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Kaio

 

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28 fevereiro 2009

All of a Sudden

Here we go again... Mais um post sobre generalidades.

Comecemos por Roxy Music, uma das que mais ouvi nos últimos dias. Fiquei encantado pela mistura de arte, glamour, experimentalismo e elegância que permeia o som da
banda capitaneada por Bryan Ferry. Logo de cara, adorei as músicas dos primeiros anos deles, como "Virginia Plain", "Re-make/Re-model", "2HB" e "Do The Strand". Atualmente, ainda estou conhecendo a discografia deles, mas já tenho mais canções prediletas: "Out Of The Blue", "The Thrill Of It All" e "More Than This".
Nem preciso comentar como esse 'approach artístico' do Roxy Music é notável até nas capas dos álbuns deles, certo? Além da inesquecível e polêmica de Country Life, também gostei da capa sofisticada de For Your Pleasure e da extravagante do primeiro álbum.
Mal consigo acreditar que demorei tanto para "descobrir" esta banda, mas nunca é tarde para ouvir rock de alta qualidade, não é mesmo?

Big Brother Brasil 9, também conhecido como The Sims Brasil 9, veio melhor do que a encomenda. As duas últimas edições tiveram seus altos e baixos, mas ainda faltava algo para que fosse retomado o patamar alcançado na 3ª edição, ápice do programa. Pois é, ganhamos isso e muito mais no BBB9. Algumas táticas aparentemente desnecessárias (por exemplo, o quarto branco e a casa de vidro, especialmente a segunda, com André e Maíra) serviram para esquentar o programa e diminuir a previsibilidade do jogo. Tanto é que, com quase dois meses, ainda não há um favorito claro.
Na 1ª semana, torci pelo "vovô" Norberto, mas logo cansei das piadinhas sem graça e das baixas capacidades dele em ser confiável e sociável. Transferi minha preferência para Flávio, por ter perfil de jogador centrado e observador; mas, passaram os dias e ele não se revelou tão astuto quanto eu imaginava. Logo, faço minha última mudança, desta vez para o estrategista Max. De fato, o relacionamento com Fran o fortaleceu no jogo, mas eles não estão fazendo um típico "namoro de Big Brother", com um homem possessivo e ciumento e uma mulher que não sabe o que quer da vida (e do jogo). Pelo contrário: Maximiliano dá independência para Francine, embora não deixe de puxar a orelha dela em ocasiões em que ela 'se faz de vítima' ou fala sem pensar; por exemplo, ontem mesmo, com a reação excessivamente emocional dela à indicação ao paredão.
Ralf é um mala, sempre com a mesma conversa furada sobre "não haver como saber a resposta" ou justificando mal seus votos estranhos; Mirla, felizmente, sairá domingo, depois de ter sido a jogadora mais inexpressiva dessa edição; Maíra é caricata até no jeito de falar; Josi, ao contrário do esperado, vem se apagando desde a saída de Newton; Naiá está mais para bruxa que vovozinha; Ana utiliza barracos como tática para crescer no jogo; Priscila e Milena, embora algumas vezes sejam exageradas, estão se destacando no programa pela determinação; já Flávio perdeu um pouco o rumo depois da burrada que fez na prova do líder de semana passada, mas ainda não está 'morto' no jogo.

