[Meu Facebook] [Meu Last.FM] [Meu Twitter]


 

 

Kaio

 

Veja meu perfil completo

 

 

 

 

31 dezembro 2015

2015, parte I: Os sete primeiros meses

(Post concluído em 16/2/16)

A Mudança para o Catete/Flamengo
Após 3 anos morando em apartamentos de família (se bem que, no caso do segundo deles, em 2014 virou uma espécie de república, já que os donos se mudaram para o interior de SP), foi em 2015 que finalmente comecei a dividir um apartamento com um amigo. A partir de Fevereiro me mudei com um amigo, o Victor, para o bairro do Flamengo (mas em um prédio que fica do lado do Museu da República e da estação de metrô do Catete). Isso significou uma melhora notável no meu padrão de vida, pois passei a ter muito mais liberdade para organizar meu espaço e tempo. Meu quarto ganhou personalidade (finalmente pude organizar meus livros, CDs e games à vontade); posso usar a cozinha à vontade; Victor e eu freqüentemente chamamos nossos amigos para conversarmos e bebermos (e eles podem dormir na sala se ficar tarde para voltar para casa) etc. 

Lollapalooza 2015
Embora só tenha visto este Lolla pela televisão (não havia atrações que me empolgassem o bastante, como um Pixies ou um New Order, para eu aceitar pagar o caro ingresso do festival), ele me causou impressões o bastante para gerar este post. Destaque para o show dos Smashing Pumpkins, bem melhor do que aquele em que fui no Planeta Terra de 2010.

Palmeiras na final do Campeonato Paulista
Acompanhei religiosamente a saga do Verdão neste ano, desde a pré-temporada até o desfecho na Copa do Brasil. O destaque do 1º semestre foi a boa campanha no Paulistão, com vitórias sobre São Paulo (por 3x0, com direito a golaço do meio-campo de Robinho) e Corinthians (nos pênaltis, em pleno Itaquerão, graças ao incrível goleiro Fernando Prass). Infelizmente o Palmeiras perdeu a final para o Santos, também nos pênaltis; sofri bastante assistindo a esse jogo, pois o título esteve bastante próximo. Eu teria que esperar mais sete meses para ver meu time fazer valer as inúmeras contratações e sair do jejum de títulos ...

Blur lança álbum após 12 anos
A melhor banda britânica dos anos 90, após muita expectativa dos fãs (ainda mais depois das turnês mundiais de 2009 e 2012-13 e do single "Under the Westway"), anunciou em Fevereiro que, dentro de dois meses, seria lançado The Magic Whip, o primeiro disco desde Think Tank (2003), sendo que o último com a formação completa havia sido 13, de 1999.
Os clipes que iam sendo divulgados a conta-gotas foram me agradando, principalmente os de "Go Out" (com seu baixo potente e estilo dançante e hipnótico, algo como uma "Girls & Boys" versão Hong Kong) e de "Lonesome Street" (uma das mais cativantes melodias da história da banda). 
Comprei o disco na semana de lançamento e gostei muito de todas as demais faixas, principalmente de “New World Towers” (notável como Albarn e cia. conseguem combinar bem crítica social com introspecção), “I Broadcast” (que remete à urgência e ao bom humor de certas canções dos discos de 1993-95) e “Ong Ong” (extremamente viciante, passei dias com o refrão dela grudado na minha cabeça - ainda mais depois que lançaram um clipe divertidíssimo).
Enfim, The Magic Whip é um álbum que melhora a cada audição; não é uma obra-prima como Modern Life is Rubbish (a brilhante reação da banda ao grunge e à americanização da cultura britânica), Parklife (o disco que definiu uma geração) ou Blur (o meu favorito, pois tem letras mais intimistas e sonoridade bem eclética), mas está no mesmo patamar dos ótimos The Great Escape, 13 e Think Tank. Não ouvi muitos discos novos em 2015, mas dos que escutei posso dizer que The Magic Whip foi meu preferido.

