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Kaio

 

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27 junho 2014

Os 16 classificados para as oitavas de final

48 jogos e 136 gols depois (média de 2,83 por partida), acabou a 1ª fase da Copa do Mundo de 2014. Dentre os 16 classificados para as oitavas, há muitas surpresas. Quem, antes do início do Mundial, esperaria ver Costa Rica, Nigéria, Argélia e Grécia classificadas? Alguém imaginava ver as européias Itália, Espanha, Portugal, Bósnia e Rússia já eliminadas? 
Eis os confrontos que eu esperava para essas oitavas: Brasil x Chile (sim, eu achava que eles iam passar, mas eliminando a Holanda), Colômbia x Uruguai (acertei x2), Espanha x México, Itália x Costa do Marfim, França x Bósnia, Alemanha x Rússia, Argentina x Suíça (acertei x3) e Bélgica x Portugal.
Farei uma breve análise das 16 equipes classificadas:
- Brasil: teve mais trabalho que o esperado contra croatas e mexicanos, mas conseguiu passar em 1º no seu grupo. Neymar vem se revelando um jogador decisivo nas horas difíceis. Felipão é um técnico "copeiro" (que o digam Criciúma, Grêmio, Palmeiras, Cruzeiro, Portugal e o próprio Brasil), então tenho boas expectativas quanto à nossa seleção.
- México: vem fazendo uma campanha surpreendente. Herrera consertou a tradicionalmente fraca defesa mexicana, que nessa 1ª fase só levou um gol.
- Holanda: arrasadora contra a Espanha e competente contra Austrália e Chile. Van Gaal vem se redimindo do fiasco da eliminação nas Eliminatórias de 2002, e pode tranqüilamente levar os holandeses às semifinais.

Na foto, um dos muitos lances impressionantes dessa Copa - o vôo do "superman" Van Persie.

- Chile: a equipe que joga nos meus esquemas táticos favoritos (3-4-3 e 4-3-3) destronou a seleção espanhola, e conta com sua melhor geração para tentar se livrar da freguesia contra o Brasil.
- Colômbia: finalmente conseguiu corresponder às expectativas, e saiu invicta de seus 3 primeiros jogos. Forte candidata a chegar pelo menos às quartas-de-final.
- Uruguai: após uma estréia desastrosa, conseguiu uma classificação heróica contra Inglaterra e Itália. Porém, não contará com Suárez, expulso após reincidir no seu distúrbio vampiresco. Talvez a Celeste se fortaleça na dificuldade, mas o histórico recente me deixa cético de que conseguirão ir longe sem seu artilheiro.
- Costa Rica: roubou da Bélgica o status de sensação da Copa. Vitórias convincentes contra uruguaios e italianos mostram que os costa-riquenhos evoluíram em relação à geração que caiu na 1ª fase em 2002 e 2006. É favorita contra a...
- Grécia: estreou mal, mas se recuperou contra Japão e Costa do Marfim, com direito a gol no último minuto. Se mantiver a postura ofensiva do jogo contra os marfinenses, quem sabe não consegue surpreender?
- França: já disse em outra ocasião que os franceses historicamente oscilam entre uma Copa boa e outra ruim (a única exceção foi na década de 80, quando a geração de Platini chegou a duas semifinais consecutivas). Deschamps vem se mostrando um ótimo técnico, e Benzema é o destaque de uma seleção que deve chegar às quartas e, quem sabe, até mais longe.
- Nigéria: passar da 1ª fase já é mais do que os nigerianos pretendiam nesse Mundial (afinal essa geração está focada mesmo em 2018). De toda forma, serviu para redimir o fiasco de 2010. Podem aprontar para cima dos franceses se repetirem a boa atuação contra a Argentina.
- Alemanha: foi bem contra os EUA e Portugal, mas contra Gana sua defesa deu sustos. Esta geração de Schweinsteiger, Müller, Lahm etc. está merecendo um título há tempos, mas bate na trave desde 2006; embora se possa definir a seleção alemã de Löw como "futebol arte mas pipoqueiro" (como diria meu amigo Nauê), ela prima pela regularidade - algo que falta, por exemplo, em Itália e França. Sendo assim, continua sendo uma das maiores candidatas a vencer a Copa.
- Argélia: vai enfrentar os alemães querendo se vingar do "jogo de compadres" em 1982 e também repetir o 2x1 que aplicaram na seleção germânica de então. É outra africana que foi mais longe do que se esperava (ao contrário das mais cotadas Gana e Costa do Marfim), então pode sair no lucro se simplesmente vender caro a derrota para a Mannschaft.
- Argentina: venceu mas não convenceu na primeira fase. Messi foi decisivo nas três partidas, mas parece até que ele está num "fogo amigo" contra a frágil defesa argentina. Por enquanto o placar está 4x3, mas a partir do mata-mata a Albiceleste não pode se dar a esse luxo. Sendo assim, no próximo jogo é preciso que Higuaín, Di María e os demais melhorem seu desempenho.
- Suíça: por enquanto correspondeu às expectativas - ganhou no sufoco contra o Equador, perdeu para a França (embora a goleada não fosse prevista) e se redimiu contra Honduras, com grande atuação do baixinho Shaqiri. Assim como os argentinos, seu ponto fraco é o setor defensivo (algo inimaginável nas duas últimas Copas, nas quais levaram 1 gol em 7 jogos). Portanto, pode ser uma partida com muitos gols.
- Bélgica: outra equipe que saiu com 9 pontos da 1ª fase, mas ainda não apresentou um futebol encantador. Ainda são melhores no PES/FIFA do que na vida real, rs. (Aliás, meu irmão Aderson joga muito bem com eles) Os belgas têm grandes chances de ficar entre os 8 primeiros, mas para isso precisam superar o futebol-força dos...
- Estados Unidos: ao contrário do approach ofensivo de quando era técnico de seu país (2004-06), Klinsmann agora prima por um estilo mais focado no aspecto físico do que no tático. Esta abordagem "play hard" deu certo contra os ganenses e quase garantiu a vitória contra os portugueses, mas pode não ser o bastante contra seleções mais talentosas. Acredito que o jogo contra a Bélgica deve parar na prorrogação ou mesmo nos pênaltis.

