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Kaio

 

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30 outubro 2006

Lonely Days

Redação que eu fiz ontem. Hehe, ela me lembra muito do "Blue Kaio" (08/2005 - 09/2006) ...

O mundo pós-moderno caracterizou-se, de maneira geral, pelo cada vez mais acentuado individualismo. Fenômenos como a globalização, a internet, a queda da "velha" esquerda e a maior liberdade de expressão acabaram por isolar mais e mais os indivíduos na sociedade capitalista. E uma das conseqüências diretas disso, obviamente, é a solidão.
Claro que tudo isso é produto de um processo que já vinha se desenvolvendo há um bom tempo. Eça de Queirós, em "A Cidade e as Serras" (1901), já descrevia bem o tédio das cidades grandes e seus luxos. Chega-se a um ponto do indíviduo simplesmente ficar alheio à sua realidade, como quando Jacinto demora para entender quando lhe falam sobre o telegrama de uma russa.
No decorrer do século XX, outros escritores alertaram para essa visível isolação, como Aldous Huxley (em sua obra-prima "Admirável Mundo Novo", de 1932), Jean-Paul Sartre, Franz Kafka (especialmente em "A Metamorfose", a famosa novela sobre o homem que 'acorda' barata), e até na música esse tema foi amplamente discutido em letras de algumas bandas de rock, como Joy Division, The Smiths e Pink Floyd – em certos versos, nota-se até uma melancolia profunda e um forte pessimismo dos respectivos eu-líricos.
Claro que essa solidão não se manifesta de maneira homogênea. Algumas pessoas se entregam a ela de maneira mais resignada, e isso algumas vezes resulta em comportamento depressivo e tentativas (ou êxitos) de suicídio – principalmente em países desenvolvidos, como a Suécia. Outros preferem sublimá-la, se entregando à internet e aos amigos virtuais, praticamente "entrando na Matrix". A maioria, no entanto, prefere disfarçá-la com um comportamento aparentemente sociável, apostando em uma vida cujo único objetivo é ser popular, ter status – enfim, os "15 minutos de fama". Não sabem eles que, quando esses minutos acabam, o estado de solidão volta com força total. Novos refúgios surgem daí, como as artes, a filosofia, a religião ou, principalmente, as drogas, lícitas ou ilícitas.
Seria muita pretensão querer achar uma solução para esse problema da solidão e do isolamento. Não que ele seja uma viagem sem volta, mas só o tempo dirá se o ser humano se fechará mais e mais em suas bolhas individuais ou não. Um vídeo famoso que circula pela Internet retrata bem isso, com uma conclusão ácida: "Somos apenas macacos, (...) e todos os 6 bilhões de macacos se sentem sozinhos". Resta a cada um achar o seu próprio jeito de lidar com esse problema, quem sabe até com coisas aparentemente tão simples e banais, como o amor e a amizade...

29 outubro 2006

Decidi

Acordei hoje às 7 da manhã, e finalmente me decidi. Alckmin. Por apenas um motivo: chances levemente maiores de uma reforma tributária. E só.
Ah, leiam o post "Intercalando" abaixo.

28 outubro 2006

Intercalando

"The dark of the matinée is mine, it is mine..."
Adoro dançar sozinho no meu quarto à noite. Já virou hábito.

"Gigantic! Gigantic! Gigantic! A big, big love!"
É, ando ouvindo muito Pixies...

"Lula ou Alckmin?"
Até agora não decidi. Pela primeira vez na minha vida, eu não sei quem eu gostaria como presidente do meu país. Acho que eu concordo muito com uma frase que eu ouvi há 2 anos, não me lembro quem a disse: "No fundo, a única diferença entre PT e PSDB é que petistas compram partidos, e tucanos compram deputados."

"And I will say the only words I know that you'll understand, my Michelle".
McCartney fala por mim. Só faltou a dele ter um L a menos.

"Kaio, você anda muito ansioso... e irriquieto."
Vide frase anterior e você entenderá o porquê.

"A Loucura fala."
E eu ainda preciso terminar de ler O Elogio da Loucura... estou enrolando demais, faltam 35 páginas.