Em apenas dois meses, já assisti a mais filmes no cinema do que em 2008, quando vi apenas um (Speed Racer). Nesse ano, já foram dois: em Janeiro, "O Curioso Caso de Benjamin Button" e, na terça passada, "Slumdog Millionaire". Curiosamente, os dois mais premiados no Oscar. Juro que assisti a "Benjamin Button" sem saber das indicações dele, mas, no caso do filme de Danny Boyle, admito que o 'Efeito Oscar' (afinal, foram 8) me incentivou a ir vê-lo.
E não é que "Slumdog" é bom mesmo? É uma história cativante, em que o espectador praticamente sente que está dentro do filme, acompanhando a trama de Jamal. Além disso, mescla humor e drama sem cair no meloso ou no pastelão. Outro ponto forte é a construção da passagem temporal, pois há cenas em que coexistem presente, passado mais imediato e passado 'infância-adolescência' sem que isso fique confuso ou pretensioso.
De fato, Boyle, que já havia feito um dos melhores filmes britânicos dos anos 90 ("Trainspotting"), teve grande importância para tornar "Slumdog Millionaire" tão bom de se assistir. Ainda não li o livro, mas ele fez uma adaptação tão boa do roteiro que fica difícil imaginar como esse enredo tão "cinematográfico" era na sua versão literária. O elenco também não decepciona, e sobram personagens interessantes.
Dos Oscar que o filme ganhou, concordo com os de fotografia, diretor, edição, canção original e trilha sonora (ao contrário da novela das 8, aqui as músicas indianas não são irritantes). Quanto a efeitos sonoros, acho que "Cavaleiro das Trevas" deve ter sido melhor (bem, pelo menos é o que o pessoal na cobertura do Judão dizia). Agora, quanto aos de roteiro e melhor filme', não sei; afinal, "Benjamin Button" é uma película mais de acordo com o meu gosto, pelo seu apelo artistico e no senso moral e existencial intrínsecos ao enredo. Mesmo assim, o Oscar não ficou em mãos tão 'erradas' assim, ao contrário de 3 anos atrás, quando o bom "Crash" venceu o ótimo "Brokeback Mountain".

Ando jogando, vendo e lendo muito sobre Pokémon. Isso não é novidade, pois sou viciado nessa franquia há quase dez anos. Porém, descobri muitas coisas legais que (ainda) não sabia através de sites que achei recentemente. Encontrei várias curiosidades sobre o desenvolvimento dos games, semelhanças com cidades e regiões do Japão, detalhes de cada jogo etc.
Além disso, o fato de a Rede TV! ter começado a reprisar os episódios da 1ª temporada só me deram mais convicção de que aqueles 50, 60 primeiros capítulos foram mesmo a melhor fase do desenho, com os roteiros mais instigantes e divertidos. Isso até me fez voltar a jogar "Pokémon Yellow", única versão em que, sem trocas, você poderia ter Bulbasaur, Charmander e Squirtle.
Vou colocar a Bulbapedia entre os links do blog, caso queiram se entreter com esse tipo de nerdice. Até a próxima.

23 fevereiro 2009

Outro Lado

Como porta-voz dos 95% mais eruditos e abstêmios de Kaio Felipe, exijo direito de resposta às considerações feitas nos dois posts anteriores pela minoria supostamente oprimida. Falarei no plural, para ser coerente com o relativo consenso entre nós sobre o que há de ser dito.

Não iremos negar que faz absoluto sentido o que eles disseram; foi um magnífico exercício de retórica. Porém, limita-se a isso: retórica. Tal como um discurso político dos mais belos e falaciosos, a eloqüência professa pelos colegas 'vermelho' e 'roxo' não tem sustentação nos fatos. Trocando em miúdos: a curto prazo, não há 'condições materiais' para a revolução comportamental que eles pregam.
Que fique bem claro que não queremos desanimá-los nesse intento. Sempre respeitamos este setor minoritário, que muitas vezes aproveitou bem os minutos, instantes e lampejos que teve para se expressar mais; uma "oposição responsável", por assim dizer. Só que, pelo menos enquanto Kaio não voltar para Brasília e ajustar suas prioridades, não será possível que ele siga ortodoxamente exortações como "Não só pensar, como também fazer algo a respeito". Sentimos muito, mas este Carnaval não ofereceu o cenário propício. Eis quatro dos motivos:

1 - Escassas opções de entretenimento interessantes. A oferta de comemorações carnavalescas ligadas ao trio axé/funk/samba foi elevada, mas, venhamos e convenhamos, ela não é relevante para Kaio. Até havia um festival de rock no Martim Cererê (Grito Rock), mas 20 reais para ver só uma ou duas bandas conhecidas, e com poucas chances de encontrar algum(a) amigo(a) ou colega por lá, não dá.
2 - O Oscar salvou a noite de domingo. Siga a equação do sucesso: Hugh Jackman clamando "I'm Wolverine" e fazendo piadinhas sobre a Nova Zelândia + Heath Ledger ganhando o 'careca' póstumo por seu Coringa + o 'filme do carinha indiano de Skins' (a.k.a. "Slumdog Millionaire" e Anwar) faturando todas, ganhando inclusive mais do que seria justo + "Benjamin Button" levando apenas 3 Oscar, mas tendo a maquiagem e os efeitos especiais devidamente reconhecidos + a diversão em acompanhar a premiação simultaneamente, pelo Judão e a TNT + e, principalmente, Kate Winslet mandando um "chupa, Merryl Streep!".
3 - A terceira parte do "Seven Ages of Rock", sobre o Punk, foi muito boa, dando inclusive vontade de (voltar a) ouvir bastante Ramones, Sex Pistols, Clash e cia.
4 - Um pouco de videogames e chocolate para esfriar os ânimos. "Pokémon Yellow" e brigadeiro são os melhores instrumentos de alienação da cultura ocidental!

Enfim, antes que desandemos ainda mais para o humor, encerramos este direito de resposta comunicando nossa decisão por uma 'negligência salutar'. Queremos com isso dizer que, caso vocês, a 'multidão dos 5%', quiserem fazer, ao longo deste ano, reformas profundas na conduta para a vida deste rapaz, não os impediremos tanto quanto costumávamos. Vocês sabem muito bem que uma coalizão e uma coexistência pacífica podem ser úteis para amenizar instabilidades, sejam elas político-governamentais ou existenciais. Boa noite.

20 fevereiro 2009

(Re)descoberta

Rápido 'em off': acabei de ver o quinto episódio da 3ª temp. de Skins. Ótimo mesmo, e finalmente Freddie se encontrou no seriado. Até passei a me identificar mais com ele, embora também esteja achando boas as 'facadas' que a Effy, auxiliada pelo Cook, está dando nele. Tudo em nome de um enredo menos previsível...

Depois da (pertinente) intervenção de uma das minhas personalidades ontem, acho que hoje acordei um pouco mais consciente da situação em que me encontro. Não adianta apelar para a economia e falar em "recessão existencial", pois o dilema em que me envolvi não implica nada de muito complexo. Basta responder a mim mesmo a seguinte pergunta, com um "sim" ou "não": Você quer viver fora da bolha?
Não é a primeira vez que essa dúvida cruel é jogada na minha cara. Como vocês devem estar cansados de saber, já tive outras "horas H" em minha vida.
A primeira foi quando eu tinha 10 anos, recém-saído de uma paixão não correspondida, e respondi com uma entrega absoluta ao mundo geek e à "cultura pop"; se, hoje, em um teste, ganhei o status de Kinda Dorky Nerd God, superando minhas próprias expectativas, parte disso começou a ser construído há oito anos e meio.
A segunda poderia ter sido aos 13, mas acho que naquela época a pergunta era outra: "Bate-bola, jogo rápido sobre seu espectro cultural: política e Beatles ou RPGs pelo resto da vida?" Pois é, meu destino poderia ter sido bem pior.
"In fact", a 2ª ocasião foi aos 15 anos, quando tive todo o cenário para a auto-revolução, tanto estético quanto social. A única coisa que mudei em mim naquela ocasião foi meu repertório político-musical-literário, que saiu de esquerda/classic rock/livros didáticos para direita/alternative rock/livros canônicos. Ou seja, nada realmente concreto.
A terceira e penúltima vez não ocorreu num momento exato, mas sim num longo período; para falar a verdade, o ano passado inteiro (lembrando que hoje faz um ano que fui aprovado no vestibular da UnB). O que fiz? Bem, até que fiquei mais sociável, fui em mais festas e tal, mas... tudo em doses homeopáticas e sem romper em nada com o Kaio que eu fui em anos anteriores. A ANPOCS, por exemplo, poderia ter sido antológica, mas, embora tenha sido uma experiência fantástica, contentei-me em desempenhar o papel de 'mais sóbrio da galera' e perder meu fanatismo político-ideológico. Fiquei menos intransigente? Sim, mas ainda não fiz nada que justificasse as pequenas transformações 'de mentalidade' por que supostamente passei.
Ok, vamos para mais uma participação especial.


