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Kaio

 

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28 abril 2007

Still not ill

1. Putz, "Um Sonho Americano" é muito, mas muito bom mesmo! Entre a noite de anteontem e a manhã de hoje, eu li até a página 130 do livro, de tanto que gostei deste. Mailer tem uma escrita que envolve completamente o leitor. As descrições, os diálogos e os 'monólogos em pensamento' do narrador, Stephen Rojack, contribuem juntos para criar uma atmosfera de depravação, contravenção, hedonismo, corrupção, busca de um 'sentido para a vida'... enfim, tudo que se associe a uma liberdade irrestrita irresponsável. Para "liberais da boca pra fora e conservadores de fora pra dentro" como eu, livros assim são essenciais. Espero terminá-lo em breve para fazer uma resenha mais completa (o que inclui contar o final do livro, como fiz na de "O Processo"; não, eu não sou um sem-graça e spoiler, mas adoro dissecar todo o enredo do livro durante o review, e ocultar o desfecho do mesmo dá um ar de incompleto, ao meu ver).
2. Com meus seis monstrinhos (Blastoise, Dugtrio, Fearow, Flareon, Gloom e Raichu) no nível 36, superei há algumas horas todos os treinadores da Silph S.A. Fiquei surpreso com o nível elevado dos pokémons de Gary e Giovanni, mas nada que me trouxesse alguma dificuldade. Creio que vou tirar o Flareon do time para colocar o Hitmonlee, o qual irei treinar por um bom tempo (o 'dêmonio dos chutes' está apenas no Lv 25), e treinarei bastante até encarar o ginásio de Saffron. Por não ter nenhum bichano dos tipos Noturno ou Fantasma, terei que preparar melhor os que têm golpes que geralmente incomodam os pokémons Psíquicos de Sabrina, como os Terrestres. Enfim, amanhã será um longo dia para a minha Jornada Pokémon!
3. Poxa, as provas de Matemática que eu fiz hoje foram um pouco menos difíceis do que eu esperava. Não que elas estivessem fáceis (estavam no mesmo nível das passadas), mas é que parece que eu sabia muito bem a matéria e conseguia provar isso ao decorrer dos exercícios. É um estímulo para mim, já que eu acreditava ter estudado muito pouco para as provas, mas vejo que a paranóia, ao invés de atrapalhar, me ajudou. Tenho simulado na terça-feira, espero repetir essa dose de "raciocínio lógico funcionando relativamente bem". Ah, a prova de Inglês foi bem fácil e a Redação tinha um tema ótimo (realidade virtual, o qual me permitiu falar até de games online e globalização). Falando em redações, pretendo publicar algumas aqui no blog nos próximos dias. See ya.

26 abril 2007

An American Dream, my next reading

Calma, Racio Símio, farei uma atualização decente em você no fim de semana. Ando muito ocupado, lendo bons livros, diversificando minha rotina (até fui no cinema hoje!) e refletindo bastante. Em outras palavras, estou me 'divertindo' à beça com o meu dia-a-dia bem agitado.
Por enquanto, apenas uma observaçãozinha: é impressão minha ou vários escritores americanos são extremamente libertários em relação aos de outras nacionalidade? Estou lendo "Um Sonho Americano" e me deparei com Norman Mailer, que é um 'espírito livre' em sua escrita e ideologia, assim como, por exemplo, Kerouac, Thoreau, Whitman, Ginsberg, entre outros (até mesmo Salinger, se levarmos em conta o quanto inúmeros adolescentes se identificaram com "O apanhador no campo de centeio"). É interessante observar esse aspecto, que só aumenta meu fascínio pelos pensadores dos EUA. Fica até difícil - mas não impossível - imaginar como um país aparentemente tão conservador (aliás, desde suas origens puritanas) tenha sido terra fértil para tantos pensadores que passam uma intensa sensação de liberdade para quem os lê.
Ah, para os próximos posts, eis uma programação: resenha do filme "Notas sobre um escândalo", duas redações escolares e alguns artigos sobre os temas de sempre (política, filosofia, egocentrismo, games etc.). Até mais.

24 abril 2007

If you are not here, where are you, man?

I practically haven't updated the blog in the past week because I'm too busy doing another things. For example:

1. Playing "Pokémon: Fire Red". I already have 3 badges and I'm training to get the 4th one.
2. Studying (yes, it's true!).
3. Reading a lot of good books. For example, "The Controversy" (Carrière) and "The Spirit of the Laws" (Montesquieu). I bought these books 1 year ago, but I took a lot of time to want to start reading them. Oh, and I'm also reading again one of my favourite books, the Bible of anarcho-capitalism: "The Civil Disobedience".
4. Talking with myself about Philosophy.