"Débora, eu tenho uma missão para você - lhe dou 2 horas para que você me faça gostar de Coldplay"
27 mp3 depois... mission complete. Estou viciado em Coldplay. E olha que até quinta de manhã eu não curtia nem um pouco o som deles.

"Up, down, turn around, please don't let me hit the ground!"
Faltam 16 dias para o show do New Order...

"Darlin', don't you go and cut your hair?"
Assim como disse no meu álbum de fotos do orkut... "pois é, cortei meu cabelo". A franja, no entanto, continua. Assim como a vida.

26 outubro 2006

Silogismo do dia

Liberdade -> Liberais -> Direita
Igualdade -> Socialistas -> Esquerda
Fraternidade -> Conciliadores (geralmente nacionalistas ou democratas) -> Centro

Pode ser só devaneio meu, mas o tripé da revolução francesa já demonstra perfeitamente a qual posição política pertence a pessoa dependendo da prioridade que ela colocar.
Porém, eu creio que direita, esquerda e centro são classificações ECONÔMICAS. Quanto a denominações SOCIO-POLÍTICAS, eu prefiro a seguinte escala.
Autoritário > Conservador > Moderado > Liberal > Libertário

Meu teste do political compass indicou que economicamente eu estou no 0,7 do eixo x (ou seja, centro com uma leve tendência pra direita) e - 4 no eixo y (libertário, portanto).
Ah, enfim, esses testes são muito objetivos, eu não acho que subjetivamente eu seja um centrista libertário. Felizmente, já comecei a trilhar meu próprio caminho, sou um livre pensador. Não estou negando as ideologias, apenas não estou mais seguindo sectariamente elas. Por exemplo, não é porque eu sou a favor de privatizações que eu acredito que os Correios e o Banco do Brasil devem ser desestatizados. Política, pelo menos para mim, é opinião, e não dogma.

25 outubro 2006

So real

Estou feliz como nunca estive em toda a minha vida.
Preciso fazer duas redações, dormir, estudar.... mas nada disso realmente me incomoda. Por quê? Porque ma belle existe. A cura para todas as minhas angústias, incluindo a diminuição do meu egocentrismo e o reencontro com a alegria que eu tanto buscava. Eu sabia, eu tinha certeza que seria salvo pelo amor. Minha previsão, cada vez mais, parece ser correta.
Ela já garantiu um capítulo na minha autobiografia. E isso já é muito para mim. E pode ser ainda mais. Bem mais. Será o tempo o senhor da razão mais uma vez? Veremos.
Por enquanto, tudo que eu tenho a dizer é "I love you, I love you, I love you".

23 outubro 2006

Happy Monday

1. Caramba, me arrependo profundamente de ter demorado tanto para começar a ler "Elogio da loucura". O livro é maravilhoso! Erasmo (de Roterdã) escreve de uma maneira extremamente ousada, irônica e ácida. Impossível não se divertir com passagens como a em que ele zomba dos filósofos gregos que defendiam a sofocracia. Estou na metade do livro, mas devo terminá-lo até depois de amanhã. Aí então começarei a ler...

2. "A Doutrina de Buda", que eu comprei hoje com aquele dinheiro que sobrou do cinema (vide post anterior). Comprei o livro após uma discussão interessante que tive hoje sobre budismo com um amigo. Ou seja, não gastei o dinheiro, mas sim fiz um investimento justificável. Além do mais, depois de ler essa obra, sentirei mais vontade de voltar à leitura de "Os Vagabundos Iluminados", do Kerouac.

3. Show do New Order se aproximando... ai, ai, são tantos os motivos pelos quais eu aguardo ansiosamente o 13 de Novembro de 2006... [Kaio fazendo carinha de idealista]

4. Que saco, "Fragmentos de um discurso amoroso", meses depois, parece me assombrar novamente...

5. Fiz aula de yôga hoje à tarde na escola, aproveitando o ócio no qual eu estava lá pelas 17h. Gostei bastante, apesar de ter ficado moído após a aula.

6. Momento jabá, mas por uma boa razão - Politizados Fórum. Freqüento esse fórum há 2 anos, e as discussões por lá precisam ser reaquecidas, ainda mais em época de eleição. Caso você goste de política, independente da sua corrente ideológica, se cadastre lá e participe dos debates. Não se arrependerá.

