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Kaio

 

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31 março 2007

Para fechar o trimestre

1. Fiz simulado do Poliedro hoje. Acertei 60 das 90 questões, justamente o que eu gostaria e esperava tirar. É uma nota até razoável em se tratando de 1º bimestre, apesar de ainda estar longe do ideal. Mesmo assim, cumpri a minha meta.
2. Terminarei de ler "As Catilinárias" até amanhã, provavelmente. Cada vez mais estou ficando encantado pelo estilo e a oratória de Marco Túlio Cícero. Ele consegue transformar redundância em ênfase, intriga pessoal com acusação de traição à Pátria, ideologia reacionária em defesa da República.
3. Estou viciado em Dire Straits. Ando ouvindo constantemente faixas como "Twisting By The Pool", "Brothers In Arms", "So Far Away", "Your Latest Trick" e, principalmente, "Sultans Of Swing".

29 março 2007

A respeito da obra de um certo tutor de Alexandre, O Grande

"Política" é, provavelmente, o escrito mais famoso (e, entre os que eu li até agora - o outro foi "Ética a Nicômaco" - , o melhor) do filósofo grego Aristóteles. Aliás, notem que este é o terceiro texto seguido no qual eu o cito. Por quê? Oras, gosto bastante da linha de pensamento dele. Ele consegue demonstrar uma visão liberal até inesperada para alguém do século IV a.C., o que só corrobora a idéia de que os gregos (especialmente os atenienses, é claro), apesar dos pesares, eram muito avançados no pensamento filosófico e político. Tentarei nesse texto explicitar aspectos bem interessantes das idéias aristotélicas.

Sobre a organização de "Política" - o livro começa muito bem; as três primeiras das 8 partes são de leitura agradabilíssima, já que Aristóteles trata o tema demonstrando grande conhecimento e uma linguagem adequada.
No quarto e no sexto, entretanto, ele acaba caindo na prolixidade, adotando aquele estilo "idiossincrático à Biologia" que eu havia comentado anteontem, no blog. Tudo bem que analisar o funcionamento da oligarquia, da democracia e das outras formas de governo designadas por ele exige muito detalhismo e as longas descrições e exemplificações são um mal necessário; no entanto, é de tirar a paciência de qualquer um em certos momentos da leitura. As coisas melhoram bastante quando ele começa a falar sobre as tiranias. Até me lembrei um pouco de Maquiavel, já que Aristóteles foi realista e até cínico quando comentou sobre como manter um regime despótico.
A quinta, que trata sobre as revoluções, é bem interessante e soa até atual na comparação com os conceitos contemporâneos, apesar de regimes como a aristocracia e a oligarquia não estarem presentes formalmente em nossa realidade, mas sim implícitos em certas democracias.
As duas últimas são, provavelmente, as melhores, já que ele faz uma espécie de link com "Ética a Nicômaco", e resolve discorrer sobre os aspectos 'micro' da sociedade, inclusive a respeito da conduta dos cidadãos e da educação. Aliás, foi nesse trecho que eu tive uma surpresa agradável (além de ter me deparado com comentários interessantes sobre o papel da música na educação):
Aristóteles era a favor do aborto, quando este fosse feito logo no início de uma gravidez indesejada. E pensar que, mais de 2300 anos depois, ainda exista tanta oposição a tal questão, ainda mais em razão de uma cultura hipócrita e conservadora (no mau sentido) que estabeleceu-se no Ocidente atráves dos séculos a respeito de certo assuntos...

Outro aspecto notável de "Política" é a refutação de várias idéias platônicas sobre a organização política. Uma das mais absurdas delas, que era o comunitarização absoluta de mulheres e crianças (em outras palavras, um "ninguém é de ninguém, todos são de todos"), foi amplamente criticada por Aristóteles, que, sempre munido de bom senso, apontou a necessidade de estabelecer-se uma ordem social, da imprescindibilidade de que existam famílias, propriedade privada, hierarquias, etc. Não foi dessa vez que Platão, Sócrates e outros idealistas saíram vencedores com seu apego absoluto ao "Mundo das Idéias", hehe.

Na minha opinião, o filósofo é mais simpático à democracia. Pela minha interpretação do livro, ele, mesmo que apontando as falhas e aspectos negativos do regime democrático, vê a politéia (governo constitucional) como o mais prático e justo de todos. Mesmo a monarquia e a aristocracia, que também são bons modelos para ele, tornam-se ultrapassadas para cidades em que mais do que um pequeno grupo de pessoas demonstre-se virtuoso, e em que o povo tenha força política superior à da elite econômico-social. Claro que os demagogos são um dos principais problemas da democracia, e, em certos casos, aproximam-a de uma tirania (Aristóteles não ficaria surpreso ao ver que, desde os tempos helênicos, tal "raça" é quase inerente à política. Desde Roma até o Brasil contemporâneo, quase todos os governos republicanos e/ou democráticos tiveram políticos que manipulavam as massas ao seu belprazer).

Ah, sobre o título do post: tendo Aristóteles como professor, é óbvio que Alexandre, O Grande, estava bem servido. Seu projeto de uma monarquia mundial, entretanto, era demasiadamente pretensioso, e seu malogro era inevitável, apesar de todos os sucessos militares de Alexandre. Ainda assim, devemos agradecer a ele pela fusão da cultura oriental com a ocidental. O mundo deve muito a esse 'helenismo'.

Recomendo a obra a todos que tenham interesse em saber mais sobre um dos maiores pensadores da Antiguidade, e que teve uma influência que não ficou restrita às ciências ditas 'humanas', mas também nas 'exatas' - vide as concepções aristotélicas sobre gravitação e mecânica que eram axiomáticas na Física até o Renascimento Científico dos séculos 16 e 17.

[- Qual será a sua próxima leitura, Kaio?
- "As Catilinárias", do romano Cícero.]
Até mais.

28 março 2007

Amizades: naturais, artificiais ou prescindíveis?

(Antes de rirem do texto, algumas observações.
Ele ficou deliberadamente exagerado e trágico, até porque eu notei que até agora não havia feito uma redação 'pessimista', e não vi problemas em aproveitar tal idéia para o tema da semana - "Como escolher um (a) amigo (a)?", cuja coletânea pedia um artigo de opinião. Não sou tão cético a respeito das amizades quanto deixo transparecer no texto, mas realmente tenho poucos amigos; porém, eles valem por milhões de 'colegas descartáveis' (alguém aqui anda vendo Clube da Luta demais, hehe) - um deles, por exemplo, o Gino, eu conheci em 97 e até hoje valorizo a amizade que tenho com ele. Enfim, melodramas e justificativas à parte, vamos ao texto. Amanhã o entregarei e ele será avaliado e devolvido ainda no dia 29.)

Não é tarefa fácil para um egocêntrico escrever e refletir sobre o valor da amizade; corre-se o risco de ser hipócrita ou cair na auto-indulgência. Tendo isso em mente, utilizar-me-ei de um recurso típico de quem quer esconder a falta de uma opinião concreta sobre um certo assunto: citar filósofos e ser prolixo.
Os gregos e romanos, aparentemente, exaltavam muito a amizade. Aristóteles, por exemplo, afirmava que o homem era um "animal político". Isso indica que ele acreditava que nossa espécie é sociável por natureza, e que fazer amigos tem um papel importante até mesmo na formação e organização política do Estado. Outros, como Cícero e Sêneca, tinham uma visão bem idealista e positiva sobre o assunto.
A Idade Moderna iniciou a ruptura de vários valores, e Thomas Hobbes simbolizou bem isso, em razão de suas idéias realistas e céticas. Ele, por exemplo, afirmava que a sociabilidade do homem não é natural como nos outros animais, mas sim artificial e repleta de segundas intenções. Sua famosa e supracitada frase "O homem é o lobo do homem" é uma síntese disso.
Várias outras correntes filosóficas discorreram sobre a amizade, mas, no geral, ou a consideravam algo "belo, nobre e sincero", ou "a pacífica e agradável convivência entre dois ou mais humanos" ou até mesmo um mero "contato orgânico que se estabelece com alguém cujos interesses e/ou características são comuns à outra pessoa". Nenhuma das três visões está absolutamente correta, até mesmo porque cada um de nós baseia a sua opinião em sua próprias experiências (e essência) de vida. No meu caso, a propósito, não sinto tanta necessidade de ter vários amigos; dois ou três que sejam verdadeiros companheiros já há um longo tempo são mais do que o suficiente.
Considero inviável querer definir "como escolher um amigo", pois cada novo colega que fazemos pode ser "obtido" das mais diversas maneiras, desde um gosto musical em comum até personalidades opostas, porém complementares. O valor da amizade é demasiadamente subjetivo, e eu estaria mentindo se dissesse que concordo com o bom senso (ou seria um senso comum?) de que "amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito". Enfim, se há uma beleza em tal sentimento, menosprezo-a.