Maybe I'll write a 'true' post in the next two days. Wait and you'll see.

22 abril 2007

Por uma vitória dos liberais na França

Como já era previsto pelas pesquisas, Nicolas Sarkozy (UMP) e Ségolène Royal (PS) irão para o segundo turno das eleições presidenciais na França. O centro-direitista obteve cerca de 31% dos votos, contra 25,7% de Royal. Os azarões não tiveram chance dessa vez, ao contrário da zebra ocorrida em 2002, quando Jean-Marie Le Pen, que representa a extrema-direita e os nacionalistas radicais, foi para o 2º turno. Ele, dessa vez, foi apenas o quarto colocado, com 11% dos votos. O terceiro foi o centrista François Bayrou, com 18,5%.
A imprensa francesa é majoritariamente a favor de uma vitória do Partido Socialista, o que não é novidade para ninguém, já que jornais influentes como o Le Monde e o Liberátion sempre tiveram uma tendência à esquerda. Alega-se que Sarkozy é assaz pragmático e seria mais rígido quanto ao controle da imigração, e que Sègoléne enfatiza o assistencialismo e a "justiça social" em suas propostas. Oras, mas é justamente por isso que eu torço pelo triunfo de Nicolas.
Em primeiro lugar, dizer que o candidato do UMP é tão xenófobo assim é uma distorção dos fatos. Comecemos pelo fato de que o próprio Sarkozy é filho de um húngaro e uma francesa de descendência judia. Em segundo lugar, ser condolescente com a entrada maciça de estrangeiros na França é uma estupidez; o país não tem capacidade e nem precisa ser tão flexível quanto aos imigrantes. Os vândalos das periferias (sim, aqueles que fizeram até incêndios no ano passado) são uma ótima mostra disso, e provam que o governo não estaria incorrendo em erro se fosse mais rigoroso a respeito da imigração. Se um 'foreigner' vai para a pátria francesa, que seja um profissional qualificado ou que quer qualificar-se, e não ficar posando de "vítima de preconceito" e usar isso como argumento para promover o caos e a instabilidade social. Sarkozy já fez a parte dele quando era Ministro do Interior - reduziu a criminalidade. Espera-se que os imigrantes também façam a deles e provem que são competitivos no mercado de trabalho.
Outro ponto fundamental é que Sarkozy é ambicioso o suficiente para buscar "romper" com o passado francês. Para quê continuar defendendo hipocritamente coisas anacrônicas como o Welfare State se o país está com tantos problemas sócio-econômicos que não se resolvem com um mero Estado de Bem-Estar Social? A crise do Airbus, o desemprego, a dívida pública, e o fraco crescimento não se resolverão com medidas apenas da parte do Estado, como se a iniciativa privada e a sociedade civil fossem setores desprezíveis. Estamos em um mundo globalizado; manter instituições que mais atrapalham do que ajudam o país é uma imbecilidade - vide Brasil e a sua 'tradição burocrática'.
As propostas liberais de Nicolas para a economia também são interessantes. Ele demonstra ser preparado para gerar os empregos que a França precisa, e sem apelar para o assistencialismo como propõe a sua adversária. O Estado francês não precisa gastar ainda mais, mas sim ser reciclado, já que o déficit público por lá é considerável, ao ponto de travar há anos o crescimento econômico. Lembrando que estamos falando de um dos pouquíssimos países que tem uma carga tributária maior que a brasileira, com espantosos 46%. Sabe-se muito bem o quanto tantos impostos podem aumentar o desemprego, já que desestimulam as empresas (sejam elas pequenas, médias ou grandes) a contratar e a sustentar novos funcionários.
O centro-direitista não é antiamericano na retórica (além de ser assumidamente admirador da gestão de Tony Blair, o que o impede também de ser antibritânico), o que é um grande avanço, se levarmos em conta que a maioria esmagadora dos políticos franceses - desde Le Pen até os esquerdistas radicais - fazem coro a um discurso nacionalista e avesso aos EUA. John Lennon ficaria feliz em saber que alguém parece estar botando em prática a sua famosa frase "Pense globalmente, atue localmente". O ódio irracional aos Estados Unidos - o qual é comum a várias nações de língua latina - é um retrocesso diplomático. Os americanos podem ter feito muitas besteiras nos últimos anos, mas a União Européia precisa, mais do que nunca, ter um estadista disposto a estreitar as relações com os Estados Unidos. É até uma questão de bom senso, se levarmos em conta a interdependência dos blocos econômicos.
Finalmente, outro aspecto que me faz apoiar Sarkozy é a sua proposta de aumentar a jornada de trabalho de sua nação, que está atualmente em 35 horas semanais. Como um país pode ter progresso com tão ínfima carga horária? Pois é justamente isso que o liberal notou. Como disse a matéria da Veja (sim, aquela revista cínica e mau-caráter, mas nem por isso indigna de ser lida) da semana passada, "Sarkozy quer uma França que acorde cedo e trabalhe". E isso é ótimo.
Se o pragmatismo vai ou não vencer por lá, já não depende de mim. Apenas torço para que, nesse interessantíssimo embate entre direita e esquerda, o eleitor francês não vote na tradição e na hipocrisia social-democrata, mas sim na renovação e nas reformas imprescindíveis para um futuro melhor (e possível) para a França.