21 outubro 2006

Caprichos da imaginação

Hum, nem sei por que eu resolvi postar.
Não tenho sequer o que dizer.
Meus últimos dias foram bons, bem tranqüilos. Em geral, essa última semana foi ótima.
Para quem terminou o domingo quase apocalíptico, entre a segunda-feira 16 e o sábado 21, não foi bem isso que se verificou.
Hoje eu tive uns leves devaneios, coisas do tipo:

"Eu perdi parte do meu materialismo"
Quanto ao primeiro... bem, esse pensamento me bateu quando eu estava na livraria, procurando por um livro. Eu fui para o shopping assistir ao filme "Deu a louca na chapeuzinho" (muito bom, por sinal), e sobraram 11 reais do dinheiro que minha mãe havia me dado para que eu gastasse. A opção lógica e 'common-sense' seria fazer um lanchezinho com essa grana, mas eu estava disposto a comprar um pocket book com ela. Passei mais de uma hora na livraria folheando alguns livros - a maioria deles bem interessantes - mas decidi não comprar nenhum. E nem gastei o dinheiro com comida. Simplesmente o guardei. Talvez o utilize nos próximos dias. Sei lá, nem livros e nem comida foram capazes de me dar uma sensação de felicidade. Me senti menos consumista, no entanto.

"Por que será que eu sou tão apegado ao meu passado?"
Hoje eu me peguei ouvindo Bon Jovi (banda que eu adorava aos 5, 6 anos de idade), jogando Pokémon (ok, isso já virou rotina), assistindo a Power Rangers (foi quase que sem querer, estava navegando nos canais da TV), comendo leite condensado misturado com chocolate em pó (ah, delícia)... pô, são coisas que eu faço há anos e mais anos. É como se eu me sentisse, novamente, parado no tempo. Kaio continua sendo um pouco daquela criança que ele já foi. Ele ainda conserva certa inocência e ingenuidade, e nem todo o pessimismo, realismo, politização, ampliação do gosto musical e literário, etc, que ele adquiriu nos últimos anos foram capazes de dizimar essa nostalgia que ele conserva.

"Minha vida precisa de uma emoção extrema"
Bem, isso é basicamente um complemento ao anterior. Às vezes não é tão legal a sensação trazida por uma vida linear e conservadora. Queria eu voltar a achar uma pessoa por quem eu possa abrir mão do meu egocentrismo. É uma característica minha, em qualquer situação, me dedicar profundamente a algo que me interessa. Só gostaria que isso fosse aplicado ao amor. Sei lá, é aquela velha história do "fazer uma loucura por alguém"... mas sobre isso eu já falei em dezenas de posts anteriores, não vou me alongar mais em algo tão óbvio como esse meu desejo de viver intensamente, até hoje não concretizado. Eu viverei 100 anos a 10 por hora, ao invés de 10 anos a 100 por hora. Sinto muito, hedonistas, mas eu sou o antônimo, o oposto de vocês. E isso não é motivo de orgulho para mim.

19 outubro 2006

Após ficar sem dormir ontem, olha só o que eu tenho a dizer...