Greve nas federais, confusão na UERJ
Tive que interromper durante duas semanas meu curso de Sociologia Geral para os calouros da turma noturna de Filosofia devido à ameaça de greve na UERJ. Fiz o possível para manter as aulas, mas depois que houve quebradeira num confronto entre estudantes e policiais no dia 11 de Maio, não tive outra opção senão adiá-las. Apesar de tudo, gostei muito de lecionar para essa turma; foi a melhor para quem já dei aula, junto com a de Psicologia no 2º semestre de 2013. Destaque para as aulas sobre Marx, Merquior e Gusmão, que renderam bons debates.
Na mesma época começou uma greve nas federais (dentre elas a UFRJ e a UFF) que duraria quatro meses. Diante de um contexto de crise e ajuste fiscal, aquela paralisação não fazia o menor sentido para mim, pois não traria aumento de salários, não teria impacto político (afinal, a universidade, cada vez mais encastelada em relação às demais esferas sociais, não é um "serviço essencial", portanto há pouca pressão externa em prol da greve) e o pior, prejudicaria os estudantes de graduação, ainda mais os que moram em outras cidades. Expressei minha angústia com esse quadro neste post.


Mudança de tema
Falando em José Guilherme Merquior, no dia 5 de Maio tomei uma importante decisão: iria fazer minha tese de doutorado sobre ele ao invés de Thomas Mann. O estopim foi uma conversa que tive com os meus "companheiros" de Beemote: o professor Christian e o doutorando Paulo.

XTC, a minha banda de 2015
Eu já gostava desta bandas desde 2008, mas passei a ouvi-la bem mais depois que comprei vários CDs deles na Livraria Cultura e no Mercado Livre - a coletânea dupla Fossil Fuel (1996), a obra-prima Skylarking (1986), o ambicioso English Settlement (1982), o réquiem Apple Venus, vol. 1 (1999), o eletrizante Drums and Wires (1979) e a antologia do Dukes of Stratosphear (1987).
Sobre Skylarking, fiz até um post no Facebook:
"Numa linhagem de álbuns conceituais com melodias pop e letras inteligentes que vai dos Beatles (Sgt. Pepper's) e Kinks (Village Green Preservation Society, Arthur, Lola) até o Blur (Modern Life, Parklife, Great Escape), existe uma banda não tão famosa quanto estas três, mas que gravou alguns dos melhores álbuns dos anos 80: o XTC. Um deles é Skylarking, que apresenta um ciclo de vida e morte, dia e noite, amor e solidão, contendo canções geniais como "The Meeting Place", "That's Really Super, Super, Supergirl", "1000 Umbrellas", "Big Day" e "Dear God"."
A propósito, Dear God foi um pretexto para um pequeno texto que publiquei no blog em meados de Maio.

Franz Ferdinand + Sparks
O que acontece quando a melhor banda de art rock da década passada se une a uma das melhores bandas de art rock da grande safra dos anos 70? Um dos melhores discos do ano, é claro! O supergrupo FFS (um acrônimo de Franz Ferdinand e Sparks) lançou um álbum homônimo que se destaca não só pelas canções criativas, mas também pelos clipes debochados, como o de "Piss Off", algo do tipo "Mortal Kombat meets Ninja Rangers on drugs".
Comprei o disco assim que foi lançado no Brasil, em Julho. Ele é mesmo sensacional; juntou os trunfos dos escoceses (as melodias grudentas, o vocal de Kapranos, o tom debochado e o ritmo dançante) com os pontos fortes do duo americano (os títulos criativos, as letras inteligentes e a sonoridade bem anos 70). 
Entre as melhores faixas estão "Johnny Delusional", "Call Girl", "Piss Off", "Sõ Desu Ne" e "Collaborations Don't Work", cuja letra é de uma metalinguagem hilária:
"Mozart didn't need a little Haydn to chart
Warhol didn't need to ask De Kooning 'bout art
Frank Lloyd Wright always ate à la carte
Wish I'd been that smart"