17 abril 2007

"Como um cachorro!"

Que Franz Kafka era uma pessoa atormentada não se questiona. Sua infância teve o trauma pesado da rigidez e autoritarismo do pai, que se manifestou, direta ou indiretamente, em todas as suas obras. A impossibilidade de vencer algo muito superior, uma força descomunal e imbatível, permeia nos escritos de Kafka de uma maneira ímpar e consideravelmente melancólica.
Das três obras dele que eu já li - os contos "A Metamorfose" e "O Veredicto" e o romance "O Processo" -, é certo notar que a figura do pai é evidente, mesmo que por metáforas. No caso de "O Processo", a Justiça, a Lei representa-o. Josef K., protagonista e alterego de Franz Kafka, é subitamente processado por um crime que ele jamais chega a descobrir qual foi. A injustiça é tamanha que ele, em certo momento da obra, pensa que está sendo julgado pelo simples fato de existir. Porém, nos primeiros momentos do livro, ele subestima um pouco a condição na qual se encontra. Mesmo ficando pasmado com certas situações misteriosas pelas quais passa, como um tribunal secreto e suspeito no qual teve que comparecer, ele crê que poderá escapar da situação. O tempo, no entanto, nega a 1ª impressão de K., o qual sucumbe ao pessimismo e à sensação de impotência com o decorrer da situação.
Outro aspecto notável da obra é a fusão entre a realidade e elementos oníricos; em outras palavras, há certos pontos nos quais o leitor (e, de certa maneira, também o próprio protagonista, já que vemos os fatos sob os olhos dele) não saberá se o que está acontecendo é real ou se são ilusões, sonhos e pesadelos. Some a isso os dilemas existenciais e os questionamentos insolúveis pelos quais Josef K. passa, e você notará a tamanha densidade psicológica que Kafka aplica em sua obra. É bem provável que os leitores (pelo menos no meu caso foi assim) ficarão congelados e impressionados com o desencadear de "O Processo", tanto nas partes mais descritivas quanto nas intervenções do narrador e, principalmente, nos diálogos.
Observa-se também a maneira extremamente negativa e pejorativa com que Kafka retrata o sexo feminino. Todas as mulheres que aparecem no livro têm alguma característica nem um pouco positiva. Leni, por exemplo, é amante de vários dos clientes do seu advogado; a senhorita Bürstner esbanja insegurança; as meninas que moram perto da casa do pintor são descritas como "depravadas e pervertidas"; a mulher do porteiro da secretaria de Justiça demonstra ser promíscua e influenciável.É nesse ponto em que se observa outra influência da vida pessoal do escritor, já que a vida amorosa de Kafka não era das melhores; ele chegou a ser noivo de Felice Bauer e trocou cartas com esta durante meia década, mas o relacionamento findou-se em 1917. Logo, poder-se-ia concluir que suas frustrações com as mulheres, mesmo que não totalmente, resultavam em uma visão, se não machista, ao menos egocêntrica do autor, como se desprezasse as fêmeas.
"O Processo" também abre espaço para uma crítica para o modelo jurídico adotado no decorrer do mundo contemporâneo. Questiona-se se a dita Justiça realmente cumpriria a sua função de defender, através das leis, a ética ou se não teria se desregrado e atendido aos interesses de uma minoria, servindo exclusivamente a esta e eliminando de seu caminho qualquer um cuja existência não interessasse a ela. Este parece ter sido o caso de K. Ele próprio, em uma conversa com o sacerdote na catedral, indaga se a esfera do Judiciário seria tão justa e infalível quanto pretendia ser.
Há ainda uma temática que podemos associar ao livro - o totalitarismo que expandia-se na Europa da primeira metade do século XX. Kafka era um checo nascido em Praga, mas também conviveu, além da cultura judaica, com a alemã. Seu contexto histórico não era dos mais pacíficos e liberais, diga-se de passagem. A atmosfera repressiva que vinha se desenhando, principalmente, na Europa Centro-Oriental é refletida no romance; também há uma previsão, uma antevisão de um futuro ainda mais sombrio que o presente, o qual já era terrível ("O Processo" foi provavelmente escrito durante 1914 e 1915, que foram os dois primeiros anos da I Guerra Mudnial). Os regimes nazi-fascistas que assombrariam o continente europeu nas décadas seguintes trariam consigo algumas das piores e mais cruéis práticas que o ser humano já fora capaz de produzir, e Kafka, inegavelmente, já estava consciente de que era esse o destino que aguardava o Velho Mundo muito em breve.
A morte de Josef K. ao final da obra não era exatamente o que eu esperava, embora já aguardasse um desfecho trágico e triste para "O Processo"; quem sabe a prisão do protagonista, após todos os malogros nas tentativas de escapar de um julgamento absurdo e que só o deixava mais paranóico, ao invés de mais esclarecido. Mesmo assim, julguei adequadíssimo o destino funesto de K., ainda mais depois de ler a sua última frase, ditado após as duas facadas que deram cabo de sua vida: "Como um cachorro!", acompanhada do seguinte comentário do narrador: "Era como a vergonha fosse sobrevivê-lo." Ou seja, a morte acabou sendo um sofrimento abreviado para o personagem, o fim de toda a dor pela qual ele passara nos últimos meses de sua vida.
Concluo, portanto, que Franz acredita na inevitabilidade da derrota perante a uma instituição intocável, que esmaga a todos que a desafiam. Na sua vida ela foi o próprio pai; na sua obra, adquiriu as mais diversas formas, desde a de uma barata ("A Metamorfose") até a Justiça. Eis uma mostra do profundo negativismo de um homem brilhante, porém sofrido.