Jürgen Klinsmann e Joachim Löw. Na primeira fase, o pupilo venceu o mestre (Alemanha 1x0 EUA). Agora ambos estão nas oitavas.

24 junho 2014

A última rodada dos grupos C e D

Esta Copa está tão alucinante que até o grupo C, considerado o mais fraco (pois nenhuma de suas seleções conseguiu ir além das oitavas-de-final em Copas anteriores), teve uma última rodada de grandes emoções.
1. A Colômbia está jogando tão bem que, mesmo com o time reserva, ganhou por 4 a 1 do Japão. A seleção treinada por Pekerman está, por enquanto, fazendo tudo aquilo que se esperava da geração 1990-98 do futebol colombiano (Valderrama, Rincón, Asprilla etc.). O time conta com jogadores talentosos como Cuadrado, Gutiérrez, James Rodriguez (que fez um golaço hoje) - e, claro, o "Armeration", rs. Creio que a Colômbia tem grandes chances de superar o Uruguai e chegar pela 1ª vez às quartas-de-final. Seria um presente à enorme torcida que veio ao Brasil.
2. Nunca subestime a Grécia. Eis uma dura lição aprendida por França, República Tcheca e Portugal na Euro 2004, pela Rússia na Euro 2012 e, no jogo de hoje, pela Costa do Marfim. Desta vez, no entanto, o que se viu não foi a famigerada retranca grega, mas sim uma equipe bastante ofensiva, que mandou várias bolas na trave, obrigou Barry a fazer defesas e tentou a vitória até o último minuto, quando foi recompensada com um pênalti. Os marfinenses jogaram pelo empate, mas cometeram erros defensivos inadmissíveis para uma equipe que se propõe a ficar fechada na defesa; o 1º gol grego nasceu de um passe errado na zaga da seleção africana. Não sei se substituir Drogba e Gervinho após o empate foi uma boa idéia, ainda mais considerando a pressão grega. 
Enfim, a Costa do Marfim perdeu sua melhor chance de ir às oitavas, e sua melhor geração de jogadores, que foi a três Copas consecutivas, se despede melancolicamente. Quanto à Grécia, jogará - ainda como azarão - contra a Costa Rica na mais inusitada partida de oitavas desta Copa do Mundo.