Uma amiga minha me falou dia desses sobre a teoria pedestáltica, e perguntou se eu me identificava com ela. Olha, eu não me considero um"creep". Eu sei, minha vida amorosa é nula e eu já tive duas desilusões, mas isso não faz de mim um resignado e submisso quanto ao amor.
Sim, eu confesso - sou idealista, platônico, sonhador, perfeccionista e tenho toda montada na minha cabeça a garota dos meus sonhos... mas eu ainda não sofri por amor na minha vida. Minhas duas desilusões, na verdade, foram apenas paixões extremas e utópicas. Nunca amei alguém, exceto a mim mesmo. OK, é óbvio que eu amo meus amigos e (alguns) familiares, mas é aquele amor mais fraterno, baseado no respeito e na confiança. Porém, o amor, digamos, monogâmico, "cara-metade", eu nunca tive um até hoje.Talvez porque eu ainda, nesse campo, valorize mais a idéia, o abstrato, do que uma pessoa em especial, algo concreto.
Justamente por isso, acaba que o Kaio é a única pessoa que eu realmente amo. É egocentrismo? Sem dúvidas, mas nossa relação envolve mais auto-críticas do que auto-elogios. Além disso, eu coloquei a mim mesmo como meu próprio analista, como se meu ego fosse a medida de todos os meus possíveis problemas - que, por enquanto, são todos ínfimos e banais, frutos da típica instabilidade emocional da adolescência. Com o tempo, conseguirei lidar com isso, mas fico feliz por não ter desistido ainda.
A conclusão a que eu chego após mais de 240 posts no Racio Símio é que eu sou a personificação da minha própria filosofia, o anfisismo - "EU me amo, sem dúvidas, mas EU não sou suficiente para que EU me sinta completo. Ainda falta alguém para que EU me sinta... EU mesmo."
Em outras palavras, a duplicidade é evidente na minha personalidade. O Kaio quente e o Kaio frio, que parecem tão conflituosos, concordam no mesmo ponto - Ainda resta muito pela frente, e eu só conheço 0,00001% das coisas que deveria conhecer sobre o mundo e as pessoas.
Concordo, no entanto, que eu careço de amor ao próximo. Ou melhor, à próxima. Gosto do sexo feminino não porque "a sociedade determinou que eu deveria ser heterossexual", mas sim porque eu, desde a minha
infância, tive uma forte atração pelas garotas, seja essa atração física, psicológica ou sentimental. E eu nunca tive essas sensações por um homem.
Vivo criando em minha mente situações imaginárias sobre como seria o meu primeiro encontro com a "garota dos meus sonhos". Como eu disse no orkut, não quero algo espalhafatoso - pode ser em um café, com uma conversa sincera e agradável entre ambos. E só.
Encerrando esse texto, realmente não sou um "creep". Talvez eu seja o "dreamer" de Imagine (John Lennon), ou a morsa de I am the walrus (Beatles).
No campo do amor, estou mais para uma criancinha inocente que sonha com um depois de amanhã melhor. Espero ainda preservar um pouco disso pelo resto de minha vida.

18 outubro 2006

5 letras de canções "à la Kaio"

Ok, 4 dessas 5 músicas estão entre as minhas dez preferidas em todos os aspectos, incluindo musicalidade, mas esse top 5 focará as letras delas e seus respectivos sentidos na minha vida. Post simultâneo para Racio Símio e Sofisma Burlesco, por falar de música e intimidade ao mesmo tempo. (Idéia do post surgida após uma conversa com a Jenny)

I Am The Walrus, dos Beatles: me sinto identificado com a loucura e cinismo que ela expressa... "Espertos escritores, sufocantes fumantes, vocês não acham que um brincalhão sorri para vocês? ". Além disso, ela é agressiva e egocêntrica. "Eu sou a morsa" seria quase que um "eu me sinto como se fosse Deus”.

Isolation, do Joy Division: expressa bem o que seria o Anfisismo, sendo duas músicas ao mesmo tempo, mas que ao se completarem adquirem um peso imenso. A primeira é uma reflexão pertinente sobre o isolamento das pessoas, e sugere através das pancadas dançantes da bateria que a melancolia é, sim, algo dançável. A segunda é um retrato doído das conseqüências da solidão. Além disso, em um trecho ele fala que vive em uma "cegueira que beira à perfeição, mas machuca tanto quanto qualquer outra coisa".

A Forest, do The Cure: perfeita pra definir meu lado mais nostálgico e pessimista, assumido após desilusões. "De repente, eu paro, mas já sei que é tarde demais. Estou perdido em uma floresta, totalmente sozinho. A garota nunca esteve lá, é sempre a mesma coisa - eu corro atrás de nada, novamente."

Metal Contra As Nuvens, da Legião Urbana: expressa como a minha mente é uma montanha-russa. Começa sonhadora e poética; depois fica possessiva; em seguida, irada, pessimista, com o eu-lírico se sentindo traído e colérico por dentro. Depois, ele reflete sobre a vida, mas ainda sem esperanças. Porém, passa a se confortar com algumas situações e a estar mais esclarecido. No final, eu justamente passo a ver as coisas ainda com uma pontinha de idealismo otimista. E dessa vez, com esperança.

Bizarre Love Triangle, do New Order: define como eu me sinto em qualquer situação na qual estou apaixonado por uma garota, ou simplesmente idealizando-a. "Sempre que fico assim, eu simplesmente não sei o que dizer, por que não podemos ser nós mesmos como éramos ontem?" e "Estou esperando pelo momento final em que você dirá as palavras que eu não posso dizer" são trechos que demonstram bem isso.