Acho que o seu problema, Kaio dos 95%, é que você idealiza demais. Tudo parece ter que seguir seu plano meticuloso, sua "perfect situation". Aposto que, no fundo, o que você quer é um lance meio clichê de uma garota aparecer e botar ordem na casa, fazendo com que você passe a ter mais coragem e atitude. Certo?
Touché. Sinto muito, mas a tal "versão feminina de mim" não existe. "Garota certa"? Pode esquecer. Amor Storge? Isso é um mero termo técnico. Ah, e nem adianta a tática de idealizar meninas que sejam o seu "diâmetro oposto"; uma Effy da vida, sabe. Nada disso. É besteira acreditar que, um dia, em um bar, enquanto você estiver tomando sua Coca-Cola em paz, vai aparecer uma garota de maquiagem forte, sorriso sarcástico e mais iniciativa que você para puxar conversa com 'estranhos'. Essa realidade paralela só existe em suas redações, meu caro.
Eu estou de pleno acordo com o 'carinha vermelho' que apareceu aqui ontem: você precisa urgentemente parar de se levar tão a sério. Lembra daquele início antigo do seu profile no orkut: "Um notório pedante, prolixo, arrogante, pretensioso e que se proclama cult e vanguardista"? Ainda bem que você apagou aquele lixo, pois nós, os 5%, já estávamos fartos dessa caricatura tola que você faz de si mesmo. Você criou uma farsa e passou a viver dessa mentira. Você não é um 'misantrópico assexuado' ou qualquer outro adjetivo da mesma linha, caramba! Chega disso, meu rapaz! Talvez você seja mesmo apegado em excesso ao passado cheio de pequenos fracassos; apenas se esqueceu que não importa "onde você errou", mas sim se errará novamente.
É um saco ter que ficar dando esses sermões em um garoto que já é maior de idade, mas alguém precisava fazê-lo. Tire o Carnaval não só para pensar no que eu disse, como também para FAZER algo a respeito. Agora, com licença, que só volto a aparecer depois de ouvir um "sim" àquela pergunta que o 'red dude' lhe fez paragráfos atrás.

19 fevereiro 2009

Todo mundo dança na sua própria batida

Uau, a nova temporada de Skins está mesmo quente. Já vi os quatro primeiros episódios, além de alguns vídeos extra liberados pela E4 (como os Unseen Skins), e mal posso aguardar até o 5º episódio - que passou hoje na Inglaterra - ser legendado para baixá-lo.
O ep. 4 foi o melhor até agora, encaixando todos os elementos típicos da série (sexo e drogas em excesso, bom humor, problemas familiares etc.) da melhor maneira possível. Effy e Cook continuam sendo o centro das atenções - e conseqüentemente, pólos de confusão - , embora Emily e Naomi já estejam começando a mostras suas asas, JJ suas neuras, Freddie a sua personalidade 'sensível e protetora dos amigos' e Pandora passou a ter mais atitude. Ok, sem spoilers, mas fiquem de olho em uma cena que envolve o clássico-farofa "Livin' On A Prayer"!

Outro assunto: música. XTC e Roxy Music, pelo que já ouvi desde ontem, são bons mesmo. Estou vendo que 19 d.M. me reserva ótimas novidades musicais.
O disco novo da Lily Allen ficou bacana, tanto quanto o primeiro, embora siga por outros caminhos (no caso, a balada eletrônica). "The Fear" é candidata a obra-prima da moçoila britânica, e "Everyone's At It" e "Who'd Have Known" merecem ser singles.

