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Kaio

 

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29 dezembro 2009

Down By The Water

Nossa, há tempos que eu não escrevia aqui no blog. Já estava até com saudades.
Dia desses, "autoperguntei-me" por que eu não publicava mais em Racio Símio. Além do fato óbvio (falta de inspiração), percebi que havia um outro motivo: ainda não soube como encaixar o blog na minha nova realidade.
No ano passado, o 1º na universidade, eu ainda consegui, com certas dificuldades (vide os dois meses sem publicar, no final do ano), manter o blog ativo. Em 2009, no entanto, não obtive os mesmos resultados. RS experimentou longos períodos de paralisação - isso quando não havia espasmos, em que eu escrevia textos literários (mas nem por isso menos autobiográficos, obviamente) para interromper temporariamente a escassez.
Muitos foram os motivos, mas acho que o principal reside na própria característica que marcou meu último ano (Outubro/08 a Outubro/09): a intensidade. Foi ano mais efervescente da minha vida, aquele em que mais amadureci. Foram tantos bons e maus momentos que eu precisarei de mais uns 3 posts para contar tudo. Ou não. Pensando melhor, minha existência nunca foi das mais agitadas; portanto, um ano turbulento para Kaio F. pode muito bem ser uma dupla de semestres tranquila e morosa para a maioria das pessoas...
De qualquer maneira, eu passei por tanta coisa (principalmente a partir de Abril) que ficou mais difícil parar para organizar os pensamentos e elaborar um texto. Não que eu tenha usado menos a internet nos últimos meses. Acho até que ando viciado demais em Twitter, Last.FM, VGChartz, Orkut, GMail, Yahoo! Groups, Facebook etc. Porém, com o Blogger não tive a mesma dedicação. Eis algo que pretendo redimir no ano que se iniciou em Novembro. Ah, sim, continuo acreditando que meus anos nunca começam em Janeiro; antes eram em Agosto, mas desde 2008 o mês de Outubro parece ser o divisor de águas...

Tudo começou com uma ANPOCS, e terminou com outra. A primeira simbolizou o fim de uma fase mais intransigente e egocêntrica da minha vida. Utilizando uma linguagem político-ideológica, foi quando meu lado 'direita-liberal' parou de esmagar minha faceta 'anarco-libertária'. A última, como veremos mais adiante, sepultou algumas confusões e ilusões que Kaio havia acumulado nos meses anteriores.
Embora os primeiros meses desse período tenham sido, em geral, entediantes, ainda assim fiz coisas que não costumava. Saí bastante em Brasília (Novembro), fiz uma festa na minha casa em Goiânia quando minha família estava viajando (Janeiro) e fui a um churrasco universitário (Março). Porém, uma das marcas dessa fase já estava presente: li pouco, em termos de "livros por conta própria", sem contar os textos da universidade (que até li mais do que costumava). Se, por um lado, isso trouxe bons resultados a médio prazo (dedicando-me mais às disciplinas, consegui SS em matérias importantes no 3º semestre, e em todas as que fiz no 4º), por outro demonstrou uma lamentável ressaca literária, mais ou menos como aquela que tive no outono e no inverno de 2006.

- Saí muito com o pessoal da ANPOCS: pizzaria, festa de aniversário, Chili Pepper, "festinha com comes e bebes" em um sábado... E, também fui em uns shows de rock alternativo com amigos.
- A Skins Party (3/1/9) reuniu umas dez pessoas, o que foi um sucesso levando em conta a divulgação tardia e precária. No geral, foi boa, pelas conversas e as partidas de Pokémon Stadium 2. E sim, o fato de não ter contado para minha mãe e irmãos fez-me sentir um pouquinho como um personagem de comédia teen genérica.
- O CHUCAPOL foi menos terrível do que eu imaginava; afinal, vocês devem imaginar o quanto nerds-que-se-acham-autistas como eu têm uma imagem apocalíptica dos churrascos universitários. Porém, horas e horas de funk, assim como pessoas alcoolizadas e em estado de natureza, podem ser engraçadas durante alguns minutos, mas com o tempo enchem a paciência. Porém, foi lá que se iniciou a 1ª das duas crushes que tive nesse ano. Mas, falaremos disso daqui a pouco...
- Dentre os livros que li naqueles cinco meses, destaque para a angústia de "Lavoura Arcaica" (R. Nassar), a rebeldia de "O Lobo da Estepe" (H. Hesse) e o desespero de "Christiane F." (K. Hermann e H. Rieck).

Chegamos a Abril. Kaio está gostando muito de algumas matérias (TPC, Partidos), fingindo que está curtindo outras (PB2), decepcionando-se com algumas (TRI1) e acertando suas expectativas sobre duas delas (Literatura Polonesa e HSPG). Porém, sente-se insatisfeito com a vida previsível e calculada que leva, e o medo de nunca sair do marasmo o leva a tentar curtir mais a vida.
Sair todo fim de semana - enfim, uma promessa cumprida! Além do cinema (Watchmen, Gran Torino e Pagando Bem, Que Mal Tem?), fui ao Móveis Convida, à Calourada (foram nestas festas que se consolidou a paixão por aquela que "César" chama de "Flor"), ao COPOL (o fim da 1ª crush, seguido de uma maluca night-out), à Biovinil (início da 2ª paixão, mas com caráter menos platônico e mais 'ei, isso pode dar certo'), ao café Balaio, ao aniversário de uma amiga e, finalmente, ao McDonald's no domingo 17/5/9.

Sobre os três últimos parênteses:
- Pois é, após mais de 2 anos sem me apaixonar por ninguém, o S2 voltou ao ar para mim em 2009 - e, em dose dupla. A primeira vez seguiu uma trama mais tradicional, com a diferença de que eu já conhecia a garota há pelo menos oito meses. Não que eu tenha começado a gostar dela "do nada", mas os sentimentos que nutria por ela mudaram bastante em um curtíssimo intervalo de tempo. Foram cinco semanas de agonia e ansiedade. Gravei um CD para ela com o maior cuidado, selecionando 19 faixas de que ela realmente gostasse. No MSN, eu fazia de tudo para, ao mesmo tempo, não contar para ela e ainda assim dar pistas. Para piorar, ela quase não foi à universidade naqueles dias, o que só aumentava minha expectativa. Eu já sabia que ela não namoraria comigo, mas sei lá, insisti na paixão até que eu tivesse provas cabais de um "definitely not".
- Foi aí que, como vocês leram em um texto de 3/5/9 - que foi mais auto-biográfico do que deveria ter sido -, aconteceu aquilo. Ainda me sinto mal por ter escrito aquele texto. Ele não foi movido por vingança ou ressentimento, mas por uma mistura de auto-piedade e desabafo. Isso, é claro, não o torna mais louvável.
- Só que, inesperadamente, apenas uma semana depois, eu estava às voltas com outra crush. Só que, era uma bem diferente da anterior. Não que não houvesse pedestaltismo (a "perfect situation" que criei sobre o 17 de Maio - leiam o post de 23/6, é uma prova disso), mas, sei lá, houve um toque de vida real que eu nunca havia experimentado antes nas minhas paixões. Tanto é que virou namoro, oras. Como já mencionei, tudo começou na noite de domingo em que fomos ao Mac, e nos beijamos pela 1ª vez (no meu caso, ainda por cima foi perda de BV). Cinco meses e meio depois, no entanto, o relacionamento"César e Cristine" acabou, após altos e baixos, e um desgaste emocional insustentável.

Falaremos mais sobre isso, e outras desventuras da minha vida desde o fim de Maio, no próximo post. Até mais!

 

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