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Kaio

 

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02 novembro 2009

Selvagemente ambicioso?

Num primeiro momento, César retirou um trecho de um conto vingativo que estava preparando, chamado "A Grande Ilusão":

Achei que tinha acordado de um longo pesadelo. Porém, sabia muito bem que tudo que ocorrera naqueles últimos 5 meses e meio era realidade, por mais terrível que fosse. Meu primeiro relacionamento amoroso acabou, e estou até aliviado com isso.
Ainda não entendo por que insisti na ilusão de achar que era Cristine a garota de minha vida. Pior ainda: cheguei a confundi-la com Júlia, minha melhor amiga e, sendo amargamente sincero, meu eterno ideal romântico.
Hipóteses não faltam: imaturidade, ingenuidade, passividade, pedestaltismo, empolgação de 1º namoro... quem sabe, até um certo prazer em ser enganado.
Desta vez, tive uma desilusão bem diferente das anteriores; ao invés do padrão platonista, cheguei a namorar a garota. Precisei das mais diversas e amargas experiências para chegar ao inevitável desfecho.

Porém, mudou de idéia, e resolver parafrasear um trecho do 1º capítulo do livro que encabeçaria seu top 5 de "melhores leituras pós-breakup" - Alta Fidelidade, de Nick Hornby.

Em ordem cronológica, minhas desilusões amorosas mais memoráveis, as favoritas, as cinco que eu levaria para uma ilha deserta:

1) Tatiana de Souza, 1999-2000
2) Mônica Almeida, 2002
3) Lyla Lima, 2005
4) Melissa Pereira, 2006
5) Flor de Lis, 2009

Estas foram as que doeram de verdade. Se bem que, sendo sincero, nem me apaixonei de verdade pela Mônica; no máximo, a escalei como mocinha do teatrinho de "Escaravelho do Diabo" que fiz na 6ª série. Só coloquei ela na lista para demonstrar o quanto a separação da Cristine não doeu em mim. Está vendo o seu nome na lista, "strawberry girl"? Se você quiser entrar à força na lista, vai ter que se esforçar mais do que isso. Já não sou tão vulnerável quanto era na época em que gostei de Tatiana e Lyla.

Tatiana foi a 1ª paixão, e talvez a que doeu mais. Passei dois anos obcecado por ela. Humilhei-me por ela várias vezes, como na festa de 10 anos dela. Entrei em um longo período do nerdismo depois que me desapaixonei. Felizmente, hoje em dia já não sofro mais por essa desilusão quanto costumava (até 3 anos atrás, eu chegava a colocá-la como "paradigma", momento no qual minha vida entrou em declínio. Sou um Drama King, não?). Atualmente, considero-a apenas um ponto de largada para minha trilha de fiascos platônicos.
Lyla foi a mais curta das paixões (durou só 3 semanas), mas foi aquela que teve influência mais decisiva no meu gosto cultural. Não que eu já não ouvisse indie rock e lesse autores blasé antes de conhecê-la, mas ela me apresentou alguns dos meus prediletos: The Killers e Placebo, Santiago Nazarian e Michael Cunningham, New Order e Muse etc. Curiosamente, usei essas referências cult para me ajudar a esquecê-la.
Melissa foi um caso sui generis. Ela tinha uma personalidade instável, provavelmente mais que a de Cristine. Nossa primeira conversa foi extremamente longa e interessante, o tipo de 'mito fundador' que me deixa inevitavelmente apaixonado por uma garota. Porém, a distância geográfica e o humor inconstante dela atrapalharam tudo, e só me restou o fato de me lembrar dela quando ouço algumas músicas do Jeff Buckley ou do Portishead.
Finalmente, a Flor é aquela mesma que, ressentidamente, falei sobre em Tender. Arrependo-me de ter lidado tão mal com aquilo. Das quatro, é a única de quem continuo amigo (não vejo Tati há cinco anos, Lyla mora em outro país e perdi contato com Melissa). Talvez devesse ter sido sempre assim. Ainda não consigo entender por que, repentinamente, comecei a gostar dela de uma maneira diferente. Talvez seja o jeito espontâneo e alegre dela... enfim.

Ainda insatisfeito, ele tentava entender o que Júlia, anteontem, quisera dizer quando falou que a "loucura sentimental" que o contaminara desde Maio não havia sido exclusividade dele. Ela também havia falado algo sobre "um breve transtorno", e que entendia perfeitamente por que ele se apaixonara por Cristine idealizando-a como ela mesma, Júlia, a ponto de escrever textos trocando o nome de sua namorada pelo de seu eterno pedestal. César ficou ainda mais confuso por, mesmo conscientes do fato de que um gosta do outro, ele e Júlia nunca terem se relacionado além da amizade.
Porém, ele sempre se lembraria das palavras que ela lhe disse alguns dias antes de ele iniciar seu namoro com Cristine:
Não podemos concretizar, ou mesmo lidar, com o que sentimos um pelo outro - seja por palavras ou por gestos. Sinto muito, mas corremos o sério risco de termos uma amizade eternamente assexuada.


E, afinal de contas, o que será que Alice queria dizer quando sentenciara o seguinte:
Meu amigo, você é um Ross Geller da vida. Seu namoro, no início, se parece com o 2º casamento de Ross, e no término, com o 1º. Reflita...


César largou a escrivaninha, e foi dormir. Amanhã decidiria o que fazer, pelo menos literariamente, a respeito de sua recente separação.

 

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