Quem diria, peguei no tranco com "Crash". Acho que, ao contrário de Dezembro, época em que li as primeiras 80 páginas, estou mais animado a ler as descrições de acidentes automobilísticos e a conotação sexual (assim como a reflexão tecnológico-social) intrínseca a eles. Sei lá, talvez dê para terminá-lo amanhã ou sábado.

Ok, esta postagem precisa ter mais consistência. Vamos falar sobre meu livro então, certo? [Silêncio] Whatever. O fato é que, 8 dias atrás, quando eu terminei a leitura de "Sidarta" e comecei "O Lobo da Estepe", ainda achei tempo para, após tantos meses, voltar a escrever algo para "(Des)construção Psíquica".
Continua um lixo, mas pelo menos preenchi oito páginas, que serão a base para o primeiro capítulo. César continua soando como um nerd altamente prolixo, além de incapaz de viver a vida intensamente. Henrique, aquele com quem divide o diálogo (e a narração), parece um junkie arrogante, caricato e muito apegado ao passado. Ou seja, ambos deixam a desejar como personagens cativantes. Poxa vida, o que preciso fazer para começar a escrever um livro melhor? [Alguém na platéia diz: "Que tal ter alguma experiência de vida, para pelo menos saber contar algo que não seja do seu mundinho geek?"] É, tem razão. Droga.
Não é um mero acaso quando todos os seus escritores favoritos foram sujeitos porra-loucas, instáveis e que tinha feito muitas coisas (boas e ruins) dignas de servir como base para uma aventura literária.

...

Oras, Kaio, é a milésima vez que falamos nisso, mas você nunca aprende: jamais escreverá um livro bom se não tiver mais do que "anedotas que sirvam de exemplificação das teorias anfisistas e egoperspectivistas, assim como um acerto de contas com a adolescência praticamente vazia de experiências".

Pense na frase-título do post, que foi 'quotada' de Elizabeth Stonem. Todos nós temos individualidade e idiossincrasias, e seguimos no ritmo que aguentamos, certo? Mas, não estaria você desperdiçando sua juventude vivendo de maneira tão cautelosa e sistemática? Tudo bem que você até hoje se sentiu confortável nesse 'sistema' que impôs a si mesmo, mas até que ponto isso vale a pena? Será que você vai esperar até os 40, 50 anos de idade para dar vazão às suas personalidades menos intelectualóides e mais (autenticamente) libertárias? Pode ser tarde demais. Será 19 d.M. o ano em que você terá a coragem de quebrar a bolha em que você mesmo se colocou há tantos anos? Você terminará essa década do mesmo jeito que a iniciou, ou seja, solitário e alienado em um mundinho de 'cultura pop'? Vamos lá, cara! Você precisa (e, talvez, deva mesmo) mudar! Esse sujeito pouquíssimo espontâneo que você é precisa levar um choque de realidade!
Ok, eu, que sou um representante dos 5% de você que querem 'viver a vida', talvez não tenha sido claro sobre "como" mudar. Não, você não precisa virar um alcóolatra, drogado e ninfomaníaco; tampouco precisa começar a ir em festas que tocam música ruim e contêm pessoas desagradáveis apenas para 'se enturmar'. "Própria batida" se aplica bem aqui, afinal você não precisa cometer excessos para se divertir mais do que está acostumado. Quem sabe, até aquilo que você tanto preza (a abstinência em relação a drogas) possa ser mantida, e mesmo assim você ter experiências bem mais incríveis do que baixar a discografia de uma banda shoegazer, comer bolo de chocolate enquanto vê algum seriado americano ou ler em ordem cronológica três obras de um autor irlandês. A vida tem mais a lhe oferecer!
Você pode sofrer mais, como 'preço a pagar' por se arriscar a ser mais feliz? Óbvio. Porém, é isso que faz de nós humanos, e não essa "zona cinza" emocional em que você vive: nunca triste, mas jamais satisfeito consigo mesmo. Eu meio que acabei de resumir o que nós dois (e várias outras de suas personalidades) sentimos depois de ler "O Lobo da Estepe" - se bem que outro livro, ou mesmo filmes e músicas poderiam ter feito o mesmo. Vamos lá, você vai ou não parar de se levar tão a sério?