27 março 2007

"Metodicalizando" as coisas

1. O texto sobre Grécia e Roma já está sendo elaborado no meu 'mundo das idéias'. Só preciso estar em um dia mais inspirado para concluí-lo e publicá-lo.

2. Falando nisso, estou quase terminando de ler "Política", obra do titio Aristóteles. Apesar de muitas vezes o livro tratar do tema como se fosse Biologia (ou seja, catalogando modelos e tipos de governo, com descrições prolixas e às vezes até redundantes), no geral gostei bastante do livro. As palavras-chave para definir o método aristotélico de filosofia são "bom senso". É impressionante o quanto ele faz uso desse recurso; não é à toa que foi tão difícil para os pensadores dos séculos XVI e XVII refutarem o grego e provarem que nem sempre um raciocínio aparentemente sensato é o mais condizente à realidade. Francis Bacon, destacado filósofo moderno inglês, disse, certa vez, algo a respeito disso, alegando que "Aristóteles tinha um pensamento muito interessante para resolver discussões, mas com poucas aplicações práticas".

3. Ando tendo algumas nostalgias musicais... hoje mesmo baixei algumas músicas de uma banda chamada Double You, que fazia sucesso na metade dos anos 90. Eu nem gostava dela na época, mas dia desses me lembrei da melodia de "Please Don't Go" (a melhor faixa deles) e me deu vontade de baixar e matar a saudade. É uma banda de pop eletrônico europeu bem convencional, e tem como pontos fortes o ritmo dançante conduzido pelo teclado 'serelepe' e os vocais meio 'dramáticos' de William Naraine, mas não é nada excepcional ou marcante. Tanto que, mesmo até achando legalzinho, logo voltei para as bandas de música eletrônica realmente boas, hehe. Nesse momento, por exemplo, estou ouvindo "Do Your Thing", do Basement Jaxx.

4. O próximo sábado será um dia duplamente importante. 1 - Simulado Poliedro para mim, e uma boa chance para que eu avalie se estou indo bem nos estudos ou se isso é um fruto da minha imaginação fértil e arrogante, hehe; 2 - Último dia do ano fiscal para as empresas de videogame, o que significa que saberemos se as vendas dos consoles foram melhores, piores ou de acordo com o esperado pelas publishers. Alguns itens do provável relatório já ficaram claros para os gamemaníacos nas últimas semanas, como o sucesso comercial e de crítica do Wii, que já alcançou 6 milhões de unidades vendidas e agrada aos mais diversos públicos, inclusive velhinhos aposentados que jogam Wii Sports, nos EUA; e as vendas relativamente decepcionantes do PlayStation 3, especialmente no Japão e nos States, restando como consolo para a Sony o bom desempenho na estréia do console na Europa, na 6ª feira passada, com 600 mil PS3 vendidos em 5 dias. Que se fique atento para os próximos números das vendas e, claro, os reviews dos principais lançamentos para as plataformas.

26 março 2007

Um direito inalienável, se bem empregado

(Devido a alguns problemas com a conexão do meu PC, não pude usar a Internet, digo, o Firefox, heh, nos últimos dias. Aqui está o texto que eu deveria ter postado na sexta. Ah, e amanhã o blog volta à sua programação normal; redações, agora, só depois da quinta-feira!)

Questionaram-me na proposta de redação se eu considerava que o direito de greve deveria ser restrito ou não. Acredito ser impossível tratar de tal tema sem uma "viagem no tempo"; portanto, façamo-la.
494 a.C., Roma. Os plebeus, que eram a base do Exército romano, mas não gozavam de nenhuma representação política, retiraram-se para o monte Sagrado. O protesto foi considerado a 1ª greve da História. Através dos séculos, os mais diversos povos experimentaram, de uma maneira ou outra, situações análogas à romana. Os séculos 19 e 20 (talvez os mais efervescentes desde o surgimento das civilizações) intensificaram a discussão, até mesmo porque as péssimas condições de trabalho nas indústrias causaram indignação nos operários: ganhavam um salário desprezível, a jornada de trabalho era gigantesca, não havia uma legislação trabalhista e eles tinham direito a uma participação irrisória na política.
Tal situação indubitavelmente levaria a uma paralisação deliberada dos trabalhadores, e foi o que aconteceu. Entre o início do século retrasado até o final dos anos 1990, as conquistas trabalhistas foram obtidas gradualmente, até mesmo em função do fortalecimento das "trade unions" [sindicatos]. Com a exceção de poucos países e regiões, o mundo chegou ao século 21 com uma situação até "confortável" para a clase trabalhadora.
Recentemente, o presidente do Brasil chegou a afirmar que pretendia restringir o direito de greve, alegando que a população estava tendo vários serviços prejudicados pelas constantes paralisações. Não deixam de ser surpreendentes tais posturas de Lula, levando em conta que ele era sindicalista e liderou algumas das maiores greves operárias nos anos 70, na região do ABC paulista.
Lula, em parte, tem razão, levando-se em conta que, de fato, milhares (até milhões) de brasileiros são lesados pelas greves no setor do funcionalismo público. A solução para o problema, porém, não consiste em limitar a liberdade de expressão e o poder de "desobediência civil" do trabalhador, mas sim em criar condições para que eles próprios não vejam a necessidade de "pararem as máquinas".
Quanto ao salário, não creio que ele deva ser aumentado de maneira expressiva, mas sim que ele passe a valer mais, o que ocorreria se o Estado gerenciasse a economia de maneira a diminuir o custo de vida e garantir uma carga tributária mais branda. As próprias empresas do setor privado são afetadas pela política e economia travadas do país, imagine então quem precisa vender a sua força de trabalho. A respeito de outras reinvidicações trabalhistas, creio que eles próprias devem ter o bom senso e a sensatez de saber o que é motivo ou não para uma greve. Ou seja, parte do próprio indivíduo a consciência do que é justo ou não, o que necessita de um protesto ou não. se o governo interferir até nisso (e não no que realmente cabe a ele), então temos uma inversão de papéis.

22 março 2007

Sobre redução da maioridade penal...

... eis a minha redação. Sim, ela ficou muito "sonhadora e otimista", mas eu não vou negar tais idiossincrasias da minha pessoa ao escrever sobre certos temas, hehe.