17 outubro 2006

Some velvet morning

O dia foi bem interessante para Kaio Felipe.
Ele acordou às cinco da manhã, e imediatamente foi ler um pouco do seu atual livro de cabeceira, "O Desespero Humano", do pai do existencialismo, Sören Kierkegaard. A obra é de uma densidade impressionante, e analisa o quão inerente é o desespero para o homem. Quando terminar de ler o livro, Kaio fará um post mais completo sobre ele.
A propósito, Kaio está com vontade de falar em terceira pessoa. Pegou o hábito durante a conversa que está tendo com Débora pelo MSN no exato momento em que está escrevendo esse post.
O garoto está tomando Coca-Cola e comendo bolachas de chocolate. Típico lanche de 4 da tarde.
Ele jogou Pokémon na hora do almoço e nos minutos de descanso a que teve direito antes de ir junto com a sua mãe para o escritório dela, no qual ele está aproveitando para acessar a internet no PC vazio.
Kaio conseguiu uma Jynx e um Mr Mime. Treinará ambos esses pokémons psíquicos, visando a utilizá-los no quinto ginásio, no qual enfrentará Koga, especialista em monstrinhos do tipo Venenoso.
Hum, voltando um pouco no tempo, as aulas que Kaio teve durante o período matutino na escola variaram de maneira bem peculiar. As duas primeiras foram bem legais - o professor de Física, bonachão que é, conseguiu fazer uma boa revisão para a prova de Óptica. Na aula de Gramática, Kaio entrou em contato com um dos seus assuntos preferidos - semântica. Imaginem o sorriso do garoto quando o professor explicava metonímia, metáfora e catacrese...
Da 3ª aula em diante, nada de realmente empolgante. Química Orgânica é cada dia mais chata. Números Complexos é uma matéria razoável. Sinapse Nervosa e Probabilidade não são exatamente chatos, mas Kaio estava com muito sono, devido ao fato de ter dormido pouco. Ele só se lembra de uma coisa que ocorreu entre as 11h e as 12h35 - o momento no qual ele pediu para ir ao banheiro e, quando estava no mesmo, se assustou com seu rosto cansado.
A coluna de Kaio está doendo. Desde que ele parou de fazer natação, esse malefício da vida sedentária retornou com força total. Ele demonstra preocupação, mas não muita, pois continua sentando-se em posições pouco, hã, confortáveis.
O pacote de bolachas está vazio. Kaio já começou todas.
Kaio está instalando o Google Earth. Daqui a 40 minutos, ele irá para a aula do cursinho de inglês. À noite, provavelmente lerá mais um pouco do livro e voltará a usar o PC por mais alguns horas.
Por ora, ele se despede.
A Coca-Cola acabou. Tsc, tsc.

16 outubro 2006

Michele, ma belle...

Michelle ma belle
These are words that go together well
My Michelle
Michelle ma belle
Sont les mots qui vont trés bien ensemble
Trés bien ensemble

I love you, I love you, I love you
That’s all I want to say
Until I find a way
I will say the only words I know that you’ll understand

Michelle ma belle
Sont les mots qui vont trés bien ensemble
Trés bien ensemble

I need to, I need to, I need to
I need to make you see
Oh what you mean to me
Until I do I’m hoping you will know what I mean
I love you

I want you, I want you, I want you
I think you know by now
I’ll get to you somehow
Until I do I’m telling you so you’ll understand