16 abril 2007

Uma carta na garrafa

Querido Kaio,

Escrevo essa carta visando a que você a leia daqui a um ano. Torço para que ela seja um sinal de um futuro glorioso e não uma arrogância desmedida que lhe cegou. Em outras palavras, espero que o que eu venha a dizer nas próximas linhas seja uma premonição, e não algo que não se verificará na passagem entre 2007 e 2008.
Tendo em vista estas considerações iniciais, vamos ao que interessa.
Poxa, o terceiro ano está sendo muito melhor do que eu esperava! O que poderia ter sido um ano de muito stress, fadiga e pessimismo converteu-se, até o momento, em um ano instigante. tranqüilo e perfeito para adquirir maturidade.
Comecei a gostar de muitas matérias que antes eu subestimava, principalmente na Biologia, na Física e na Química. Se antes os conteúdos pelos quais eu me interessava em tais ciências eram parcos (Evolução da Vida, Ecologia, Mecânica, Termodinâmica, Atomística, Peridiocidade etc.), atualmente ando estudando com certa empolgação até mesmo Genética, Zoologia, Eletrostática e Química Orgânica! Isso era impensável até, hã, 4 meses atrás! De fato a minha mentalidade evoluiu nas últimas semanas.
Minhas notas andam bem, obrigado. A pior do boletim será a de Matemática, 90 (talvez 91, se eu conseguir na secretaria os dois décimos que o professor de Geometria esqueceu de adicionar na minha nota em razão de uma questão de V ou F que ele havia dado o gabarito errado), e os 100 foram vários: Geografia, História, Artes (na verdade, este nome ambíguo esconde duas matérias - Literatura e Interpretação de Texto!), Língua Portuguesa, Inglês e Física (talvez a Química se adicionará a esse grupo se eu conseguir fazer meu 99 virar 100, mas é uma missão complicada). Biologia e Educação Física foram matérias nas quais eu obtive um mediano 95, mas tudo bem.
Picuinhas e boletins à parte, o que importa é que eu estou adquirindo conhecimento e, de quebra, ainda me sobra tempo livre para que eu faça coisas das quais eu gosto, como navegar a esmo na internet (consegui limar o orkut e o MSN, mas ainda sucumbo ao VG Chartz, ao blog e ao Last.FM), assistir ocasionalmente a séries na Warner e a Sony e, principalmente, ler vários livros que estavam quase mofando na minha prateleira - atualmente estou lendo "O Processo", de Kafka, livro o qual eu havia comprado há 1 ano e meio e até hoje não havia lido. Valeu a pena ter dado uma "2ª chance" a ele, hehe.
A única coisa que me preocupa um pouco é o foco exagerado que meu colégio dá a questões de múltipla escolha e as discursivas. As que cairão no vestibular que viso (o da UnB), do tipo Certo ou Errado, são escassas, tornando a minha vocação para o individualismo e o 'do it yourself' ainda mais necessária. Se, para estudar para a UnB, eu fosse depender da boa vontade dos meus professores e as listas de exercícios que os mesmos liberam, assim como as apostilas Poliedro que meu colégio adota, estaria totalmente ferrado! Ainda preciso melhorar meu desempenho nesse estilo de questão, pois ainda tenho uma certa tendência a marcar mais C do que E; creio que 80% dos meus erros em exercícios de tal tipo sejam por ter julgado correto um item falso. Nos próximos meses buscarei ao máximo refazer meus juízos quanto às proposições, buscando ser o mais cético e analítico o possível.
Quanto ao curso que quero fazer na faculdade - Ciência Política -, nutro grandes expectativas, mesmo estando consciente de algumas delas poderão ser frustradas por esse excesso de otimismo e idealismo. Já corri atrás e li (ou comecei a ler) a obra de vários autores ligados a tal área; minha última aquisição foi "O Governo Representativo", de Stuart Mill, livro o qual eu estava procurando há meses. Espero que eu consiga ter bastante êxito e empenho nos meus estudos durante o período universitário. Também torço para que eu mantenha-me firme à minha ética e não resolva ser como a maioria dos universitários, ou seja, viver em festas, baladas, vadiagem etc. Sim, quero ser um 'workaholic' nos meus estudos, pois diversão eu poderei ter quando achar necessário.
Finalizando o texto, é uma hora boa para eu pergunte a mim mesmo: "Será que conseguirei passar no vestibular no final do ano?" Bem, a julgar pelo que já decorreu até esse momento do ano, arrisco-me a dizer que sim. Só espero que eu mantenha meu progresso e esforço no decorrer do ano, pois, de fato, o vestibular não é a maior das minhas preocupações, mas sim apenas uma etapa da maior e mais existencial delas - "Can I be what I want to be?"

