[Meu Facebook] [Meu Last.FM] [Meu Twitter]


 

 

Kaio

 

Veja meu perfil completo

 

 

 

 

01 fevereiro 2017

Adeus, Benzaquen

Hoje soube do falecimento de Ricardo Benzaquen de Araújo, um dos melhores professores que já tive. Além disso, ele foi meu orientador no doutorado da PUC durante o primeiro ano (e meu co-orientador no IESP até meados de 2016).
Fiz três matérias com ele: Teoria Sociológica 1 (2012), na qual ele deu aulas impressionantes sobre Georg Simmel e Max Weber; História e Historiografia da Cultura II (2013), que fiz como ouvinte, acompanhando suas interpretações de textos de Carl Schmitt e Kantorowicz; e História e Historiografia da Cultura IV (2014), na qual lemos Simmel e Lukács.
Desde que entrei no mestrado quis ser orientado por Benzaquen, pois soube que ele era um profundo conhecedor da obra de Thomas Mann. Não pude porque ele saiu do programa de Sociologia do IESP e foi se dedicar exclusivamente ao de História Social da Cultura da PUC, o que foi decisivo para que eu fizesse seleção de doutorado em ambas instituições. Como, porém, ganhei bolsa no IESP, acabei deixando o da PUC em segundo plano, mas continuei tendo ele como um conselheiro, mesmo quando mudei de tema em 2015 (de Mann para Merquior).
Ricardo era uma pessoa extremamente gentil, solícita e espirituosa. Além disso, tinha uma erudição notável em vários campos de estudo (tal como um "homem da Renascença"), algo cada vez mais raro em nosso meio acadêmico.
Escreveu poucos livros, mas são dois clássicos: Totalitarismo e Revolução (uma interpretação sem preconceitos do integralismo) e Guerra e Paz (um estudo revolucionário sobre Casa-Grande e Senzala, de Gilberto Freyre). Espero que um dia seus ex-alunos reúnam e publiquem suas anotações de aula, pois elas mostram o quanto ele conseguia revelar um universo hermenêutico a partir de textos de poucas páginas. 
Descanse em paz, Benzaquen.

 

Comentários:

 

 

[ << Home]