Somos um país movido a escândalos, isso é inegável. Quando a imprensa resolve noticiar o que antes era despercebido, logo a pauta vira comoção nacional (e tema de redação). Até se ignora todo o sensacionalismo, afinal, há uma "calamidade intragável" no ar. Foi assim no passado (impeachment do Collor, Mensalão, Anões do Orçamento, Suzana von Richthofen...) e o está sendo com o caso do menino João Hélio, o qual faleceu após ser arrastado por 7 km em um carro roubado, sendo que um dos criminosos era menor de idade. Pronto, eis uma causa que passou a sensibilizar o país: a redução da maioridade penal.
Sinceramente, eu não ficquei comovido com o crime, mas sim surpreso pelo fato de sempre ser necessário a exibição de uma atrocidade para que o Brasil pare para refletir sobre o assunto, ainda mais quando o crime é megalômano e atinge um membro de uma família rica. Pronto, agora inúmeros leigos resolvem opinar, clamando por mundanças nas leis; pouco lhes importa não saber nada sobre o que está escrito nelas ou como funciona o Direito Penal - deseja-se a punição, a dureza, a "justiça".
O grande problema, no entanto, não é decidir se um jovem de 16 anos deve ser tratado como um maior de 18, mas sim amplicar em tal adolescente o que já está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente: "Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico em regime hospitalar; (...) prestação de serviços à comunidade; inserção em regime de semiliberdade; internação em estabelecimento educacional; obrigação de reparar o dano etc."
O que o ECA propõe é excelente, digno de elogios pelo respeito aos direitos humanos. Porém, nada disso é realmente posto em prática. Bonito no papel, mas inexistente na realidade. Se tivéssemos um poder Executivo menos burocrático e mais "enxuto" e eficiente (sim, a retórica neoliberal é adequada para esse contexto), seria muito provável que nosso país fosse muito melhor quanto à segurança. O menor infrator teria toda a atenção que merece, visando a ser recuperado e reintegrado à sociedade. Rigidez é prescindível quando algo é sensato e coerente.
Meu discurso, portanto, é contra a redução da maioridade penal e a favor da educação. O rapaz de 15, 16, 17 anos que cometeu um crime hediondo não deveria ir direto para a cadeia, mas sim para uma instituição na qual ele ficaria por 3 anos, estudando e buscando redimir sua alma da barbárie à uqal foi exposto por não ter acesso à educação e aos padrões éticos da sociedade. Em casos extremos, nada como um tratamento psiquiátrico sério, objetivando não a punição física, mas sim a análise dos fatores e condições que levaram tal jovem a cometer o crime; além disso, buscando soluções para, quem sabe, redimi-lo de seus erros e torná-lo, enfim, um cidadão.

Postarei amanhã a minha redação entregue (e avaliada) hoje, sobre o direito de greve. Para minha surpresa, já que eu a fiz às pressas na manhã de hoje, pouco antes de ir para a escola, obtive um 97, e só não consegui mais por ter feito uma imbecil e desnecessária marca de subjetividade no 1º parágrafo (deixarei-a intacta quando foi postá-la no blog) e uns dois errinhos ortográficos causados pela minha pressa em escrever o texto (se eu não me engano, um deles foi um r "colado" a um o e o outro foi um i que parecia um e), mas, mesmo assim, foi uma nota bem melhor do que eu esperava... enfim, até amanhã.

20 março 2007

Just a second, please!

Estou sem vontade de fazer um post 'de verdade' hoje, apesar de já ter 2 textos prontos e 2 já iniciados. Amanhã estarei em Brasília, em razão de uma excursão dos alunos do meu colégio - incluindo, obviamente, a minha pessoa - que participaram do projeto ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), o qual será apresentado amanhã no Congresso Nacional. Legal, né? =D

Ainda tenho que terminar hoje à noite de ler "A Dança do Universo", prometi pra mim mesmo que demoraria menos de duas semanas para lê-lo (comprei-o na 4ª da semana retrasada) e ainda faltam 30 páginas para encerrar a leitura. Além do mais, tenho que dormir um pouco mais na noite/madrugada de hoje, para acordar bem disposto para amanhã.

Ah, já comecei a ler "As Catilinárias" de Cícero, mas esse é o tema indireto de um dos próximos textos. Arrivederci!

18 março 2007

SporTime

(Eu havia prometido que o próximo post seria o da redação, certo? Porém, achei melhor adiá-lo por mais alguns dias. Não estou com muito saco para falar de maioridade penal, mídia sensacionalista e o meu velho papinho demagógico de que "tudo pode ser resolvido, basta ser otimista e diminuir o tamanho do Estado". Publicá-lo-ei, provavelmente, até sexta-feira que vem. O texto não é grande coisa, mas, enfim... iniciemos o post.)

Pelo trocadilho infame no título, vocês já devem ter notado qual será o tema do post de hoje. Pois bem, vamos falar de esportes. Pam-pam-pam!

F1: Assisti à corrida (o GP da Austrália) na madrugada de hoje. Rubinho (piloto pelo qual eu torço desde criança e defendo-o até o fim, mesmo estando consciente de que ele já frustrou muitas expectativas que eu, a imprensa e a torcida em geral já criaram sobre ele) fez o que dava pra fazer com a carroça da Honda - chegou em 11º, quatro colocações à frente de seu colega de equipe, Jenson Button. Felipe Massa fez uma excelente corrida; largou em último lugar (problemas nos treinos), mas conseguiu chegar em sexto e abocanhar três pontos.
O vencedor do GP foi Kimi Raikkonen, finlândes e novo piloto da Ferrari, que começa a temporada já demonstrando eficiência e oportunismo (levando em conta que o carro da escuderia estava perfeito, como sempre). Fernando Alonso, atual campeão, foi o segundo colocado. Ele 'ultrapassou' o seu companheiro de McLaren, Alexander Hamilton, graças aos pit-stops, mas, na pista, levou um baile do novato.
A 58ª temporada da Fórmula 1 começou bem, e, na minha opinião, será a melhor desde 2003, quando Schumacher, Montoya e Raikkonen disputaram equilibradamente o título e Barrichello fez algumas de suas melhores corridas. Motivos para isso não faltam, levando em conta que não pode-se definir um específico favorito ao título, já que o Alemão se aposentou (até que enfim, diga-se de passagem, rs) e Alonso, Massa e Kimi prometem uma disputa intensa pelo título. As próximas corridas prometem grandes emoções (ainda mais se você colocar a TV no "mudo" nos dias em que o Galvão for narrar, hehe).

Campeonato Italiano: a Internazionale, equipe italiana pela qual eu torço desde criança, finalmente ganhará um título nacional após 18 anos de jejum (desconsiderando que o caneco da temporada 2006 foi 'herdado' da Juventus e do Milan, que, aparentemente, gostavam muito de jogar nos dois sentidos da palavra). Em uma temporada impecável, a equipe já somou 76 pontos, acumulados graças a 24 vitórias e 4 empates. A vantagem para a Roma, segunda colocada, é de dezoito pontos, quantia que dificilmente será revertida nessas últimas dez rodadas. O último triunfo da Inter foi contra o lanterninha Ascoli, por 2 a 1. Ambos os tentos da equipe foram graças a assistências do brasileiro Adriano para o sueco Ibrahimovic.
Entre os outros destaque da rodada, tivemos a vitória do Milan sobre o Atalanta, com gol de Ambrosini - tal resultado garantiu ao time milanês a subida para a quinta colocação na tabela); a vice-líder Roma empatou sem gols com a Fiorentina; a Lazio bateu o Empoli por 3 a 1. A visitante Reggina goleou por 4x1 o Catania, e passará a semana fora da zona de rebaixamento.

Campeonato Carioca (Taça Rio): faltam apenas 2 gols para Romário alcançar a marca dos mil gols. Diria eu que há grandes chances do milésimo ser contra o Flamengo, no próximo domingo, o que seria bem interessante. Na rodada, consolidaram-se na liderança de seus respectivos grupos os times do Botafogo (A), Vasco e Volta Redonda (B).

Campeonato Paulista: o Palmeiras (a terceiras das entidades esportivas citadas nesse post pela qual eu "tenho uma predileção") finalmente voltou ao top 4 do torneio, após derrotar o Sertãozinho por 4 a 2, há algumas horas. O Verdão está em quarto, com 25 pontos, o mesmo tanto que o Paulista, 5º, mas com a vantagem de ter um saldo de gols melhor. O Corinthians derrotou o Noroeste por 2 a 1, e é o sétimo colocado, atrás justamente da equipe que derrotaram hoje. Disputando a liderança, permanecem Santos (1º, 34 pts.) e São Paulo (2º, 33 pts.).