Copa América, Mundial Sub-20 e Copa do Mundo Feminina
Entre Junho e Julho respirei futebol; além da ascensão do Palmeiras no Brasileirão (depois que Marcelo Oliveira se tornou técnico da equipe, foram 6 vitórias em 7 jogos; chegamos a ficar em 3º lugar, a 2 pontos do Corinthians e 4 do Atlético!), assisti assiduamente aos jogos das seleções brasileiras na Copa América, no Mundial Sub-20 e na Copa do Mundo feminina. 
Na primeiras delas a seleção treinada por Dunga jogou tão mal (principalmente na derrota contra a Colômbia, marcada pelo papelão de Neymar) que torci para ela perder para o Paraguai nas quartas - o que de fato aconteceu, mais uma vez nos pênaltis, tal como na Copa América de 2011. Pelo visto sou pé-quente em "contra-torcida"; vide as Copas do Mundo de 2006, 2010 e 2014, quando também "azarei" o Brasil, rs.
No Sub-20 o escrete canarinho fez uma boa campanha, com direito a duas vitórias nos pênaltis contra as fortes seleções do Uruguai e de Portugal. Na final, contudo, a equipe não foi páreo para a forte defesa e os contra-ataques mortais da Sérvia, e perdeu por 2x1 no finalzinho da prorrogação. De toda forma, o saldo foi positivo, e jogadores como Gabriel Jesus saíram bem cotados.
Já a seleção feminina decepcionou, caindo nas oitavas-de-final para a Austrália. Marta fez sua pior Copa do Mundo. Felizmente o fiasco na competição serviu de lição para a equipe treinada por Vadão, pois um mês depois as meninas levaram o ouro no Pan com uma goleada de 4x0 sobre a Colômbia.

Aniversário surpresa
Eu queria fazer uma festa de aniversário com meus amigos no apartamento, porém achava melhor fazer no dia 30 de Junho, uma terça-feira, ao invés do dia oficial, 29, uma segunda. Sem que eu soubesse, a Carolina adicionou todos os amigos que estavam no evento do Facebook que criei e combinou com eles de fazer uma festa surpresa; nas palavras dela, "roubou meus convidados"!
Quando cheguei no apartamento e notei que a porta estava destrancada, já ia dar uma bronca na Carol, quando vi um balão e... "Surpresa!" Vários amigos meus vieram, e a noite foi ótima. Comemos e conversamos bastante enquanto assistíamos ao jogo Chile 2x1 Peru.

Artigo na Nabuco
Ainda sobre Merquior, coincidiu de eu decidir estudá-lo a fundo justamente quando o ensaio sobre ele que submeti à revista Nabuco foi aprovado para publicação na 4ª edição, lançada no início de Julho.
A versão inicial do mesmo foi um artigo que escrevi para o 5º Seminário Nacional de Sociologia e Política, realizado na UFPR em Maio de 2014. De certa maneira ele é o "esqueleto" para a minha tese de doutorado.
Fiquei feliz com a boa recepção que "José Guilherme Merquior: da nostalgia crítica à apologia do progresso" teve; meses depois, até o Martim Vasques da Cunha me disse que gostou do ensaio.

Cabaret
Convidado pela Camila, assisti a um show do Cabaret semana passada com ela, Victor, Leo, Caio e Cristiano. Foi uma performance incrível! Márvio (que também é editor de esportes d'O Globo) é um vocalista muito carismático e irreverente, e o resto da banda demonstrou muita técnica e feeling - nem sei dizer se curti mais o baixo, a bateria ou as guitarras!
Assim que acabou o show comprei A Paixão Segundo Cabaret, o álbum mais recente deles, que é um disco conceitual sobre as fases de uma paixão. 

 

Comentários:

 

 

[ << Home]