Sobre o Grupo D:
1. Não assisti à partida entre Costa Rica e Inglaterra, mas parece que nem os próprios jogadores das duas seleções estavam muito interessados no jogo. Terminou em 0x0, resultado que garantiu aos costa-riquenhos uma surpreendente liderança do "grupo da morte" e aos ingleses a sua pior Copa de todos os tempos, com duas derrotas e este empate.


2. No primeiro tempo, a Itália até foi razoável, controlando a posse de bola e ditando o jogo, mas já demonstrava que sua postura era cautelosa e retranqueira; jogava pelo empate sem gols. Por sua vez, o Uruguai tentou alguns contra-ataques, mas estava longe de ter a proatividade da Grécia; parecia apenas torcer por um lance de bola parada. Tudo mudou no 2º tempo: primeiro com a substituição de Balotelli (que já havia levado cartão amarelo; Prandelli pode ter temido que o centroavante, com seu jeito destemperado, acabasse sendo expulso), e principalmente com a expulsão de Marchisio. Ambas baixas deixaram a Itália ainda mais defensiva, e o Uruguai finalmente tomou coragem e se lançou o ataque. Aos 34 minutos, Suárez (foto) covardemente morde o zagueiro Chiellini, que mesmo mostrando o machucado foi ignorado pelo juiz. Segundos depois, sai o gol da vitória uruguaia, feito de costas por Godín. 
Mais uma vez a Celeste venceu pela raça, mas essa classificação foi manchada pela atitude de Suárez (que já havia tido dois "episódios de mordida", um no Ajax e outro no Liverpool); a FIFA no mínimo deveria suspendê-lo da próxima partida. Quanto à Azzurra, é uma pena que o projeto de Prandelli fracassou, pois eu estava gostando dele como técnico. Talvez seu pecado nesta partida tenha sido justamente a inconsistência tática: a equipe não se decidiu entre o tradicional "catenaccio" e a ofensividade, e o fato de o técnico ter usado três formações diferentes nas três partidas explicita essa indefinição. Espero que a Itália consiga se renovar diante do fato de que não contará mais com os lendários Buffon e Pirlo, talvez os únicos que se salvaram nessa campanha medíocre.

22 junho 2014

Do 5º ao 10º dia da Copa

SEGUNDA
§ 1 - Assisti à partida entre Alemanha e Portugal no Botafogo Praia Shopping. A superioridade alemã foi até maior do que eu cogitava, embora a seleção portuguesa tenha "contribuído" para isso graças às falhas de sua defesa (ex.: no 4º gol, o goleiro praticamente entregou a bola nos pés de Müller). A expulsão de Pepe foi justa, afinal ele mostrou conduta anti-desportiva ao dar uma cabeçada em um adversário sobre o qual havia acabado de cometer falta. Cristiano Ronaldo decepcionou, e nem cobrando falta conseguiu fazer um gol; Portugal pagou pelo risco de depender muito das atuações dele; basta lembrar que Cristiano fez todos os gols na repescagem contra a Suécia.
§ 2 - Não farei maiores comentários sobre Irã 0x0 Nigéria, até porque só vi o 1º tempo e o final do 2º; estava em reunião do Sociofilo. Porém, aquilo que assisti foi o bastante para endossar a opinião geral de que foi o pior jogo da Copa até agora. Duas equipes limitadas e que cometeram muitos erros no ataque. A Nigéria se esforçou mais, mas a melhor chance de gol foi iraniana.
§ 3 - A seleção americana precisou de apenas 30 segundos para abrir o placar. Dali em diante foram 80 minutos de pressão de Gana, e quando finalmente conseguiram empatar, os EUA reagiram prontamente e, em um escanteio, fizeram 2x1. Klinsmann montou uma boa equipe, e pode dar trabalho para Portugal e Alemanha nos próximos jogos.


TERÇA
§ 1 - A Bélgica, para surpresa de todos que apostam nela como a possível Croácia '98 dessa Copa, começou perdendo para a Argélia. Os belgas só conseguiram virar o jogo depois da entrada de Fellaini. O gol de Mertens, em que pese a falha de marcação dos argelinos, foi bonito.
§ 2 - O Brasil teve boas chances de gol contra o México, mas a atuação espetacular de Ochoa parou o ataque brasileiro. A seleção comandada por Felipão não jogou tudo o que pode, mas creio que o treinador precisa fazer algumas mudanças no time; p.ex., trocar Paulinho por Hernanes e Hulk (ou Fred) por Willian. Eu já imaginava que os mexicanos iam jogar pelo empate, e eles conseguiram lograr com sua postura mais defensiva - e ainda obrigaram Júlio César a fazer alguma defesas no 2º tempo.
§ 3 - Rússia e Coréia do Sul fizeram uma partida mediana; o empate foi justo. Destaque para o frango do goleiro Akinfeev - pelo frango em si e pela emoção que deu à partida, já que os russos correram atrás do empate.