Big Brother Brasil (teoricamente não é esporte, mas a tese de alguns de que o BBB virou um "reality show completamente darwinista, tanto quanto eram Survivor e No Limite" me levou a considerá-lo uma gincana com certos aspectos esportivos, até mesmo pelo caráter animalesco e pouco, hã, racional de certos participantes): Carol é a nova líder, e provavelmente indicará Alberto para o paredão. Má notícia para o mineiro, campeão de rejeição entre o público; não me surpreenderia se ele saísse com mais de 80% dos votos. Diego continua como o queridinho dos telespectadores e internautas, e pode até mesmo ser o adversário de Alberto no paredão, o qual seria o seu quarto consecutivo.
Os rachas dentro do antigo 'G5' já começaram a aparecer, e os antes amicíssimos Bruna, Airton, Analy, Carol e o próprio Beto já começaram a desmascarar uns aos outros, e a promessa é de muitas intrigas e pirraças nos próximos dias. O programa está começando a ficar menos divertido (até mesmo pelo fato de que está diminuindo o número de participantes), mas uma última esperança virá na semana que vem, quando Pablo Espósito, um ex-participante da versão argentina do BB (o Gran Hermano 4), visitará a casa, e terá 'papel decisivo' na próxima prova do líder.

Sim, eu sei que tudo isso sobre o que eu falei hoje é assaz cultura inútil, até mesmo para uma Sônia Abrão da vida... tanto que encerro o post por aqui. Se quiser algo mais erudito, aguarde pelo próximo texto. Ou não.

16 março 2007

Salada de assuntos

I - Preciso fazer um post sobre Grécia e Roma. Desde que comecei a gostar de História há uns 5, 6 anos, eu já adorava estudar tais civilizações, e, como várias outras coisas, nesse ano essa admiração só aumentou. Gostaria de preparar um texto para analisar alguns aspectos, como a política, a filosofia, a sociedade, a economia... enfim, algo panorâmico, mas não superficial. Aguardo um fluxo de consciência para escrevê-lo...

II - No post de amanhã, publicarei uma redação minha sobre a questão da maioridade penal. Tirei 98 nela, "perdi" o 100 em razão de uma derivação imprópria desnecessária (usei 'porém' como substantivo - "O porém é que (...)", tsc...) e coloquei um pronome oblíquo no lugar errado em uma frase. Gostei de escrever o texto; ele é outro que reflete a minha tendência 'idealista-utópica-liberal de araque', imprescindível para o meu Anfisismo. Creio que eu tenho vocação para a demagogia, hehe.

III - Preciso controlar minha obsessão por livros de bolso, já devo ter quase uma centena, e não li nem metade deles! Anteontem, comprei "As Catilinárias", de Cícero, e "Crítica da Razão Prática", de Kant. Sei, no entanto, que só lerei pra valer tais obras depois que conseguir me despreocupar com Física e Matemática (é como eu havia dito implicitamente no post "Philosophia Naturalis" - ando 'viajando' demais na teoria, mas me focando pouco em exercícios) e, claro, terminar de ler "A Dança do Universo". Não ficaria surpreso se eu surtar com essa 'hiperatividade forçada' (lembrando que eu não tenho nenhum problema psicológico; se eu aparentar ter um, não se preocupe, é apenas teatrinho!), com tantos livros, divagações, viagens na maionese, aulas, tentativas de melhorar minha retórica etc.

IV - Ah, uma curiosidade para vocês - os 4 primeiros livros da Martin Claret que eu comprei, em meados de fevereiro/março do ano de 2005, são completamente dissonantes das minhas idéias atuais.
- "Confissões", de Santo Agostinho: comprei porque era o livro indicado para o bimestre na aula de Leitura de Clássicos lá na minha escola (atualmente chama-se Café Filosófico). Advertência - livro altamente entediante!
- "O Livro Vermelho", de Mao Tsé-Tung: o Kaio do início de 05 estava tentando fugir da esquerda ortodoxa, e resolveu pegar pesado na sua missão. Ao invés de buscar autores e idéias de social-democratas, como normalmente fazia, ele buscou o extremo do extremo: Mao. Nosso coleguinha até gostou da estilística do ex-estadista chinês, mas discordou profundamente das teorias políticas do mesmo, que incluiam a total apologia à burocracia, ao excessivo coletivismo e ao centralismo autoritário. Claro que, para contrabalancear, Kaio compraria a obra de um pensador mais moderado, e o escolhido foi...
- "Do Contrato Social", de Rousseau: infelizmente, a tradução do livro não era das melhores; some-se a isso o fato de que Rousseau, segundo Kaio, é, digamos, 'chatinho' demais: sempre banca o cara simpático, que ama a natureza, gosta do povo, além de ser um paradoxal liberal-democrata (mesmo que de esquerda) que espinafra a propriedade privada, ter mania de perseguição e ser quase que uma antítese do Voltaire (o que não é bem um elogio, levando em conta que este era um mestre da ironia e do sarcasmo).
- "O Manifesto do Partido Comunista", de Marx e Engels: nosso blogueiro já tinha há mais de um ano a edição da Paz e Terra, mas considerou a da Martin Claret mais completa. Por mais que Kaio, na época, fugisse do marxismo como Trótski fugiu de Stálin (péssima comparação, né? Ignorem-a, hehe.), ele não negava que precisava ler as obras do barbudão para ter mais embasamento teórico. Ele nem esconde que até gostava do modelo estatal proposto por Marx! Com o passar do tempo, porém (aliás, alguns posts - bem bobinhos, diga-se de passagem - de Racio Símio no terceiro trimestre de 2005 refletem essa época), tal ideologia já não fazia mais sentido para KF. O motivo? Ele afirma que "era o fim da primeira fase de minha adolescência. Havia chegado o momento em que eu executaria uma auto-revolução nos meus pensamentos e idéias, abandonaria aquilo que eu notasse que não correspondia à minha essência e à minha experência."

V - Saiu ontem o relatório mensal de vendas de videogames do NPD, publicado no site Videogame Charts. A lista trouxe algumas surpresas (obs.: tais números referem-se às vendas de consoles na América em fevereiro de 07; lembrando que, no último post que eu fiz sobre o NPD, no mês passado, só citei os números dos EUA):
1º Nintendo DS: 575,750 (teve uma excelente recuperação em relação ao mês anterior, provando que poderia ter vendido nele bem mais se não tivesse, hã, desaparecido das prateleiras tão rápido, rs. Diddy Kong Racing foi o principal lançamento do mês, e já vendeu 275 mil unidades.)
2º Wii: 379,250 (recuou 100 mil, mas continua vendendo bem, ao ponto de já ser, ao lado do PS2, o console de mais rápida vendagem de todos os tempos. Wii Play foi comprado por 400 mil consumidores, tendo sido o segundo jogo mais vendido de Fevereiro.)
3º PlayStation 2: 323,500 (quem diria, hein? Mesmo já sendo uma plataforma com recém-completados 7 anos de vida, o Play 2 continua vendendo muito bem. É o único consolo para a Sony nas últimas semanas, aliás, já que os outros dois videogames dela estão abaixo das expectativas.)
4º Xbox 360: 257,500 (detentor do game mais bem-sucedido do mês - Crackdown e suas 463 mil cópias. A base instalada na América pela máquina da Microsoft já é considerável, o que pode vir a ser um trunfo no decorrer dessa guerra da nova geração.)
5º PlayStation Portable: 189,500 (o PSP está muito longe de ser um fracasso comercial, mas o seu adversário no ramo dos portáteis, o DS, vendeu três vezes a mais que ele! É claro que essa surra nos números 'facilitou' a decisão da Sony de ter anunciado que fará um PSP2.)
6º Game Boy Advance: 165,000 (o GBA venceu o PS3 nas vendas, por incrível que pareça! Foi nesse mês que o 'pequeno notável' alcançou a impressionante marca de 40 milhões de unidades vendidas no continente americano desde Junho de 2001.)
7º PlayStation 3: 133,750 (a decepção do mês. A escassez de jogos de peso e o preço exorbitante continuam sendo um empecilho para a aceitação do Play 3 pelos jogadores. O quadro provavelmente não melhorará muito nos próximos meses, o que é um bom motivo para a gigante dos eletrônicos preocupar-se.)
8º GameCube: 26,250 (às vésperas de receber seus derradeiros jogos e ter sua a produção encerrada, o cubo ainda atrai uma pequena parcela de consumidores, talvez movidos pelo preço amigável - cem dólares - e/ou por alguns bons games, especialmente os da própria Nintendo.)
9º Xbox: 500 (quem disse que o Xbox entrou pelo Halo se enganou, hehe.)