Atenciosamente,

Kaio Felipe.

14 abril 2007

Soon

1. Estou lendo "O Processo", de Franz Kafka. O livro é fantástico, e possui uma profundidade psicológica violenta. Os personagens são todos carregados de uma personalidade densa e que revelam muito sobre o contexto histórico de Kafka, as expectativas dele sobre o futuro e até mesmo sobre a própria mente do autor. Hum, farei uma resenha do livro na próxima semana.

2. Notaram que eu ando atualizando bem pouco o blog? Pois é, a rotina anda me impedindo de perder tempo, digo, aproveitar o ócio criativo escrevendo para Racio Símio. Atualmente, quando vou usar a internet, passo a maior parte do tempo lendo sobre política e/ou videogames - não necessariamente nessa ordem. Enfim, durante os próximos meses, as coisas serão assim em RS. Não é nem pelo fato de eu estar no 3º ano, ter que estudar bastante etc., é mais por uma questão de redefinir as atividades do meu cotidiano. Até deu tempo para assistir, na (reprise de) sexta passada, o episódio final de...

3. ... The O.C. Aliás, gostei muito do desfecho do seriado, que, após alguns derrapadas nos episódios anteriores, com situações assaz fictícias que fugiam um pouco da tônica mais realista do enlatado (mas sem perder o bom humor costumeiro, é claro), não fez um final exatamente feliz e hollywoodiano. A carga emocional foi bem dosada e cada personagem teve um destino justo ao que ele representou no decorrer da série. Só fui me lembrar da Marissa em uma das cenas finais, depois que, pela enésima oportunidade (mas sempre com o mesmo apelo convincente de sempre), mostraram a 1ª vez em que Ryan e ela se viram...
Em suma, O.C. deixará saudades, e a certeza de que foi um dos melhores seriados dessa década, superando consideravelmente outras séries similares em aspectos como trilha sonora (que ajudou a revelar várias bandas do indie rock dos EUA, como Death Cab for Cutie, The Killers e The Walkmen) e personagens carismáticos (mesmo o sisudo Ryan tinha lá a sua presença de espírito; outros, como Seth, Taylor e Sandy, eram uma combinação nota 10 de ator certo para um 'character' certo). Além disso, provou que o brasileiro pode, sim, ter mais bom gosto que o americano, já que a 'novelinha' fez (bem) mais sucesso por aqui do que nos States!
"California, here we come..."

