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Kaio

 

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30 outubro 2006

Lonely Days

Redação que eu fiz ontem. Hehe, ela me lembra muito do "Blue Kaio" (08/2005 - 09/2006) ...

O mundo pós-moderno caracterizou-se, de maneira geral, pelo cada vez mais acentuado individualismo. Fenômenos como a globalização, a internet, a queda da "velha" esquerda e a maior liberdade de expressão acabaram por isolar mais e mais os indivíduos na sociedade capitalista. E uma das conseqüências diretas disso, obviamente, é a solidão.
Claro que tudo isso é produto de um processo que já vinha se desenvolvendo há um bom tempo. Eça de Queirós, em "A Cidade e as Serras" (1901), já descrevia bem o tédio das cidades grandes e seus luxos. Chega-se a um ponto do indíviduo simplesmente ficar alheio à sua realidade, como quando Jacinto demora para entender quando lhe falam sobre o telegrama de uma russa.
No decorrer do século XX, outros escritores alertaram para essa visível isolação, como Aldous Huxley (em sua obra-prima "Admirável Mundo Novo", de 1932), Jean-Paul Sartre, Franz Kafka (especialmente em "A Metamorfose", a famosa novela sobre o homem que 'acorda' barata), e até na música esse tema foi amplamente discutido em letras de algumas bandas de rock, como Joy Division, The Smiths e Pink Floyd – em certos versos, nota-se até uma melancolia profunda e um forte pessimismo dos respectivos eu-líricos.
Claro que essa solidão não se manifesta de maneira homogênea. Algumas pessoas se entregam a ela de maneira mais resignada, e isso algumas vezes resulta em comportamento depressivo e tentativas (ou êxitos) de suicídio – principalmente em países desenvolvidos, como a Suécia. Outros preferem sublimá-la, se entregando à internet e aos amigos virtuais, praticamente "entrando na Matrix". A maioria, no entanto, prefere disfarçá-la com um comportamento aparentemente sociável, apostando em uma vida cujo único objetivo é ser popular, ter status – enfim, os "15 minutos de fama". Não sabem eles que, quando esses minutos acabam, o estado de solidão volta com força total. Novos refúgios surgem daí, como as artes, a filosofia, a religião ou, principalmente, as drogas, lícitas ou ilícitas.
Seria muita pretensão querer achar uma solução para esse problema da solidão e do isolamento. Não que ele seja uma viagem sem volta, mas só o tempo dirá se o ser humano se fechará mais e mais em suas bolhas individuais ou não. Um vídeo famoso que circula pela Internet retrata bem isso, com uma conclusão ácida: "Somos apenas macacos, (...) e todos os 6 bilhões de macacos se sentem sozinhos". Resta a cada um achar o seu próprio jeito de lidar com esse problema, quem sabe até com coisas aparentemente tão simples e banais, como o amor e a amizade...

 

Comentários:

 

 

quem corrige suas redações leu Eça de Queirós? ;-)


Esse Riccardo é chato mesmo... kkkkk Lindo texto, Kaio.


Epa, assinei errado: no post acima, leia-se Cacá


Cadê a parte que vc me cita como co-autora, hein?!
Afinal, eu que sugeri Pink Floyd!
Isso equivale a quase 50% dos direitos autorais!


Hahahahahahaha... não se preocupa, em um dos próximos posts eu falo sobre você. "About Débora". =D


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