VI - Putz, o texto ficou enorme! Até mais.

14 março 2007

Uma questão de humanismo

É de bom senso tratar questões sócio-ambientais sob um ponto de vista humanista e cosmopolita ao invés de levar-se pelo nacionalismo, afinal, os ecossistemas não são uma propriedade privada ou estatal, mas sim um bem coletivo, sem relações de exclusividade. Claro que isso também vale para a questão da Amazônia.
Muitos brasileiros sentem-se ultrajados quando cogita-se a possibilidade da Floresta Amazônica ser explorada por outros países. Tal visão foi impregnada por um hipócrita (e tardio) patriotismo, vindo geralmente de pensadores da esquerda. Eles afirmam que "nações imperialistas estão roubando nosso patrimônio, invadindo a nossa floresta." Este argumento está correto no que tange à falta de aplicação de nossas leis ambientais, porém peca ao ignorar o fato de que os mais negligentes e os maiores desmatadores da Amazônia são os próprios brasileiros.
Não seria errado dizer, portanto, que utiliza-se o "estrangeiro" como um bode expiatório. Se os países desenvolvidos subjugam a Terra Brasilis, é porque até hoje não esboçamos uma reação contundente quanto a isso; desde os primórdios de sua colonização, o Brasil foi um país de muito discurso e pouca prática - e ainda o é. Logo, de nada adianta falar em soberania nacional quando não damos o devido valor a algo fundamental não só para nós, mas para o planeta inteiro, que é a preservação da floresta equatorial e sua gigantesca biodiversidade.
Uma solução interessante seria, de fato, internacionalizar a Amazônia, mas em um processo "lento, gradual e seguro". Em outras palavras, já que o Estado brasileiro demonstra ser ineficiente no controle da exploração e no combate à biopirataria, cederia-se o "gerenciamento" para a ONU, a qual designaria um órgão internacional que ficaria responsável pela floresta. Isso, portanto, não implicaria em vendê-la, mas sim em simplesmente consolidar a sua internacionalização.
Aliás, tal órgão visaria a ser rígido na aplicação da legislação ambiental brasileira, a qual é inegavelmente muito boa, apesar de pouco praticada. Simultaneamente, haveria uma melhor organização quanto à questão das patentes, com o objetivo de impedir ações clandestinas e oportunistas quanto aos recursos naturais da Floresta Amazônica. Com isso, todos sairiam beneficiados, inclusive a população local (que não seria mais cúmplice da exploração ilegal) e os cientistas (os quais poderiam ter uma estrutura mais adequada para as suas pesquisas).
Enfim, a internacionalização da Amazônia seria uma atitude sensata e conveniente a uma das principais idéias do liberalismo político e econômico: "não existe nada que um Estado possa fazer que a iniciativa privada não o faça melhor."

(Dissertação que eu escrevi para entregar amanhã como redação semanal. O tema era, como percebe-se, a Internacionalização da Amazônia. Não estou certo quanto à qualidade dela, mas espero que ela obtenha uma boa nota.)

12 março 2007

Philosophia naturalis

Desde a quinta série eu já desconfiava que Física era uma matéria apaixonante, mas parece que fui adiando a confirmação dessa paixão através dos anos. O Ensino Fundamental só começa a ensinar Física na 8ª série (antes disso, eu até me arrisquei algumas vezes a ler alguma obra sobre o assunto, mas nunca entendia bulhufas, ou então não me esforçava o suficiente para isso). Quando tal matéria finalmente passou a ser ministrada para mim, meu interesse foi despertado, e eu lia vários livros didáticos (em especial um ótimo da editora Scipione, escrito por Beatriz Alvarenga e Antônio Máximo; nele, dava-se muito valor à parte teórica, parecia um livro de Humanas) e obtive boas notas na Filosofia Natural. tanto que, entre a oitava e o primeiro ano, consegui sete médias 100 consecutivas. Eu gostava muito de Mecânica e Termodinâmica, mas ainda estava entediado quanto à Eletricidade.
O segundo ano, definitivamente, foi um saco para o estudo da Física. Eu só estudava o suficiente para não passar vexame nas provas; não tive problemas graves no boletim (exceto um 70 no último bimestre), mas estava sem o mesmo afinco pela teoria como em tempos passados.
O "terceirão" veio para retificar esse empecilho. Interessei-me até pela parte elétrica, e comprei "A Dança do Universo" para me ajudar a ter um aprofundamento que eu não veria na sala de aula, até mesmo em razão da mentalidade pragmática e voltada para o vestibular. Saber mais sobre a vida de grandes pensadores, como Tales de Mileto, Pitágoras, Copérnico, Kepler, Galileu e Isaac Newton fez-me ter uma nova luz sobre as idéias e teorias dos mesmos, sem vê-las do mesmo jeito 'seco e frio' de antes. Mal posso esperar pela parte na qual lerei sobre a Física Moderna...
Aliás, terei prova de Física no próximo sábado, e posso até não tirar uma nota excelente, mas isso é o de menos - considero muito mais importante gostar de estudar e aprender a matéria do que conseguir bons desempenhos nas provas. Estes, aliás, virão a médio (ou, em alguns casos, até a curto) prazo, como uma mera conseqüência do interesse.
Quero terminar ainda nessa semana o livro do Marcelo Gleiser, mas não irei me apressar tanto na leitura - meu tempo está metodicamente organizado para que eu possa desempenhar as mais diversas atividades no meu dia-a-dia, mas isso não me dá o direito de extrapolar em algumas delas como eu fazia antes. Ou seja, nada de ficar passando as tardes inteiras deitado no sofá à tarde, comendo pipoca de microondas e vendo reprise de seriados velhos na Sony e na Warner, hehe.

Espero que esse meu interesse aparentemente amadurecido pelas Ciências da Natureza (ou 'As Exatas', como preferem dizer os vestibulandos) não seja apenas uma empolgação temporária, mas sim algo definitivo e que enobreça meu conhecimento. Minha prioridade como estudante não é simplesmente fazer o feijão-com-arroz (passar o ano, vestibular, emprego estável), mas sim buscar ampliar meu conhecimento durante todos os dias da minha vida. Não quero chegar aos 70, 80 anos arrependido por não ter ampliado meu leque cultural o bastante. Aproveitarei os meus "golden years" para iniciar tal 'jornada', portanto.

11 março 2007

Tomorrow never knows (eis o eterno retorno - este é o segundo post com esse nome!)

Às vezes fico bastante temeroso quanto à liberdade que adquirirei na universidade. Por mais que eu ame ser livre, não quero ser subjugado por tal "valor".
Politicamente posso me considerar libertário, mas tenho uma moral muito conservadora e cautelosa em certos aspectos - diria até careta. Há certas coisas que eu sempre evitei porque considerei que não faziam sentido para mim, como beber, fumar e namorar. Não vi até hoje necessidade disso na minha vida, portanto não vai ser porque eu entrarei na faculdade que eu vou querer mudar minha conduta. Infelizmente, terei um difícil adversário pela frente - o dito "determinismo social". Por mais que o século XX tenha derrubado, através de pensadores relativistas e práticas que comprovaram o possibilismo, o arcaico discurso de que o homem seria um mero produto de seu meio, ainda guardo um receio de que a sociedade não tolera o excêntrico, o diferente, e isso se refletirá em um ensino dito "superior".