Michelle ma belle
Sont les mots qui vont trés bien ensemble
Trés bien ensemble

And I will say the only words I know that you’ll understand
My Michelle


Hoje é aniversário de uma das minhas melhores, senão a minha melhor amiga virtual - Michele. Portanto, nada, como citar a canção da quase-xará dela, escrita por Paul McCartney e incluída no sexto LP dos Beatles, "Rubber Soul", talvez o disco mais romântico do fab-four.
Quase 3 meses atrás, Michele fez um comentário aqui no blog, sobre um post que eu fiz comentando meu boletim do 2º bimestre. Fiquei completamente curioso para saber quem era ela. E a espera valeu a pena. Dois meses depois, no dia 1º de Outubro, dessa vez em um post sobre as eleições, ela me deixou o MSN dela.
Imediatamente a adicionei. Conversamos a noite e a madrugada inteiras. Fiquei perplexo com o quanto Michele era simpática, divertida, inteligente e adorável. Continuamos a conversar por horas e horas em vários dos últimos 14 dias - se eu não me engano, nosso chat ontem terminou 5 da manhã. Meu histórico de mensagens do MSN relativo a ela já soma mais de 2 MB, hehe...
Tenho certeza que, se eu não a tivesse conhecido, eu estaria ainda mais atormentado do que já estou. Percebi que algumas pessoas comentaram no post anterior, sobre a minha "crise existencial". Que nada, eu poderia estar bem pior. Felizmente, conheci uma amiga virtual que me ajudou a me levantar. Graças a ela, eu pude entender melhor essa minha faceta idealista e tão confusa.
Acima de tudo, obrigado, Michele, por ser tão fantástica.
Feliz aniversário. Parabéns pelos seus 17 anos. Espero que goste do post.

15 outubro 2006

Um domingo entediante. Rá.

Após um sábado patético, nada como um domingo ainda pior.
Além de chato e burro, eu agora sou desocupado. Que maravilha.
E isso é uma bela de uma lição para mim. Perdi 16 anos me dedicando a coisas inúteis como política, filosofia, literatura, música e textos intimistas, e agora eu pago o preço disso. O que deveria ser um ócio criativo virou um tédio sem tamanho.
Tudo na minha vida poderia ser melhor. Notou o verbo que eu utilizei? Poderia. Isso mesmo. Minha vida é de hipóteses, de futuro do pretérito. "As coisas seriam diferentes, se eu fizesse blá blá blá". Eu sou o "quase".
Minha vida se resume a escolhas pouco ousadas. Eu sou um liberal só de fachada. No fundo, Kaio é um conservador, um careta. Eu nunca me arrisco, ou quando o faço é sempre com um pé atrás. Mesmo quando eu sou levado pelos impulsos, ainda há um pouco de "eu sei o que estou fazendo, e vou me arrepender".
Milhares de filósofos, pensadores, Freuds, amigos, familiares e coleguinhas imaginários já me alertaram quanto a isso. "Não que você seja covarde, seu problema é que você é obcecado por segurança. Você se liberta pela sua mente, mas na prática, na vida real, você resolve se recolher."
Sou uma pessoa extremamente moralista consigo mesma. Poucos amigos, BV, virgem, sóbrio... enfim, fechado em uma bolha. E uma bolha que não explode. Não consigo sequer ficar louco o suficiente para transgredir a mim mesmo. Tsc, tsc.

Como seria meu clone maligno, meu oposto? Vejamos... promíscuo, boêmio, drogado, libertino, sociável, inconseqüente, de poucas palavras, péssimo aluno, hedonista, sem frescuras, religioso (sim, no fundo acredita em Deus), acha que filosofia é coisa de bicha, ligeiramente machista, não leva nada a sério, divertido, popular...
Nossa, isso parece mais o retrato de um adolescente comum. Que medo.

Não, não, não... não pense que eu estou me rotulando como "o estranho", "o diferente", "o anormal"... longe disso. Tenho certeza que existem outras pessoas que passam pelo mesmo que eu. O problema é justamente encontrá-las, girls and boys. Será que eu conheço alguém que seja como eu, mas nunca notei isso?
Talvez possamos montar um Clube dos Corações Solitários...

