “nada”. (Os “deuses da morte” e o destino) - Culto de massas: em certo momento da série, o Kira torna-se tão popular que adquire aspectos quase messiânicos perante a população. Programas de TV sensacionalistas, mobilizações populares, delações anônimas. (Relação com Totalitarismo?) - Exibir trechos dos seguintes episódios: ep. 1, 20:12; ep. 2, 13:49; ep. 24, 04:45; ep. 25, 12:14; ep. 32, 01:45; ep. 37, 10:22. - Relacionar com “C rime e Castigo” e “Fausto”. 2. Revisão bibliográfica Deuses da morte só comem maçãs. Postado por Will ( http://asteroideparticular.blogspot.com/ ) Morbidez, ética, moral, intelectualismo e entretenimento. Por que ignorei as tantas vezes que me recomendaram este anime? O fato é que, recentemente, comecei a assistir a Death Note. Eu não diria que estou viciado, porém estou fascinado e até um pouco apaixonado pelo conjunto todo que o anime apresenta. Acabaram-se as lutas, os monstros gigantes, os cabelos e roupas que mudam de cor e tamanho: a batalha é intelectual e a vitória trará como recompensa a sobrevivência. Aparentemente pode parecer que o anime será monótono, porém é uma falsa impressão - até porque a maioria de nós assistiu Dragon Ball Z (e gostou de fazê-lo), embora sejam longuíssimos episódios preenchidos com meia dúzia de palavras e muitos minutos focados num só cenário inerte. Um dos pontos fortes de Death Note, senão o seu carro-chefe, é a quebra do maniqueísmo. Acabou-se o conceito de bom e mau, tendo um antagonista e uma protagonista que acreditam SER a Justiça. De um lado, um estudante de capacidades excepcionais que recebe um caderno que lhe dá a possibilidade de matar qualquer pessoa cujos nome e rosto sejam conhecidos, e que decide, com este caderno, acabar com todos aqueles que julgar maléficos ao mundo, criando um novo mundo: um mundo ideal, para o qual seria um deus. De outro lado, temos um investigador excêntrico e com não menos inteligência que vê nessa atitude apenas uma série de assassinatos, sejam eles contra inocentes ou não, o que vai contra a ordem pré-estabelecida e contra as leis, ao seu ver, trata-se, pois, de um jovem infantil que deseja julgar por si próprio o que é bom ou não para o mundo. Oras, é claro que há mais detalhes, mas repito que não gosto de transcrever coisas que são facilmente encontradas no Wikipedia ou qualquer outro site por aí. Portanto temos a questão moral e a ética. O estudante, Raito, está com a razão ao ir contra a lei e exterminar todos aqueles que criminosos e/ou corruptos? Ou terá razão L, o investigador, ao ver por trás dessa máscara apenas um assassino em série não menos criminoso e muito mais perigoso? Raito está sendo imoral, porém estará faltando com a ética? Talvez lhe faltem ambos, mas o que ele faz é correto ou não? A sua ambição em querer ser deus faz da sua "justiça" algo errado? Ela seria errada por si só? O que você faria se tivesse esse caderno em mãos? O anime não faz diretamente essas perguntas, porém insinua. Os dois principais são colegas de faculdade, estão trabalhando juntos, são parecidíssimos, porém são, simultaneamente, opostos. O trabalho psicológico, lógico, mítico e mesmo com o roteiro é fabuloso. Há sim algumas tiradas um tanto forçadas, embora se mostrem, depois, perdoáveis, justificáveis e até desejáveis. Assistir a Death Note é como ver na prática os diversos livros e textos acerca de ética e moral, dentre outros temas. Lembra até um pouco de Maquiavel, sobre "o fim justificam os meios". O enredo ocorre indiferente a isso, porém o expectador não consegue fazê-lo da mesma forma, o que, por sua vez, me recorda Machado de Assis, cujos contos dão a mesma sensação: ele não pára a narrativa para questionar a ética de seus personagens, se estão agindo corretamente ou não, embora o sugira com o avanço da história, porém o leitor acaba por se perguntar o que faria no lugar da personagem. Finalizo logo, antes que me prolongue demais, dizendo que este é um título que por ora assistirei, mas que depois lerei no formato mangá, com toda a certeza. Agradeço a todos que me sugeriram, e recomendo àqueles que ainda não o conhecem. Penso que mesmo os mais aficcionados por ação gostarão deste anime.