A vida acadêmica traz para mim algumas boas perspectivas de um futuro tranqüilo e auto-suficiente, no qual eu poderei escrever livros e ensaios, debater filosofia e política com outras pessoas, expandir meu conhecimento sobre os mais diversos assuntos, preparar-me para o mercado de trabalho etc. Porém, temo que a minha pós-adolescência, se eu não me manter firme em minhas convicções, possa desvirtuar completamente a minha personalidade. Eu jamais gostaria de chegar aos 25 anos e pensar que eu era melhor, mais lúcido ou simplesmente 'não tão medíocre' quando tinha 15, 16 anos. Gostaria sim de olhar para o passado e pensar "Nossa, como eu evoluí... iniciei na minha adolescência um projeto de vida, e hoje estou aqui, prosseguindo com ele, já com alguns êxitos obtidos..."

2007 simbolizou, até o momento, o ano em que eu estou aplicando algumas metas que eu já estipulara há tempos, como estudar latim (e já visando a buscar aprender outras línguas); procurar ler vários livros paradidáticos ou de aprofundamento em conteúdos que eu gosto; voltar a me empenhar em todas as matérias na escola; não abandonar meus ideais e sonhos só porque estou 'amadurecendo'; voltar a me interessar por videogames (até mesmo como uma dívida com o passado, já que eu praticamente 'abandonei' os jogos quando comecei a gostar de Beatles e política, aos 13); entre outras coisas, inclusive uma que é talvez o objetivo principal - passar no vestibular para Ciência Política no final do ano.
Como um defensor da minha própria filosofia, o Anfisismo, viso ao máximo ser racional e sensível, mas sem ser um em detrimento do outro. Refletindo essa "obsessão", sou representado por César, Júlio, Jack e todos os alteregos que até hoje já criei para mim em meus textos. Quanto aos personagens femininos, são todos criados em minha mente, embora parcialmente inspirados em garotas que eu conheci (eis um exemplo do meu método 'essência e experiência', hehe). Elas não passaram de "musas inspiradoras", mas acho que isso já é muito. Todas elas tinham características bem diferentes das minhas, e eu mesmo preferi não me arriscar a tentar algo com elas, ao contrário dos meus alteregos (afinal, a ficção tem lá as suas mentirinhas, hehe). Talvez eles estejam certos e eu errado, mas a conclusão à qual eu chego é o próprio título desse post! Até mais.

10 março 2007

No more politics for you (?!)

Parece-me que, quando eu faço um post polêmico (leia-se "bobo e sem compromisso com o bom senso") ou sobre política, mais pessoas comentam, porém, quando eu posto uma redação ou um texto mais "leve" e subjetivo, as pessoas nunca lêem ou comentam - no máximo, citam que "vai ter manifestação contra o Bush", como se eu estivesse interessado em fazer parte da massa imbecil que vai protestar contra um político de outro país ao invés de se preocupar com os problemas de sua própria nação (nada contra quem faça isso, mas pelo menos escreva algo do tipo "Ah, o texto ficou bom/ruim/depois eu leio", hehe).
Eu até estava pensando em escrever um post sobre essa viagem do George filho ao Brasil, mas acho que os fatos falam por eles mesmos - ele fez o que era de se esperar. Prometeu acordos com Lula, mas não reduziu a tarifa sobre o etanol brasileiro. Na minha opinião, aliás, fez a coisa certa - não vai ser em uma viagenzinha-relâmpago que Brasil e EUA farão acordos econômicos amplos; uma "sinalização de diplomacia" já é um bom sinal. Claro que ainda há muito a ser feito, até porque a economia brasileira, pasmem, na prática, está demonstrando ser mais livre e aberta que a americana, já que são eles que estão impondo subsídios e práticas protecionistas.
Nem vou comentar esse "ódio" risível que os brasileiros criaram do presidente de outro país, que, pelo menos até agora, não fez nada contra nós que justificasse isso. Nem os próprios iraquianos e iranianos têm uma taxa de rejeição a Bush mais alta que a brasileira. Fazer o quê, adoramos nos importar com os problemas dos outros como se eles fossem nossos... mas quem sou eu para questionar valores tão nobres como esses? Deixemos que "o Estado, os empresários e as ONGs" mudem o Brasil, afinal, assistir ao espetáculo do (de)crescimento é muito mais divertido do que trabalhar por ele, não é mesmo?

Estou lendo "A Dança do Universo", livro do físico brasileiro Marcelo Gleiser. Adorei a obra, ela aborda a história da Física e das teorias sobre a criação e o funcionamento do Universo de uma maneira bem interessante.
Assim que eu terminar, lerei "O Nascimento da Tragédia", de Nietzsche (aliás, notei que, nesse mês, fará um ano que eu não leio ou folheio nenhum livro do bigodudo que eu já não tenha lido; esta que eu vou ler agora será a minha 8ª 'leitura nietzscheana', a propósito. Já estava com saudades do sarcasmo e o estilo do "mais latino dos alemães", hehe) e, quem sabe, retornarei a ler "Do Espírito das Leis", o qual vem se mostrando uma boa leitura paradidática para as minhas aulas de História.

O terceiro ano está bem interessante. De fato, eu voltei a gostar de estudar. Que bom. Hoje tive provas de Biologia e Química, creio ter ido bem nelas.
(Faltam 21 dias para o primeiro simulado Poliedro. Começará o meu desafio pessoal de conseguir média para ir estudar no Poliedro no semestre que vem, em SP... Nossa, isso ficou com uma conotação melosa. Deixa pra lá.)

07 março 2007

Let there be love

Aula de História. Penélope estava silenciosa, mas, mentalmente, a operar uma série de raciocínios e conclusões a respeito do que o professor dizia. Enquanto isso, César falava constantemente, pois aprendia a matéria comentando e participando da aula, sempre com uma oratória vibrante.
Ela não era de falar muito; gostava mais de manter-se na introspecção, estudando e observando a tudo e a todos. Já o rapaz era extremamente comunicativo, cheio de sonhos, planos e desejos. Mesmo assim, a garota era mais sociável, talvez por ser bem madura e serena; ele, contudo, tem poucos amigos, afinal, agia como um romântico que se afastava das pessoas por não ser compreendido por muitas delas.
Foi um trabalho em duplas o "estopim" para que os dois conhecessem melhor um ao outro, porque, mesmo estudando na mesma sala, quase nunca conversavam entre si. O professor escolheu os grupos aleatoriamente, e César e Penélope teriam que preparar um projeto sobre Filosofia Grega. Ainda cautelosos, acertaram de maneira lacônica o dia no qual se encontrariam à tarde na escola para iniciarem o trabalho.
Em tal dia, o diálogo travado pelos jovens foi quase um atrito colossal, pois, já nos primeiros minutos estavam opondo suas visões filosóficas:
- Eu gosto muito de Platão, talvez porque acredito profundamente na essência das coisas, nas idéias que produzimos e aplicamos e até no amor platônico. Sou um apaixonado defensor do idealismo, hehe!
- Hum, eu já sou completamente realista, aos moldes aristotélicos. Acredito que a experiência determina, explica e prova como tudo funciona. Apoio-me nos ombros dos gigantes da ciência.
Apesar de várias desavenças ideológicas, eles não deixaram de notar que nutriam uma paixão em comum pela filosofia. É como se esta fosse o único ponto de convergência entre personalidades tão diferentes. Penélope e César, involuntariamente, envolveram-se muito no trabalho escolar. Debatiam por horas a fio, e, no intervalo das discussões, falavam de suas vidas. Ela se interessou pelo jeito extrovertido e exaltado dele ("É como se ele fosse um Werther menos pessimista!"), enquanto César ficou fascinado pela aparente frieza de Penélope, que, no fundo, como ele percebeu, era doce e esforçadíssima nos estudos.
Mesmo após a apresentação do projeto, eles continuaram a dialogar freqüentemente, até que, semanas depois, notaram que um forte e recíproco sentimento desenvolvera-se.
- César, talvez você não acreditará no que eu tenho a dizer, mas acho que estou apaixonada, ou mesmo amando você...
- Céus! O mais impressionante de tudo é que... eu também estou gostando pra valer de você, Penélope! Putz, o que faremos? Que espécie de ironia do destino é essa?
- Pois é! Até há pouco mais de um mês, sequer falávamos um com o outro... Será que a filosofia nos uniu, ou foram as nossas diferenças as responsáveis por isso?
- Eu vou além, querida: nem a filosofia que tanto apreciamos poderá explicar esse... amor que parece ter surgido. Resta a nós apenas... sentí-lo. "Let there be love", Penélope.

