Rápido 'em off': acabei de ver o quinto episódio da 3ª temp. de Skins. Ótimo mesmo, e finalmente Freddie se encontrou no seriado. Até passei a me identificar mais com ele, embora também esteja achando boas as 'facadas' que a Effy, auxiliada pelo Cook, está dando nele. Tudo em nome de um enredo menos previsível...
Depois da (pertinente) intervenção de uma das minhas personalidades ontem, acho que hoje acordei um pouco mais consciente da situação em que me encontro. Não adianta apelar para a economia e falar em "recessão existencial", pois o dilema em que me envolvi não implica nada de muito complexo. Basta responder a mim mesmo a seguinte pergunta, com um "sim" ou "não": Você quer viver fora da bolha?
Não é a primeira vez que essa dúvida cruel é jogada na minha cara. Como vocês devem estar cansados de saber, já tive outras "horas H" em minha vida.
A primeira foi quando eu tinha 10 anos, recém-saído de uma paixão não correspondida, e respondi com uma entrega absoluta ao mundo geek e à "cultura pop"; se, hoje, em um teste, ganhei o status de Kinda Dorky Nerd God, superando minhas próprias expectativas, parte disso começou a ser construído há oito anos e meio. A segunda poderia ter sido aos 13, mas acho que naquela época a pergunta era outra: "Bate-bola, jogo rápido sobre seu espectro cultural: política e Beatles ou RPGs pelo resto da vida?" Pois é, meu destino poderia ter sido bem pior.
"In fact", a 2ª ocasião foi aos 15 anos, quando tive todo o cenário para a auto-revolução, tanto estético quanto social. A única coisa que mudei em mim naquela ocasião foi meu repertório político-musical-literário, que saiu de esquerda/classic rock/livros didáticos para direita/alternative rock/livros canônicos. Ou seja, nada realmente concreto.
A terceira e penúltima vez não ocorreu num momento exato, mas sim num longo período; para falar a verdade, o ano passado inteiro (lembrando que hoje faz um ano que fui aprovado no vestibular da UnB). O que fiz? Bem, até que fiquei mais sociável, fui em mais festas e tal, mas... tudo em doses homeopáticas e sem romper em nada com o Kaio que eu fui em anos anteriores. A ANPOCS, por exemplo, poderia ter sido antológica, mas, embora tenha sido uma experiência fantástica, contentei-me em desempenhar o papel de 'mais sóbrio da galera' e perder meu fanatismo político-ideológico. Fiquei menos intransigente? Sim, mas ainda não fiz nada que justificasse as pequenas transformações 'de mentalidade' por que supostamente passei.
Ok, vamos para mais uma participação especial.
Acho que o seu problema, Kaio dos 95%, é que você idealiza demais. Tudo parece ter que seguir seu plano meticuloso, sua "perfect situation". Aposto que, no fundo, o que você quer é um lance meio clichê de uma garota aparecer e botar ordem na casa, fazendo com que você passe a ter mais coragem e atitude. Certo?
Touché. Sinto muito, mas a tal "versão feminina de mim" não existe. "Garota certa"? Pode esquecer. Amor Storge? Isso é um mero termo técnico. Ah, e nem adianta a tática de idealizar meninas que sejam o seu "diâmetro oposto"; uma Effy da vida, sabe. Nada disso. É besteira acreditar que, um dia, em um bar, enquanto você estiver tomando sua Coca-Cola em paz, vai aparecer uma garota de maquiagem forte, sorriso sarcástico e mais iniciativa que você para puxar conversa com 'estranhos'. Essa realidade paralela só existe em suas redações, meu caro.
Eu estou de pleno acordo com o 'carinha vermelho' que apareceu aqui ontem: você precisa urgentemente parar de se levar tão a sério. Lembra daquele início antigo do seu profile no orkut: "Um notório pedante, prolixo, arrogante, pretensioso e que se proclama cult e vanguardista"? Ainda bem que você apagou aquele lixo, pois nós, os 5%, já estávamos fartos dessa caricatura tola que você faz de si mesmo. Você criou uma farsa e passou a viver dessa mentira. Você não é um 'misantrópico assexuado' ou qualquer outro adjetivo da mesma linha, caramba! Chega disso, meu rapaz! Talvez você seja mesmo apegado em excesso ao passado cheio de pequenos fracassos; apenas se esqueceu que não importa "onde você errou", mas sim se errará novamente.
É um saco ter que ficar dando esses sermões em um garoto que já é maior de idade, mas alguém precisava fazê-lo. Tire o Carnaval não só para pensar no que eu disse, como também para FAZER algo a respeito. Agora, com licença, que só volto a aparecer depois de ouvir um "sim" àquela pergunta que o 'red dude' lhe fez paragráfos atrás.