Runaway
Chega a ser frustrante: os livros do PET (atualmente, o do North) são interessantes; três das minhas cinco matérias (Sociologia do Conhecimento, Identidade Nacional e Introdução à Filosofia) também me ofereceram um leque de autores fantásticos; a monitoria de Teoria Política Contemporânea vem me permitindo reler textos importantes, e inclusive o próximo que vou ter que corrigir é do Jon Elster; pelo Grupo de Estudos Humanistas, terei pela frente Salinger, Wilde, Mann, Mises e muitos outros.
O problema é que é muito difícil conciliar tudo isso. Ando dormindo 5 ou 6 horas diárias, e quando cochilo um pouco mais, é uma leitura sendo prejudicada. A alimentação também não vem sendo das melhores. Se brincar, só estou comendo "comida de verdade" nos fins de semana. Contas para pagar não faltam; amanhã mesmo tenho que quitar a do celular.
O que fazer? Aliás, como conciliar tudo isso e ainda ter tempo para descansar e, sei lá, ver a Copa do Mundo (aliás, aguardem um post sobre ela) sem se preocupar com nenhuma tarefa?
Às vezes, dá vontade de fazer que nem o Thoreau, e ir morar num bosque, bem longe de todas as pressões do cotidiano. Não consideraria isso uma fuga, mas sim um reencontro. Estou tendo o melhor ano da minha vida, mas as últimas semanas estão sendo exaustivas. Chega de "necessidades supérfluas"; quero ócio, quero paz de espírito!
Não nasci para ser workaholic, e fico feliz por não sê-lo como alguns dos meus amigos e colegas já são.
Qual o remédio que, embora não cure, ao menos ameniza essa rotina pesada? O GEH. Os colóquios e demais atividades do projeto são o espaço (e tempo) que tenho para fazer o que gosto, como eu gosto. Fiquei muito feliz, por exemplo, com o colóquio de 2ª feira, sobre "On The Road". Vieram cerca de 10 pessoas, e o debate foi tão acalorado só acabou lá pelas 22h40.
Gostaria que mais momentos do meu dia-a-dia fossem contaminados por esse viés humanista. Que inveja do Trivium das universidades medievais. Que inveja do tempo livre dos gregos para filosofar (claro que para isso eu precisaria de um escravo - ou, pelo menos, de dinheiro para pagar para alguém resolver a "parte chata" do meu cotidiano).
Sendo mais modesto... que inveja do Kaio de Janeiro, Fevereiro e (parte de) Março desse ano!