Quando estiver pronto, é só se levantar dessa cadeira e correr atrás. Agora, com licença, que eu quero dormir (afinal, esse é o máximo de emoção que sinto quando tenho de conviver com esses 95% de caretas). See ya!

18 fevereiro 2009

Country House

No more excuses. O fato é que, nos últimos quatro meses, parei de postar no blog por um simples, embora lamentável motivo: desinteresse, 'falta de tesão'. Sei lá, acho que tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo (não só comigo, mas também com meu notebook, que felizmente parecem ter sido resolvidos depois do decisivo conserto de semana passada) que parei de escrever tanto para Racio Símio como eu costumava fazer até outubro de 2008. Estranho, não?
De qualquer maneira, "we can work it out". Vamos a um rápido guia sobre Presente, Passado e Futuro.

Presente

-> Terminei ontem de ler "Lobo da Estepe", de Hermann Hesse. Foi apenas o segundo livro que li nesse ano (o primeiro foi "Sidarta", do mesmo autor, que finalizei quarta-feira passada), mas foi o bastante para encerrar a primeira "ressaca literária" que tive desde o 1º semestre de 2006. Agradeço a Hesse por ter escrito dois livros tão bons, especialmente aquele que inspirou duas bandas tão diferentes quanto Steppenwolf (talvez a primeira banda de heavy metal, autores de clássicos do calibre de "Born to be Wild" e "Magic Carpet Ride") e O Teatro Mágico (comecei a ouvi-los só ontem, assim que terminei de ler "Lobo da Estepe" e entendi a analogia expressa no nome da banda).

-> Tentei seguir adiante com "Mrs. Dalloway", de Virginia Woolf; porém, após 20 páginas lidas, acho que ainda não estou 'no clima' para lê-lo. Portanto, acho que ainda hoje retomo um dos não-terminados de 2008: "Crash", de John Ballard.

-> Um dos motivos para tal decisão é que, ontem à noite, finalmente resolvi começar a assistir aos episódios da nova temporada de Skins, o que despertou em mim um humor compatível com obras literárias mais elétricas. Sobre o seriado teen britânico: já vi os dois primeiros episódios da Season 3, e gostei bastante de ambos. A série parece estar a investir mais no humor, mas sem perder de foco a "investigação psicológica" dos personagens. Effy ainda é uma junkie adoravelmente cínica, e Pandora (que eu não achava que participaria dessa 3ª temporada, portanto fiquei surpreso e feliz quando a vi no primeiro ep.) continua tendo uma cara de lesada. Dos novos personagens, meu preferido é JJ, nerd que fala extremamente rápido e que não é um sucesso com as garotas. James "Cookie" é um sucessor legítimo de Chris, só que ainda mais insano e sem noção. Freddie deve ser o 'mocinho', já que não é muito geek, nem muito porra-louca. As gêmeas Katie e Emily, diametralmente opostas, prometem ser um dos destaques da temporada. Quanto a Naomi, ela fisicamente se parece muito com Maxxie (!), mas provavelmente será a seca/sarcástica do grupo, tal como Jal o era.

-> Há certas bandas que já despontaram como as que mais ouvirei em 2009. The Kinks, por exemplo, vem me conquistando a cada dia mais, com sua fórmula baseada em um rock 'quintessencialmente' britânico em suas crônicas sociais e melodias cativantes (bem, pelo menos o da fase 1964-71, obviamente a melhor). The Fall é art rock de Manchester, com vocais cavernosos, letras bizarras e instrumentação caótica. Ou seja, uma banda maravilhosa! Blur, pelo quinto ano seguido, é a banda dos '90s que eu mais ouço, além de ler constantemente textos sobre a curiosa trajetória deles. Franz Ferdinand, após mais de 3 anos desde seu último álbum, finalmente voltou com um novo disco, que é tão bom quanto eu torcia para que fosse; pretendo, aliás, resenhá-lo em breve.

