O papel do subconsciente
A maioria dos seres humanos conserva em sua memória os momentos mais marcantes de suas vidas, sejam eles bons ou ruins. Alguns fatos aparentemente tão corriqueiros, no entanto, podem ser guardados para sempre, como se fossem uma epifania, um momento de reflexão. Podemos até não aprender com nossos erros, mas eles ficarão eternamente lá, em nosso subconsciente.
Quando perdemos essa memória, é como se boa parte do que fomos e somos também se dissipasse. O esquecimento nos leva em direção ao vazio, como se fosse um niilismo. Por exemplo, ignorar a importância política do ato de um estadista anos atrás certamente nos levará a deixar que outro político destrua essa lembrança, ou mesmo a altere. Goebbels, quando disse que "Uma mentira contada mil vezes acaba se tornando uma verdade", reflete o contexto do nazismo, que aproveitou-se do desejo de vingança e do nacionalismo exacerbado alemão para criar uma ideologia racista e totalitária, que disseminou guerras, violência e muita destruição.
Outro que acertou em cheio ao comentar sobre essa deturpação do passado sócio-político foi George Orwell, através dos romances "1984" e "Revolução dos Bichos". Ambos fazem várias metáforas sobre a ditadura socialista da URSS, que utilizou-se da coerção, do terrorismo psicológico e da manipulação das informações para subjulgar sua população, a qual passou a ver o capitalismo e os inimigos do Estado (Trótski, por exemplo) como demônios a serem aniquilados, e o progresso soviético como uma verdade inabalável. Os poucos que se lembravam da realidade foram silenciados.
Devemos explorar ao máximo essa fantástico recurso que é a memória. Ignorar o papel dela na construção de nós mesmos e da sociedade é um passo decisivo para sermos enganados por charlatães e oportunistas. Estes farão de nós uma "massa de manobra", e levarão o mundo ao caos e à desordem sem escrúpulos, afinal, eles bem sabem que, quem conhece o passado, trabalha pelo presente e muda o futuro.
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