12 abril 2007

O consumo ético e a tomada de consciência

É complicado discorrer sobre um tema sem ao menos situar o leitor no que se propõe a discutir. Logo, quando falamos de consumo ético, no que consiste essa ética? Bem, sucintamente, tratamos da ética referente à responsabilidade sócio-ambiental, à atitude ecologicamente consciente (e a longo prazo); ou seja, se o indivíduo poderia ser capaz de agir como um consumidor sensato e responsável com o próprio meio-ambiente.
Algo já é certo nessa discussão: o modelo consumista e hedonista adotado pela sociedade nas últimas décadas está com os seus dias contados. Por mais que isso possa soar hipócrita, é factual que o ser humano já tem a noção absoluta (ainda mais depois de tantas décadas de conferências amplamente divulgadas, sendo a ocorrida em Estocolmo, no ano de 1972, a pioneira) de que tratar a natureza como algo descartável e sempre renovável é uma tremenda estupidez. Surge, então, a necessidade de adaptar ao contexto capitalista algumas alternativas que agridam menos a natureza; enfim, produtos que envolvam algum tipo de projeto relativo à idéia do desenvolvimento sustentável.
Claro que todo esse "papinho natureba" seria inútil se não fosse posto em prática. Felizmente, ele já está o sendo. Vários segmentos da iniciativa privada já oferecem essa opção pelo consumo ético. Marcas dos mais diversos tipos, como Faber-Castell, Natura e Nestlé, comercializam produtos ecologicamente corretos, além de, em alguns casos, destinarem uma parte de seus faturamentos para atividades responsáveis no aspecto sócio-ambiental. Bons exemplos são reflorestamento, reciclagem, apoio a projetos de preservação da fauna e flora nativas etc.
Como nós podemos fazer a nossa parte nesse processo? Oras, incentivando - através do consumo, é claro - as mercadorias de empresas que demonstrem algum tipo de preocupação com o próprio planeta Terra. É cada vez mais fácil e possível encontrar produtos adeptos dessa alternativa; conseqüentemente, quanto mais ela demonstre ser atraente e viável para o mercado consumidor, é óbvio que mais a idéia se difundirá (leia-se "será mais economicamente interessante"), caminhando assim, mesmo que gradualmente, para um meio-ambiente menos "violentado" pelo bicho-homem.

(Minha redação escolar da semana, hehe)

09 abril 2007

Wessenchaft und Politik (!)

Max Weber (1864-1920), destacado sociólogo alemão, discorreu, em uma das últimas palestras de sua vida (provavelmente em 1919), sobre dois dos campos mais importantes nos quais os seres humanos podem atuar - a ciência e a política. O objetivo do pensador era analisar sobre qual o tipo de indivíduo que estaria apto a atuar em tais áreas; em outras palavras, qual a vocação imprescindível para os futuros cientistas e políticos.
Talvez pelo fato de ter sido escrita baseando-se em palestras, "Ciência e Política: Duas Vocações" tem uma linguagem bem vibrante, unindo oralidade com raciocínios coerentes e análises pluralistas. A leitura flui facilmente, até porque Weber não visa a ser incompreendido como certos sociólogos, que parecem mais interessados em falar para o espelho do que se comunicarem com outros Homo sapiens. Além disso, identifiquei no pensamento dele muitas semelhanças ao meu. Sempre tenho uma boa impressão de um escritor quando, mesmo já tendo a minha opinião formada antes de ler o livro dele, noto várias linhas de raciocínio e idéias análogas. Foi provavelmente por esse motivo que eu gostei tanto de ler Nietzsche, Thoreau e Maquiavel, por exemplo.
Inevitavelmente o escrito teria importância na minha formação intelectual, já que eu pretendo cursar Ciência Política na faculdade, decisão esta tomada há mais de três anos. Logo, assim que comprei o livro, comecei a lê-lo.