Death Note Mini Review (manga/anime/movies/etc.) March 18th, 2008 by Lianne ( http://sleepisfortheweak.org/reviews/micros/deathnote ) Death Note is a fantastic manga series, a decent anime series, and a surprisingly good set of movies with unique and intensely clever endings (although don’t watch them until you complete the manga, because they spoil the story up through Volume 12). Death Note has dedicated fans of every age, gender, and culture. Still, I think Death Note is more than good - it’s revolutionary. While trying to explain why, I promise to avoid spoilers. Death Note is about a brilliant teenage boy named Light who finds a supernatural notebook that gives him the power to kill whomever he wants. He decides to kill all criminals in order to make himself the proper leader of a world without crime - and that, to him, is justice. Then another brilliant boy his age named L is dispatched from Interpol to stop him, because the police, and L, believe that true justice (and the foundation of civilization) is holding everyone to the same rules formed by group consensus (aka laws). Misa, another girl with the power to kill, believes in a very subjective justice that will allow her to punish or reward the people she feels she has the right to judge, aka people directly involved in her life. Then there’s Near, the young detective who believes true justice dictates that one must never compromise even the smallest of morals for the greater good, and Mello, who believes that justice is allowing the personal freedom of any man to chase his ambitions, no matter what rules he might break. There are a number of other characters who have different interpretations of what “justice” is (and some views are repeats or slight modifications), but those are the big ones. Death Note ran in Shounen Jump alongside series like Yu-Gi-Oh, so it used a traditional shounen formula to gets it point across - a relatively quick premise set-up, a cast of characters with obvious motivations, and then lots and lots of action with lots and lots of explanation; in Death Note, the action is Light trying to out-deduce L, the police, the world, etc. and not get caught while killing off the world’s criminals. However, the only real theme the writer him/herself pushes is the futility of mortality, since the Death Notes originally come from gods of death and humans can only manipulate those greater powers to a certain degree. But the broader theme of Death Note - the definition of true, universal justice for all people - is left entirely to the reader. The intentionally flat (albeit interesting) characters each represent an interpretation of what justice is, and the manga itself doesn’t claim that any character is right or wrong. It’s up to the reader to decide whether or not there IS a universal justice and what that justice might be, after s/he has been exposed to a number of different viewpoints. The reader can also easily come up with his/her OWN viewpoint after digesting all the characters’ views, since most of the characters aren’t even shown in a positive light. Death Note took its young readership by the hand and introduced it to heavy, broad themes about crime & punishment, murder, and the legal system and then forced those readers to think for themselves. Some junior high boy in Japan could turn a page in that magazine about ninjas turning into demons and then face a story that made him decide who in a world of killers was doing the right thing - if anyone was doing the right thing, really. Death Note obviously has a broader audience than Japanese junior high boys, but the service it did that historic readership is nothing short of revolutionary. I think a lot of the criticisms I hear about Death Note don’t take into account the original intent and/or audience of the manga. Here’s a short list of common Death Note criticisms and my arguments against them: Death Note is too wordy/rambly. For anyone who’s never read a shounen manga before, weekly deadlines, long serializations, and a younger readership have traditionally encouraged very long, detailed explanations of the action in a series. Besides, in Death Note, most of the main characters are sociopaths, so I think a meticulous unraveling of their thought processes and motivations is justifiable. The characters are unlikable. The average reader would be lucky to really relate to any of the members of the Death Note cast. Most of the characters are decidedly creepy, and they rarely grow or develop over the series because they’re each representatives of different interpretations of justice. They’re interesting, but symbolic - and definitely not cuddly. Which is why I find plush versions of the characters deeply confusing. The second half of the series is bad. I think pretty much everyone will agree that the second half is substantially weaker than the first half, but a.) the second half brings up a new collection of interesting developments/insights and thus has a reason for existing and b.) the fact that an insanely popular Shounen Jump series was allowed to end on Volume 12 was nothing short of a miracle. On what planet could a money-maker like Death Note end after seven volumes? We’re lucky it didn’t drag on well beyond 12 and completely sabotage its artistic merit. Death Note is sexist. I actually think this is the strongest complaint one could make about Death Note, and I think the series barely dodges the misogyny bullet - and possibly by accident. Every super genius in the series is male, the women are all largely if not completely motivated by the men in their lives (while the men are usually broader thinking), and even the male characters with very open minds seem to offhandedly undermine the efforts and successes of the female characters. Misa proving that the patriarchy can be beaten at its own game by using men’s low opinions of her against them just barely saves the series from being definitively sexist. But the fact that the writer him/herself seems to be trying to undermine Death Note’s female characters at every available opportunity - including Misa - makes me think that s/he makes Misa succeed for the sake of the plot and not feminism. Anyway, despite these or any other complaints that can reasonably be made, I think Death Note’s successes in writing, art, and intent vastly eclipse any flaws the series has. Death Note has a definite, noble purpose, and it nails that purpose while simultaneously being addictive and appealing to an extremely broad audience. I’ll stand by Death Note until the end of time. Educated impression: I think this is one of the best comics ever put to paper. No series can completely please everyone or change how all of its readers think - but Death Note comes shockingly close.