QUARTA
§ 1 - A julgar pelas partidas Holanda 3x2 Austrália e Espanha 0x2 Chile, é melhor o Brasil pegar nas oitavas a Holanda do que o Chile. Os chilenos têm uma defesa melhor do que a dos holandeses - os quais tiveram muitas dificuldades para superar os australianos, na medida em que estes não deram muito espaço para os contra-ataques rápidos de Robben e cia. Vale destacar o golaço de Cahill, que conseguiu a notável marca de fazer 5 gols pela Austrália em três Copas.


Porém, se o Brasil quer mesmo ser hexa, não tem como "escolher" adversário. Nosso caminho no mata-mata será o mais difícil dos últimos tempos, e não me surpreenderia se caíssemos já nas oitavas.
Quanto à Espanha, creio que a teoria do envelhecimento continua válida; mas, no jogo de hoje, o técnico Del Bosque mexeu mal no time: estar perdendo por 2x0 e demorar para colocar mais um atacante foi fatal. Além do mais, o estilo de jogo lento da seleção espanhola não é propenso a virar partidas, mas sim manter uma vantagem já estabelecida.
Não se pode, é claro, minimizar o mérito do Chile, que se defendeu muito bem, foi eficiente no ataque e anulou taticamente a Espanha. Sampaoli, que já havia sido sensação na Universidad de Chile, conseguiu aperfeiçoar o estilo de Bielsa - esta seleção é bem melhor que a de 2010.
§ 2 - Os croatas jogaram muito bem contra Camarões, e a goleada por 4 a 0 foi merecida. Mandzukic fez 2 gols e mostrou que sua presença no jogo contra o Brasil poderia ter complicado bastante as coisas para nossa seleção. Os camaroneses bateram cabeça (literalmente) e seu futebol-força está longe de encantar. A eliminação precoce é merecida.



QUINTA
§ 1 - A primeira partida do dia já começou emocionante nos hinos, com a torcida colombiana cantando alto e um jogador marfinense chorando. Após uma primeira etapa com muita correria, a Colômbia venceu a Costa do Marfim em um 2º tempo eletrizante. A velocidade nos contra-ataques se mostrou decisiva no segundo gol, feito por Quintero. Desta vez a presença de Drogba não motivou uma virada marfinense, mas nos minutos finais sua seleção quase empatou o jogo. 
§ 2 - A vitória uruguaia foi mais do que justa; a Celeste mostrou muito mais raça que o England Team. Luis Suárez, após recuperação milagrosa, foi um monstro nessa partida, e fez os 2 gols do Uruguai. Os ingleses perderam muitas chances de gol porque insistem em um único tipo de jogada: o cruzamento na área ("chuveirinho"). Não por acaso, o gol saiu justamente de uma outra abordagem - contra-ataque rápido e toque certeiro para Rooney finalmente fazer seu 1º gol numa Copa. Com muita posse de bola e pouca eficiência, a Inglaterra está praticamente eliminada do Mundial. Já diria Antero Greco: "O campeonato inglês é espetacular. Os ingleses no futebol sempre foram bem medianos."


§ 3 - O Japão foi frustrante (e irritante) no empate sem gols com a Grécia. Mesmo com um jogador a mais, a equipe perdeu chances incríveis de gol. Um amigo meu observou que o problema da equipe japonesa não é exatamente tático ou técnico, mas de mentalidade:  faltou confiança, garra, "vontade de ganhar". O mesmo problema já havia ocorrido no jogo contra a Costa do Marfim, quando a entrada de Drogba foi o bastante para a equipe entrar em pane e levar a virada. Infelizmente os japoneses não conseguem repetir o bom Mundial que fizeram em 2010 (e 2002); a campanha desse ano tende a ficar mais parecida com a de 2006, ainda mais se no próximo  jogo levarem 2 ou mais gols da Colômbia.