14 outubro 2006

Desordem

Meu sábado foi um dia quase vazio. Insosso. Passou em branco.
Perdi metade dele na internet. A outra metade foi "preenchida" pela televisão. É como se o Kaio tivesse sido desligado por um dia.
Às vezes eu me sinto uma criança perante o mundo. Tão inexperiente, tolinho, meloso, romântico, imaturo... mesmo perto de pessoas da minha idade, ou algumas até mais jovens, eu sinto como se a minha idade mental fosse bem menor que a delas.
Escrever, ler, ouvir música, sonhar, filosofar... parece que tais atividades não fazem tanto sentido como já fizeram.
Eu não consigo ter ídolos, parâmetros, guias, inspirações.
Corro a cada momento, a cada segundo, o risco de me apaixonar por alguém. Pode ser qualquer garota, isso é aleatório. E, como sempre, vou fazer loucuras por essa pessoa. Veja bem, POR, e não COM. Essa sempre foi a minha tônica (e uma amiga virtual minha notou isso hoje) - é como se eu desse um sentido para a loucura. É como se fosse um gesto, um sacrifício para uma pessoa em especial.
Costumo ser uma pessoa pouco humilde, mas isso inverteu completamente nas 2 ocasiões da minha vida nas quais eu estive apaixonado. É como se eu, do nada, abrisse mão de boa parte do meu egoísmo. Não que eu perdi o controle, pelo contrário, ainda consigo manter a lucidez, porém deixo de lado a obsessão por auto-preservação. É como se o Kaio frio, por alguns momentos, sumisse.

O que eu sinto não é insegurança, nem covardia, tampouco medo. É simplesmente pessimismo. Uma certeza de que meus esforços serão em vão. Posso até ter uma vida boa no futuro, mas continuarei me sentindo insatisfeito. Meu perfeccionismo não tem um objetivo final.
Como diz aquele vídeo dos macacos, todos os 6 bilhões deles se sentem sozinhos. É verdade. Porém, eu complemento essa frase com um teor individualista. "Todos os macacos se sentem sozinhos, mas cada um à sua maneira." Generalizar o ser humano é um erro. Sim, a solidão é o fim, o ponto em comum, mas chegamos a ela por caminhos e razões diferentes. Por motivações que podem soar estranhas se comparadas. É por isso que eu não pretendo jamais fazer tratamento psicológico. Os meus problemas são diferentes dos problemas do psicológo, que por sua vez são opostos aos de outro paciente, e assim por diante. Cabe à cada um escolher como se analisar. E eu escolho o blog como maneira de expressar o que se passa pela minha cabeça.
Tenho 16 anos, 3 meses e 15 dias de vida. Ainda sou relativamente jovem, mas quero chegar aos 17 menos atormentado. Ainda tenho oito meses e meio para isso. Ironicamente, vou insistir nos meus velhos e usuais metódos - Escrever, ler, ouvir música, sonhar, filosofar...

13 outubro 2006

Kaio, você conhece a si mesmo?

Boa pergunta. Pena que eu não tenho resposta para ela.
Há momentos eu que eu penso "Alcancei um nível de auto-compreensão inimaginável. Posso até analisar cada traço da minha personalidade...". Porém, em outros eu fico na dúvida, como se algo estivesse faltando, como se eu me sentisse incompleto, vazio.
Eis um bom dilema.
Todos dizem que eu deveria ser menos egoísta. Até o Kaio. Se eu pudesse amar alguém, talvez esse problema fosse resolvido. O problema é que a garota dos meus sonhos, como a própria denominação aponta, é apenas fruto da minha imaginação. Ela não existe, eu sei disso, mas não consigo "apagá-la" da minha mente.
Ainda estou preso no mundo de fantasias que eu criei na minha infância.
Não confio nas pessoas, mas confio nas minhas idéias contraditórias.
Nunca consegui a extrema felicidade, tampouco a depressão profunda.
Kaio nunca se sentiu plenamente realizado. Sempre há algo que o atormenta, algo que o impeça de ficar relaxado e tranqüilo. Há sempre um "falta alguma coisa" pairando em sua mente.
É como se tudo fosse visto sob a óptica dos céticos moderados - "Não existe uma verdade absoluta, mas os humanos continuarão atrás dela mesmo assim". Pensamentos relativistas como esse podem até me confortar por alguns instantes, mas logo eu volto a desejar a concretização de algo. Uma abstração. A passagem do virtual para o real. A pílula vermelha de Matrix.
Talvez ser normal seja loucura, mas é comum que sejamos loucos. E assim por diante.

"Sou meu próprio líder, ando em círculos. (...) Minha vida toda espera algo de mim"
Trecho de "A Montanha Mágica", clássico da Legião Urbana. Estou lendo o livro homônimo à canção, de Thomas Mann. E estou achando-o fantástico. Aceito renunciar ao meu restinho de vida social por ele.

12 outubro 2006

Trechos de algumas coisas que eu escrevi ontem...