(Redação que eu escrevi hoje, e que entregarei amanhã. O tema permitia que eu escrevesse uma redação que discutisse o fato de que "nem sempre há razão nas coisas feitas pelo coração". Espero que tenha ficado boa, fiquei montando-a mentalmente por um tempão, hehe)

(Adendo de 8 de Março: e não é que eu tirei 100 na redação? Yay!)

05 março 2007

Maaaaaais uma vez, a "esquerda na América Latina" como tópico.

Dessa vez, porque eu li hoje a matéria da Caros Amigos, com um artigo interessante (sim, não é porque eu discordo de algo que vou menosprezá-lo) sobre a América Latina e o crescimento da esquerda.
Os argumentos utilizados pelo autor do texto, Renato Pompeu, e pelo entrevistado, Nildo Ouriques, foram os que eu já esperava de um partidários das "causas canhotas": a apologia a um Estado mais forte; a condescendência com os mandos e desmandos de Chávez; a ignorância do fato de que uma economia "monocultora" (no caso venezuelano, com o petróleo) tem pouquíssimas chances de progresso a médio e longo prazo; a tentativa patética de desconsiderar PT e Lula como esquerdistas (fica até parecendo que, para eles, é IMPOSSÍVEL que um governo austero, pragmático e moderado seja bom); o velho argumento criticando o imperialismo dos EUA (isso é tão clichê, parece coisa típica de gente que pára de comer no McDonalds porque eles são uma empresa capitalista-cruel-monopolista, rs); a retórica ingenuamente radical (como se mudar a Constituição na marra, fazer o Executivo controlar o Legislativo e incitar a desordem popular fossem resolver a situação de um país subdesenvolvido, hehe)...
Mesmo quando eu tinha idéias de esquerda, fugia dos radicais. Tanto que só li a Caros Amigos por uns três, quatro meses naquela época, depois cansei da revista. Eles são quase surreais em suas colocações, ao ponto até de distorcerem argumentos para usá-los ao seu belprazer. Por exemplo, citaram no texto que Norberto Bobbio conceituou a esquerda como "a defensora da justiça social e do bem-estar" e a direita como a "conservadora dos interesses das elites". Duvido que Bobbio, um tão conceituado estudioso sobre Política, Economia e Direito, tenha resumido a questão ideológica de uma maneira tão imbecil e simplista, como se fossem palavras ditas por um menino de sétima série que foi manipulado pelo seu professor de História que é socialista. Certamente o autor de tal texto na revista deturpou os conceitos de Bobbio, para criar uma dicotomia Bem x Mal que nunca existiu na oposição entre direita e esquerda.

O meu conceito não é lá dos melhores, mas, na minha concepção, associo a direita à crença na liberdade e no respeito à individualidade, assim como a esquerda aos que colocam a igualdade e a coletividade em primeiro lugar. Não chega a ser um dualismo economia x social, até porque ambos os lados se preocupam, de maneiras diferentes, com tais assuntos. A diferença são os meios empregados e objetivos visados, mas os fins são quase os mesmos - o bem-estar (não importando se ele seja individual ou coletivo) e a paz (mesmo que temporária).
No caso de ditaduras, cada uma delas coloca as suas prioridades - vide Mário e Silas, Fidel e Pinochet, Mao-Tsé e Suharto, Stálin e Hitler, Chávez e Fujimori... para uns, uma economia livre e aberta é o mais importante; para outros, a preocupação maior é com a desigualdade sócio-econômica. Uns querem combater a inflação; outros, o desemprego, mas ambos querem o crescimento.
O raciocínio da esquerda é mais dedutivo - a idéia precede a experiência - , enquanto seus rivais são indutivos - a experiência demonstra uma idéia. É só comparar Adam Smith com Karl Marx para ver isso de uma maneira mais abrangente. O liberal old-school detectou que a realidade estava se comportando de uma determinada maneira, e resolveu sistematizar isso no papel. O socialista científico analisou o mundo e propôs como ele deveria ser. Não que uns sejam os idealistas e os outros os realistas (até porque, no mundo atual, parece que os 'destros' andam mais utópicos, por incrível que pareça), mas suas maneiras de encarar os problemas da sociedade vão por princípios, éticas e prioridades diferentes.
Então, a melhor coisa seria uma 3ª via, um centrismo, certo? Errado. Os nacionalistas, pela sua adoração quase doentia pelas suas nações/culturas/etnias, são muito mais perigosos que os dois pólos, até porque se apropriam de elementos de ambos para tornar suas ideologias e ações mais enfáticas. O exemplo mais extremo disso é o próprio Adolf. Nazismo vem de Nacional-Socialismo e eles eram economicamente intervencionistas à la keynesianismo, mas a burguesia era a estrutura de sustentação do poder e eles eram mais anti-comunismo do que anti-capitalismo. Vargas, Cromwell e Napoleão também agiram como conciliadores em seus respectivos contextos, e isso fez deles bem mais cruéis do que poderia se imaginar, pois, quando um político chega ao poder sem um lado propriamente definido (ou com o apoio de forças heterogêneas), é quase inevitável que ele reforçará a sua imagem para "unificar" o discurso. Isso já é um grande passo rumo ao despotismo.

Conclusão? Não há conclusão para esse assunto. Eu continuarei a me simpatizar com a centro-direita na economia e com os libertários na parte sócio-política, assim como vocês, leitores, vão manter suas posições por muitos anos ainda. Eu apenas defendi uma tese usando meu estilo anfisista (ou seja, "buscando o equilíbrio sem estar em cima do muro" - epa, isso é querer conciliar interesses... mas não é novidade para ninguém que eu sou um totalitário em potencial, hehe) e não espero convencer ninguém com meus argumentos. No fundo, estamos discutindo uma relatividade, questões que "dependem do referencial", mas que nem por isso deixam de ser oportunas - aliás, o são desde que gregos e romanos organizaram mais amplamente o que veio a ser chamado de Política. Roma, Atenas e Esparta ainda estão em nossos corações e mentes.

03 março 2007

Meanwhile, in the America...