SEXTA E SÁBADO
Dos seis jogos, cinco terminaram com resultados surpreendentes (o único previsível foi Equador 2x1 Honduras). Vamos à análise dessas partidas emocionantes:
§ 1 - Costa Rica repetiu a façanha de 1990 (quando se classificou após eliminar Escócia e Suécia e perder bravamente para o Brasil), só que dessa vez em um grupo dificílimo, com 3 campeões mundiais. A vitória contra o Uruguai já havia mostrado a habilidade costa-riquenha em operar contra-ataques rápidos; desta vez a vítima foi uma decepcionante Itália, que jogou de forma lenta e nervosa. Nem parecia a mesma Azzurra vice-campeã européia em 2012, 3ª na Copa das Confederações do ano passado e que há apenas uma semana havia vencido a Inglaterra jogando bem. O que me consola é que a Itália cresce na dificuldade. É por isso que o jogo contra o Uruguai será épico: duas equipes com vocação para fênix.
§ 2 - A França surpreendeu com uma goleada sobre a Suíça. Para quem esperava uma retranca do eterno país neutro, o que se viu foram (muitas) falhas defensivas, devidamente aproveitadas por Benzema e cia. Os franceses historicamente alternam uma Copa boa e outra ruim - campeões em 98, eliminados na 1ª fase em 2002, vice em 2006, outro fiasco em 2010 e, desta vez, podem novamente chegar longe. Parabéns para o técnico Deschamps, que por enquanto conseguiu suprir a ausência de Ribéry.
§ 3 - Os argentinos tiveram muito trabalho para vencer os iranianos por um mísero 1x0, graças ao gol salvador de Lionel "Robben" Messi. Confesso que cheguei a torcer para o Irã, pois eles mostraram muita raça e chegaram perto de abrir o placar. A Argentina ainda está abaixo do esperado, e seu "quarteto mágico" (Di María, Messi, Higuaín e Agüero) ainda não jogou o belo futebol que costuma mostrar no futebol europeu. O técnico Sabella demorou muito para fazer substituições (e ainda deixou um apático Gago em campo), e essa lentidão pode custar caro em um jogo de mata-mata.
§ 4 - Assisti ao jogo Alemanha vs. Gana no avião da Azul que me levou do Rio para Goiânia. Que grande partida, hein? Desta vez os alemães não encontraram uma defesa tão esburacada como a portuguesa, e por isso demoraram para abrir o placar - e, quando conseguiram, levaram o empate apenas três minutos depois. Para piorar, sua zaga cometeu um deslize que permitiu a virada pelos pés de Gyan. Foi então que Löw mostrou a celeridade que faltou no técnico hermano: Schweinsteiger e Klose (foto) entraram, e este marcou seu 15º gol em Copas, empatando com Ronaldo como o maior artilheiro da história do torneio. Gana ganhou sobrevida no Mundial, mas depende de uma vitória lusitana sobre os americanos para chegar à última rodada com chances reais (e não apenas matemáticas/remotas) de conseguir a 2ª vaga. Quanto à Alemanha, mais um favorito tropeça, deixando claro que essa Copa não está fácil para os europeus.


§ 5 - Quem diria que a Nigéria, após protagonizar o pior jogo da Copa 2014 contra o Irã, renasceria contra a Bósnia? Pois é, aposto que o bolão de muita gente não contava com essa zebra, rs. A seleção de Džeko foi eliminada por uma equipe aguerrida, que resistiu bravamente; o ataque bósnio também não colaborou, e teve até uma bisonha furada de bola aos 44 do 2º tempo. Os nigerianos estão praticamente classificados, e só precisam de um empate contra a Argentina ou, o que é mais provável, que os iranianos não vençam os bósnios por uma boa diferença de gols.

Sempre que possível estou fazendo a cobertura dos jogos da Copa do Mundo pelo meu Twitter.