-> Outros artistas que possivelmente ouvirei bastante nesse ano: Roxy Music, Pulp, The Chameleons, XTC, Teatro Mágico, Lily Allen e Belle and Sebastian. Detalhe: só a Lily e o conjunto de indie pop escocês estão entre os que eu já ouvia esporadicamente nos últimos anos; ou seja, há muitas novidades no meu gosto musical.

-> Domingo passado, reencontrei vários(as) amigos(as) em churrasco que uma amiga minha promoveu para comemorar sua aprovação no vestibular (ela passou para Economia - UFG). Foi ótimo, pois conversei e me diverti bastante, tanto no âmbito da nostalgia (papos sobre os tempos de Ensino Médio) quanto no da novidade (afinal, conheci novos/as colegas).

-> Kaio não aderiu à reforma ortográfica, e nem pretende fazê-lo até 2012. Portanto, não ligue caso se depare com feiÚra, vÔo, idÉia ou coisas do gênero, beleza? Viva o conservadorismo lingÜístico!

Futuro

-> Daqui a um mês voltam as aulas na UnB. Mal posso esperar meu 3º semestre; tanto é que já decidi as matérias que farei: Partidos Políticos e Sistemas Eleitorais, Política Brasileira 1, Teoria Política Contemporânea, História Social e Política Geral, Teoria das Relações Internacionais 1 e Literatura Estrangeira em Língua Vernácula. Como eu já havia adiantado TPM e FPP no semestre passado, só 3 das 6 disciplinas estão entre minhas obrigatórias (Partidos, PB1 e HSPG), sendo outra um novo adiantamento (TPC), uma optativa (TRI 1) e um módulo livre (Lit. Estrangeira). Sim, são 24 créditos, 4 a menos do que fiz em ambos os semestres anteriores. Resolvi que quero ter simultaneamente mais vida social e mais tempo para me dedicar a cada matéria.

-> Volto para Brasília em duas semanas. Pensei que o faria mais cedo, mas realmente passar as férias em Goiânia foi uma escolha mais acertada, por motivos nerds (por exemplo, arrumar meu notebook, ter uma internet mais estável, deleitar-me com os zilhões de canais da Sky e ficar jogando o DS que meu irmão ganhou no D.M. Cap.*) e razões pragmáticas (menores gastos para minha mãe, alimentação melhor e um tédio menor proporcionado por ficar em minha casa ao invés de sozinho e sem nada pra fazer na capital). Pena que não li tanto nessas férias, mas aprimorei bastante meus conhecimentos sobre música, cultura inútil (viva o BBB9!) e games. No final das contas, não foi tão ruim assim.

-> Será que consigo fazer desse ano um divisor de águas na minha vida? You know, anos ímpares costumam ser os melhores para mim. Foi em 1999 que me viciei em Pokémon e me apaixonei pela 1ª vez por uma garota; em 2003, decidi que queria fazer Ciência Política e comecei a ouvir Beatles; 2005 foi o ano em que me iniciei definitivamente na grande literatura, na filosofia e no rock alternativo; em 2007 passei no vestibular duas vezes** e, atolado em livros e debates, tornei-me um jovem intelectual (que fique claro, no sentido neutro, e não o auto-elogiativo da palavra) e comecei a escrever meu livro. Acho que está na hora de mudanças ainda maiores, certo? Será que meu lado "lobo da estepe" se libertará, e eu começarei a rir da vida, a me levar menos a sério? Ou será que me tornarei um super-acadêmico progressivamente assexuado, trabalhando para o êxito de meu grupo de estudos sobre Política e Literatura? Poderei largar minhas restrições ao tripé "girls, cigarettes and alcohol", ou permanecerei triplamente abstêmio? (por favor, não entendam isso como uma afirmação misógina, mas sim patética) Enfim, de qualquer maneira, quero que este seja um ano especial, independentemente da guinada para isso (intelectual, amorosa, libertina...).