Rudolph Giuliani (sim, ele, o destacado ex-prefeito de NY) , segundo uma notícia que eu acabei de ler no Terra, é o favorito para ser o candidato do Partido Republicano para as eleições de 2008.
Esta é uma ótima notícia, na minha opinião. Há grandes chances de, pela primeira vez em muitos anos, tanto democratas quanto republicanos terem candidatos interessantes. Me arrisco a dizer que a ultima oportunidade em que isso ocorreu foi em, pasmem, 1980, com Reagan e Carter disputando o cargo. Desde tal ocasião, quase sempre a agremiação de Kennedy teve presidenciáveis com os quais eu me simpatizei mais.
Não nego que gosto mais dos democratas, alguns dos meus presidentes dos EUA 'favoritos' eram de tal partido - Thomas Jefferson, Woodrow Wilson, Franklin Roosevelt, John Kennedy, Jimmy Carter, Bill Clinton... O discurso "left-liberal" deles me agrada quanto à preocupação com a área social e o maior respeito às liberdades individuais, apesar de que eu não concordo com algumas posturas econômicas deles, como o aumento dos impostos e o protecionismo.
Afinizo-me com os republicanos economicamente falando, em razão de sua retórica liberal e pouco intervencionista, mas politicamente são conservadores do tipo "sou careta, e daí?", antiquados, moralistas, belicistas e completamente despreocupados com o meio-ambiente (exceto o Schwarznegger lá na Califórnia, espero que mais partidários dele sigam tal tendência). Mesmo assim, alguns deles foram bons presidentes, como Abraham Lincoln e Ronald Reagan.
Os democratas, provavelmente, lançarão Hillary Clinton para a corrida presidencial do ano que vem. Gosto muito do discurso dela, e, ao que parece, ela anda atuando muito bem como senadora - e venceu o próprio Giuliani na corrida para o Senado de Nova York de seis anos atrás. Todos os escândalos pelos quais passaram os Clinton nos últimos anos não foram suficientes para despertar rejeição no eleitorado - felizmente, aliás, pois a vida privada do político não deve ser tão levada em conta quanto a pública, pelo menos para mim.
Caso tais pré-candidaturas sejam ratificadas, a eleição de 2008 promete bastante. Após a decepcionante Era Bush (que, a dois anos do fim de seu mandato, está com rejeição de 2/3 da própria população dos EUA), já estava mais do que na hora dos Estados Unidos da América terem um estadista que não fosse tão fraco ao ponto de ser execrado e desprezado pelo resto do mundo.

Só porque eu adoro a cor azul?!

Fiz um teste de cores no seguinte site, e o resultado foi bem interessante. Apesar do tom meio dramático com o qual eles definiram a minha personalidade (eu acho que sou mais serelepe do que esses testes me consideram, rs), a maioria das descrições que eles fizeram do meu perfil psicológico realmente correspondem ao que eu sou.

Como você opera, age, frente aos seus objetivos e desejos:

Precisa de ambiente calmo. Quer libertar-se da tensão, de conflitos e desacordos. Esforça-se por controlar a situação e resolver seus problemas, por um procedimento cauteloso. Tem grande sensibilidade e apurada noção de detalhes.
Busca relações afetuosas, satisfatórias e harmoniosas. Deseja uma união íntima em que haja amor, abnegação e confiança mútua.

Suas preferências reais:
Sente-se frustrado em seus desejos e impedido de obter o que considera essencial.
Necessita de, e insiste nisso, uma relação íntima e compreensiva, ou pelo menos algum modo de satisfazer a compulsão de sentir-se identificado.

Sua situação real:
A falta não-confessada de confiança faz com que seja cauteloso em evitar conflito aberto, e sente que deve conformar-se com as coisas como são.
Está disposto a tornar-se emocionalmente envolvido, já que se sente muito isolado e sozinho. É egocêntrico; portanto, ofende-se com facilidade, muito embora procure evitar o conflito aberto.

O que você quer evitar:
Interpretação fisiológica: Tensão resultante do esforço para ocultar preocupação e ansiedade sob um manto de autoconfiança e despreocupação .
Interpretação psicológica: A situação atual é desagradável. Sente-se solitário e inseguro, já que tem uma necessidade insatisfeita de se aliar a outros cujos padrões sejam tão elevados quanto os seus, e quer sobressair acima do comum. Esta sensação de isolamento exagera a necessidade, transformando-a num impulso irresistível, ainda mais perturbador para sua auto-suficiência devido ao controle que normalmente se impõe. Como quer demonstrar a qualidade singular do seu próprio caráter, tenta esconder a falta que sente da presença de outras pessoas e finge uma atitude de despreocupada autoconfiança para ocultar seu medo de desajustes, tratando com desprezo os que criticam seu comportamento. Todavia, debaixo dessa aparência de indiferença, realmente anseia pela aprovação e estima dos outros. Em suma: Desapontamento aparentando indiferença.


Seu problema real:
O desapontamento pela não-realização de seus ideais e o temor de que a formulação de novas metas só levarão a outros reveses têm resultado em considerável ansiedade. Procura escapar-lhe para uma união tranqüila e harmoniosa que o proteja da insatisfação e da falta de afeição.
Quer ser estimado e respeitado e procura obtê-lo numa união íntima e tranqüila, de mútua estima.

Snif, fiquei muito, hã, comovido com essas conclusões. Tudo isso porque o Kaionismo e o Anfisismo são projetos fadados ao fiasco, hahahaha.

02 março 2007

"Há silêncios que vêm para 'dessilenciar'"

Tive de escrevê-lo para a redação dessa semana lá na escola. Eu gostei do texto, apesar do tom meio bobo que ele emprega em certos momentos. Acho que, ou minha nota será péssima (pode ser que eu tenha fugido das características da crônica, e/ou o corretor não consiga acompanhar o ritmo dos diálogos, os quais eu intencionalmente não coloquei praticamente nenhuma indicação de quem está falando), ou excelente (se o corretor não ligar pro tom exageradamente subjetivo que eu empreguei). Ah, só uma coisa - a proposta era a seguinte: "Faça uma crônica a partir do que a frase seguinte, de autoria de Arnaldo Antunes, lhe sugere: 'o silêncio é o começo do papo'".

Balcão do bar de uma boate. Um rapaz está sentado, lendo algum livro. Chega uma garota, e senta-se ao lado.
- Uma Coca-Cola, por favor!
"Uma Coca-Cola?", pensou ele. "Céus, alguém, além de mim, é sóbrio nesse antro de ebriedade! Ela parece ser culta e interessante... bem, pelo menos é a minha impressão inicial, já que ela está usando uma camiseta dos Pixies. Amo essa banda!"
"Hum, esse garoto está discretamente me observando desde que eu pedi minha Coca... vejamos, ele também está bebendo uma Coca, além de estar sentado, calado e lendo um livro do Jack Kerouac - adoro 'Os Subterrâneos' - em uma boate! Que absurdo! Gostei dele, hehe."
"Opa, ela acabou de olhar para mim! Será que isso foi um flerte? Ou uma tentativa de quebrar o gelo?"
"Caramba, ele ainda não puxou papo! Isso está começando a virar um silêncio constrangedor. Analisando o olhar e a gesticulação dele, noto algumas idiossincrasias que eu também tenho - e nem precisei falar com ele para notar isso."
"Aposto que ela está esperando que eu tome a iniciativa."
"Não duvido que ele está implorando, com seu silêncio, que eu inicie a conversa."
"Cara, isso me lembra uma frase do Arnaldo Antunes... 'O silêncio é o começo do papo.'"
"Tudo bem que, em meio a todo o barulho dessa boate, é legal encontrar alguém mais, digamos, introspectivo, mas pô, estamos há 3 minutos nos encarando... e nada!"
"Eu não sou tão tímido assim, mas será que esse silêncio é como um pré-requisito para o desencadeamento de um bom diálogo?"
"Ou ele e eu estamos apenas nos flertando?"
"Chega! Isso é intolerável! Vou dizer um 'Oi'! Eu jamais me interessaria por ela se a conhecesse na pista de dança, em meio a uma confusão de decibéis. Não posso perder essa chance!"
"Já passou da hora de eu cumprimentá-lo... ok, vou falar com o menino!"
Mais 20 segundos se passam.
- Olá!, dizem ambos, simultaneamente.
- Poxa, finalmente nós dois resolvemos abrir a boca!
- Pois é, hehe... Foram minutos bem tensos, os últimos 4. Eu não gosto muito de barulho, associo a minha alegria mais a momentos calmos e quietos, mas ficamos um tempão calados!
- Eu também não me dou bem com barulho... enfim, 'que se inicie o papo pelo início', hehe. Qual o seu nome?
- Claro, hehe. Ah, meu nome é Giovana, e o seu?
- Sou o Lucas. Prazer em conhecê-la. E então, gosta de Arnaldo Antunes?