15 junho 2014

Os quatro primeiros dias da Copa 2014

§ 1 - Gostei de Brasil x Croácia; o jogo foi equilibrado e por vezes tenso. Ao lado de Alemanha 4x2 Costa Rica (2006), foi a melhor abertura de Copa dos últimos 30 anos. Errei meu bolão (apostei que seria 1x0 para o Brasil), mas não contava com a astúcia de Marcelo e a eficiência da dupla Oscar-Neymar. Fiquei feliz em ver a capacidade de reação da equipe (ponto em que as seleções de Dunga e Parreira pecaram nas duas últimas Copas) e o poder ofensivo do esquema 4-2-3-1 adotado por Felipão. Porém, estou preocupado com nossa defesa, que principalmente no lado direito deixou muitos espaços para a Croácia contra-atacar. Além disso, o centroavante Fred deixou a desejar, embora tenha sido "decisivo" ao cavar um pênalti na malandragem, rs.
§ 2 - México 1x0 Camarões foi uma partida marcada pela chuva forte e pelos erros de arbitragem, mas nem o gramado molhado nem os 2 gols injustamente anulados impediram os mexicanos - que foram melhores em campo - de saírem com os 3 pontos.
§ 3 - Que massacre da Holanda sobre a Espanha, hein? Nem o mais entusiasta torcedor da Laranja Mecânica poderia imaginar que este jogo terminaria 5 a 1! Foi uma vitória sonora que mudou completamente o cenário do Grupo B - e do possível cruzamento do Brasil nas oitavas. Agora podemos enfrentar ou uma Espanha vingativa, querendo se redimir do 3x0 do ano passado e da má impressão da goleada de hoje, ou um Chile embalado por eliminar os atuais campeões do mundo já na 1ª fase.
§ 4 - Falando neles, os chilenos começaram o jogo contra a Austrália de forma arrasadora, com dois gols (um deles do mago Valdívia!) em menos de 15 minutos. A equipe comandada pelo "bielsiano" Sampaoli, no entanto, diminuiu o ritmo depois do segundo gol, permitindo aos australianos crescerem no jogo e quase empatarem o placar. Nos últimos instantes, contudo, o reserva Beausejor fez o terceiro e confirmou o triunfo da seleção chilena.


§ 5 - Colômbia mostrou força a despeito da ausência de Falcao García, e superou a Grécia por um contundente 3 a 0. Destaque para a sensacional comemoração do "Armeration", rs.


§ 6 - O Uruguai decepcionou. Eu e o Nauê concluímos que a Celeste é uma seleção que passa pelo mesmo problema da Espanha: envelhecida, sem renovação em relação à última Copa. Costa Rica fez por merecer a virada, ainda mais depois que, mesmo já ganhando por 2x1, o técnico colocou mais um atacante.
§ 7 - A Azzurra, minha seleção favorita desde os tempos de FIFA 98 e Euro 2000, combinou a ofensividade implantada por Prandelli (e executada por Balotelli, que na foto abaixo deu uma zoada nos ingleses) com 40 minutos de "catenaccio" depois que a equipe fez o 2º gol. O maestro Pirlo - que quase fez um gol de falta no finalzinho - regeu um time que acertou mais de 90% dos passes. A Inglaterra não teve como reagir, ainda mais com a péssima pontaria de Rooney. 


§ 8 O Japão começou bem, com um belo gol de Honda; gostei do jogo veloz do time. Porém, só foi Drogba entrar que a Costa do Marfim reagiu e, em menos de 5 minutos, virou o placar. Zaccheroni precisa arrumar a defesa nipônica para tentar conseguir a vitória nos próximos jogos.
§ 9 Você percebe que uma Copa do Mundo está boa quando até a Suíça não termina um jogo em 0x0. Após uma falha de marcação que permitiu o 1º gol equatoriano, os suíços ficaram mais ofensivos e foram recompensados com o gol da vitória no último minuto de jogo.
§ 10 A França se impôs sobre o jogo sujo de Honduras, num jogo cheio de polêmicas. A arbitragem de Sandro Ricci foi correta nos dois lances controversos: de fato Palacios merecia ser expulso (pela pisada em Pogba e pela cotovelada no pênalti), e de fato a bola entrou - ainda que milimetricamente - no lance do 2º gol. 
§ 11 Por fim, no Maracanã os argentinos jogaram mal, mas saíram com a vitória. Foi preciso a torcida xingar Messi para que o baixinho "acordasse" e fizesse um golaço, com direito a deixar seus marcadores trombando! A Bósnia precisa melhorar a precisão nos passes, mas fez uma partida melhor que o esperado. 


P.S.: A média de gols dessa Copa por enquanto está excelente: 3,36 (37 em 11 jogos). É a melhor desde a Copa de 1958.

Acompanhem minha cobertura ao vivo dos jogos da Copa do Mundo pelo meu Twitter.