Na primeira metade do livro, Weber trata sobre a ciência. Ele refuta a idéia de que apenas a técnica seria suficiente para distinguir um autêntico cientista, refutando assim o ideário tecnocrático dos positivistas, os quais parecem considerar que basta operar bem certos cálculos matemáticos e ser empírico para chegar-se aos objetivos científicos visados. Max relembra que o 'amor à camisa' é absolutamente necessário aos profissionais de tal área; nas palavras dele, "tão-somente aquele que se coloca pura e simplesmente a serviço de sua causa possui 'personalidade', no mundo da ciência".
O autor também ressalta que essa dedicação engloba até operações trivais, desaconselhando assim que os mais "pretensiosos" sigam a carreira, pois estes não se interessariam por esmiuçar cada detalhe, especializar-se totalmente em certa área de interesse para produzir teses e teorias a partir da mesma. Isso também implica que sim, a ciência tem seus pressupostos, independentemente da situação. Ou seja, uma absoluta neutralidade e imparcialidade científica é algo impossível. Também não há espaço para divagar ad eternum sobre o que levaria alguém a se dedicar a uma pesquisa que possa parecer sem motivo. Eis os "sacrifícios do intelecto". Weber alerta que eles são indispensáveis, e que a própria consolidação da ciência exigiu que eles existissem. É como se se procurasse por algo sem lógica e sentido, embora os resultados que poderão ser encontrados indiquem justamente o contrário.
Também se discute o papel do professor, sendo pouco recomendável a ele que fique emitindo excessivamente suas opiniões pessoais sobre os assuntos tratados em suas aulas, pois isso pode, ao invés de ajudar, deturpar o aprendizado de seus alunos. Cabe ao membro do corpo docente dissertar sobre os fatos, e não influenciar o aluno a escolher o que o professor, quer. É como se tivesse o papel de 'guia' - ele mostra o caminho, cabendo ao estudante escolher como seguir pelo 'trajeto do conhecimento'. Quando Weber fala disso, eu me lembro da quantidade de professores esquerdistas de História e Geografia que eu já tive desde a quinta série, sendo que muitos deles faziam verdadeiras lavagens cerebrais nos alunos, com o pretexto de que estavam desenvolvendo 'senso crítico'. Não que o professor deva negar sua subjetividade, mas sim distinguir a hora em que ele expõe o tema 'em si', e a hora em que abre espaço para a discussão, o debate. Infelizmente, esse é um valor pouco visto no sistema educacional brasileiro...

Quando a política passa a ser a temática da discussão, Max Weber assume a sua faceta mais realista, diria até ácida. Ele não trata do mecanismo do Estado como ele deveria ser, mas sim como ele é. A política necessita da coerção, da violência, do uso da força física para sustentar a ordem. Partindo dessa idéia, ele consegue desmascarar os teóricos cheios de boas intenções (eu me lembrei de Rousseau quando li essa parte, hehe), que tentam ver uma ética que não existe na política - por exemplo, a do Sermão da Montanha. Maquiavel não estava incorreto quando propôs que a política tem uma moral própria a ela.
Por outro lado, Weber discorda do maquiavelismo quando entra em cena a máxima "Os fins justificam os meios". É aí que ele estabelece uma diferença entre a "ética da convicção" (que visa mais aos fins) e a "ética da responsabilidade" (que preza pelos meios adequados e justos). Há um mutualismo entre elas, embora a convicção tenda a se sobrepor em determinados contextos. É aí que abre-se espaço para uma crítica à esquerda radical, que teima em afirmar que, por lutarem por uma 'causa justa', até a violência é justificável para alcançá-la. Agindo assim, ela se iguala aos seus adversários, os “conservadores/reacionários/totalitários/fascistas", que também adoram empregar a violência para sustentarem o status quo. Portanto, é fundamental que o político tenha total consciência dos meios pelos quais alcançará seus objetivos.

O autor faz um paralelo bem interessante sobre o processo de burocratização na Inglaterra, nos EUA e na Alemanha, e até busca nele uma relação com a corrupção e a distribuição de empregos ligados à política. Aliás, gostei bastante da parte em que ele demonstra que viver "da" política e viver "para" a política são propriedades que, apesar de serem aparentemente contraditórias, acabam se relacionando também.
Max também estabelece que existem três razões que venham a justificar uma dominação (e que se entrelaçam nas mais diversas situações): I - O poder tradicional, o qual é baseado na tradição cultural e na autoridade do 'passado eterno'; II - O poder carismático, centrado na figura de um líder de massas, o demagogo que guiaria seus seguidores apoiando-se nas crenças românticas dos mesmos na necessidade de um, hã, "super-homem" (Nietzsche e Brasil?!); III - O poder baseado na legitimidade, na "competência" positiva, e o mais racional dos 3 tipos.
É nesse ponto que eu vejo uma indireta premonição de Max Weber sobre o futuro de sua Alemanha. É possível ver que a necessidade de um chefe supremo é mais provável em regiões que passam por forte instabilidade política, possuem um histórico de guias das massas e, de quebra, condições para um progresso acelerado (ou seja, vemos aqui uma relação entre as tais três razões citadas no parágrafo anterior). Pois é, a Alemanha era a região que estava em tal contexto após o fim da 1ª Guerra. Em outras palavras, acredito que o sociólogo previa que era bem provável que ascenderia um Hitler da vida para reconstruir e consolidar a nação germânica como potência.
Finalizando o escrito, ele é categórico nas considerações sobre os que pretendem seguir a carreira da política: "Quem tenha certeza absoluta de que não se abaterá nem mesmo que o mundo, julgado de seu ponto de vista, se revele extremamente estúpido ou (...) mesquinho para merecer o que ele pretende oferecer-lhe, o que permanecer capaz de dizer 'A despeito de tudo!', esse e tão-somente esse tem vocação política".