Passado

-> Ah, sobre a festinha que dei mês passado: a Skins Party não foi um sucesso, mas também não foi um fracasso. Das 15 ou 16 pessoas que chamei, vieram 10. Como sempre, a música foi boa (modéstia à parte, mas meu autoritarismo musical é totalmente útil) e o papo foi agradável. Espero fazer uma nova edição em Brasília, embora, obviamente, não na minha kit; em outras palavras, eu fico responsável pela música, e meus colegas se encarregam de trazer o público (afinal, eu tenho pouquíssima experiência como promoter de eventos e pessoa socíavel).

-> Oras, até hoje não falei a fundo sobre a ANPOCS, certo? Foi um dos melhores momentos de meu ano passado, e acho que merece um post só sobre ela. Porém, vamos adiantar um pouco o expediente. Pode-se dizer, resumidamente, que ela foi boa em todos os sentidos: palestras, papos, passeios, pessoas... As 'night-out' foram algumas das mais animadas que já tive, e morar durante cinco dias em uma casa com outros sete colegas de POL (6 meninas e um menino) - muitos deles, eu mal conhecia - foi uma experiência surpreendentemente ótima. Também foi uma oportunidade de rever minhas prioridades acadêmicas (consolidei meu novo 'sítio das Humanidades para estudar de maneira comparada com a Política': a Literatura, substituindo a Economia; de quebra, tive mais uma prova de que Antropologia > Sociologia). Quase, mas quase mesmo, tive uma nova paixão, mas após muitas reflexões - inclusive dentro do ônibus, na volta da viagem - , percebi que não gostava da garota, mas sim da idéia que fazia dela (ok, deve ter sido a 4ª ou 5ª vez que isso acontece na minha vida, mas pelo menos agora foi antes mesmo de ficar apaixonado ou ter uma 'crush'. Ufa!). No mais, voltei renovado para Brasília, mais transigente e menos anti-social do que costumava ser. Só espero que continue assim - menos fanático ideológico (oras, não é porque o libertarianismo de direita é a melhor e mais sensata das ideologias que devo subestimar aqueles que acreditam em outras) e misantrópico (hipérbole sintomática do Kaio que fui até hoje), e mais espontâneo e transigente (com as devidas e kaionísticas proporções).

-> Por último, mas não menos importante, gostaria de dizer que esse quadrimestre em que fiquei afastado do blog foi proveitoso. Tudo bem que teve uma "ressaca literária" no meio (entre o fim de Dezembro e o início de Fevereiro), mas Novembro foi um mês bem legal lá na UnB (inclusive pelas reuniões/festas com a galera que conheci melhor na ANPOCS), Dezembro teve uma cara de fim de uma era (daí minha confiança de que as coisas podem mudar pra melhor), Janeiro foi contaminado por uma letargia indispensável para recuperar as energias e Fevereiro vem sendo um recomeço satisfatório. Então, Kaio Felipe sairá ou não de sua Country House psicológica? É o que veremos... Até mais!

Notas de rodapé:

*Essa é das antigas: D.M. Cap., "also known as" Dia Mundial do Capitalismo, é como eu chamo o Natal. Criei isso quando ainda havia respingos esquerdistas na minha transição para o quarto quadrante (2005); mas, eu soube adaptar algo que era inicialmente pejorativo para uma conotação positiva: afinal, não poderia o Natal ser visto como uma data de celebração do livre mercado, do lucro, da livre iniciativa e do empreendedorismo? "I think so."
**Ok, a segunda vez foi só em Fevereiro/08, mas tudo foi resultado do que fiz no ano anterior, blá blá blá.