08 abril 2007

Hold on

Farei o possível para publicar o ensaio/artigo sobre "Ciência e Política" (Weber) amanhã. Faltam pouquíssimas páginas para que eu termine o livro, o qual, aliás, é um dos melhores que eu já li até hoje. Amanhã terei provas de Geografia e Língua Portuguesa na escola, o que, indiretamente, me deixará inspirado para escrever. Em outras palavras, farei o esboço do texto na escola e tentarei concluí-lo para postar aqui em Racio Símio amanhã à noite.
Por hoje é só. Antes de sair, no entanto, algumas notinhas "curtas":
1. Palmeiras praticamente eliminado do Campeonato Paulista. O tropeço de hoje contra o Guaratinguetá (o nome obscuro dessa equipe apenas aumenta a vergonha pelo empate obtido) praticamente selou o destino malogrado do Verdão nesse início de ano, levando em conta a eliminação precoce na Copa do Brasil para o (também insosso até no nome, hehe) Ipatinga. Seguindo nesse ritmo, eu ficaria aliviado se o Palmeiras conseguisse ao menos escapar do rebaixamento da Série A no Brasileirão desse ano.
2. Perdi a corrida de Fórmula 1. Ou melhor, não 'perdi' nada, pois, ao que parece, a corrida foi definida logo nas primeiras voltas, quando Alonso assumiu a ponta, seguido por Hamilton, que não foi ultrapassado por Raikkonen; Massa rodou logo no início e não passou de um quinto lugar, enquanto Barrichello foi apenas o 11º. Pois é, valeu a pena ter caído no sono durante a madrugada de sábado para domingo, embora eu tenha perdido algo que, ao contrário da F1, teria sido interessante - Adult Swim, hehe.
3. Achei um site sobre games bem ácido e divertido, o UK Resistance. Sendo a página declaradamente pró-Sega, eles resolveram avacalhar com a Sony (a qual, segundo eles - e com razão - , é a antítese dos seguistas em seus consoles, já que priorizam games 'realistas, adultos e tecnófilos', ao contrário dos jogos 'divertidos, coloridos e para todas as idades' que a Sega produzia; a propósito, eu também citaria a Nintendo nesse segundo caso). Tanto que uma temática que eles exploraram bastante nos últimos dias foi o relativo fracasso do PS3 em sua estréia na Europa; mesmo vendendo cerca de 600 mil cópias na primeira semana, os estoques indicam que sobraram muitos PS3s nas lojas; isso sem falar na queda brusca de 82% nas vendas na 2ª semana. Eu ri muito de algumas fotos e comentários feitos pelo pessoal do UK Resistance, é sempre bom achar alguém que tire sarro da (supostamente séria) 'guerra' que há entre os novos consoles de Microsoft, Sony e Nintendo.

06 abril 2007

Em breve?

Poxa, estou gostando bastante de "Ciência e Política: Duas Vocações", do Max Weber. Fiquei surpreso por saber que ele pensa mais ou menos como eu a respeito das temáticas trabalhadas em sua obra. Weber tende ao idealismo, e sua concepção do capitalismo é positiva e pró-racionalização ainda maior do mesmo; diria até que ele é liberal em certos momentos da obra, apesar de confessadamente nacionalista e ter pontos de vista que podem soar contraditórios.
Quanto ao "Nascimento da Tragédia", de Nietzsche: o livro é interessante, e o autor consegue traçar paralelos e perspectivas de maneira eficiente. Mesmo sendo Nietzsche, na época da publicação do livro, ainda um "puxa-saco" de Schopenhauer e Wagner, isso não interfere muito na autoria e na liberdade ideológica dele.
Enfim, se eu terminar a leitura de uma dessas duas obras até o "fim do fim de semana", farei um post sobre a mesma.

05 abril 2007

Estiagem?

Andei bastante ocupado nos últimos dias, logo não tive tempo e paciência (eis a velha duplinha, como sempre!) para atualizar o blog desde dia 31. Já tenho alguns textos em mente, e provavelmente postarei pelo menos um até a noite de domingo.

Enquanto isso, aproveitem para tomar um cafezinho e assistir a O.C. na Warner hoje, às 21h (a última temporada está boa, apesar de alguns episódios bobos e nonsense) . Até mais.