... em folhas avulsas de meu caderno, na escola. Os que estiverem em itálico eu adicionei agora, como complementos.

"Será que estaria certo o meu amigo que disse que, por dentro, eu sou uma pessoa violenta e agressiva, mas reprimo isso através da música, da filosofia e da literatura?"

"Meu conceito de amor, ao que parece, não é muito carnal. Eu sou muito apegado a sentimentos ainda."

"Meu idealismo é aguçado, mas parece ter um certo desejo de ser aplicado. Poderia a garota dos sonhos que eu moldei na minha cabeça ser encontrada na prática? Bem, já tentei de tudo, mas não consigo desistir do amor."

"Eu sou a prova viva de que o determinismo é uma falácia. Eu não sou produto do meu meio. Em festivais de rock, sou um dos raríssimos que nunca bebe, fuma, beija ou transa - mais detalhes em Sofisma Burlesco, no post que eu acabei de fazer lá"

"Estou mais tranqüilo e feliz nos últimos dias. Conheci muitas amigas virtuais em tão pouco tempo... e todas elas são fantásticas.
E uma delas eu pude conhecer na vida real, ontem... e ela, felizmente, é muito legal."

"São 9h31, e eu estou tendo aula de Matemática. Pareço estar bem agitado por dentro hoje. Meus pensamentos estão rigorosamente divididos em cinco coisas: amor (ah, romântico fracassado), sexo (minha mente anda bem suja. Pouca diferença isso faz, na prática continuo o mesmo), conhecimento (preciso terminar de ler alguns livros -
terminei o do Sartre ontem), as provas que eu terei hoje (e fui muito mal nas provas de Química) e a garota que vou conhecer lá pelas 18h no shopping (como disse no trecho anterior, tive uma boa primeira impressão sobre ela)"

"A M. já é, em apenas 1 semana e 2 dias, a minha melhor amiga virtual. Ela me traz boas sensações, tenho vontade de conversar com ela por horas e horas.
A D. é muito, mas muito parecida comigo. Isso é até assustador. E teclar com ela me dá vontade de ouvir Smiths...
A J. é muito especial. Ela é uma pessoa extremamente prática, sincera e simpática. Converso com ela há quase 5 meses.
A Y. é bem malucona. Gosto do jeito espontâneo dela de falar. E pensar que a conheci por acaso, em um tópico no orkut do tipo "O que você está ouvindo agora?", e ela respondeu The Cure...
Com a I., a conversa nunca começa do jeito tradicional. Vamos puxando assunto atrás de assunto, ela escreve poemas interessantes...
Existem outras, mas acho que essas cinco são as com quem eu sempre tenho assunto na conversa. Ah, e coloquei só a inicial do nome delas para ver se elas conseguem se identificar, hehe"

10 outubro 2006

I think I'm paranoid

Em ordem crescente, do menor para o maior, eis os motivos para o título do post.
Boletim ruim (apesar dos 100 em seis matérias, tirei 84 em Matemática e Física, 81 em Química e 87 em Biologia).
Décimo lugar no simulado.
Livros pessimistas.
Nostalgias.
Dois candidatos à presidência ridículos.
Idealismos em excesso.
Tensão sexual. Na verdade, pela falta de vida sexual.
Existencialismo típico de quarto bimestre.
Enfim, eu estou paranóico. Aaaaaaaargh.

07 outubro 2006

Problemas ideológicos - parte 1

Putz. O feitiço voltou-se contra o feiticeiro. Eu, que demorei tanto para "sair" da esquerda, um ano depois, agora tenho a missão de tirar uma amiga minha (ela, ao ler isso, saberá que o post é para ela) da esquerda também. Não quero convertê-la para a direita (longe disso, seria trocar seis por meia dúzia), mas quero, por mais do que tudo nesse mundo, evitar que ela sofra tanto quanto eu sofri por acreditar em uma utopia.
Este será um post longo. Não leia se não estiver a fim de perder tempo com inutilidades.
Eu já me interessava por política desde minha infância. Entre 96 e 2000, eu me interessava pelo PSDB, gostava do discurso deles. A partir da 4ª série, me apaixonei por História e Geografia. Em 2002, apoiei Lula porque o discurso dele me agradou. Porém, já no segundo mês de governo, fiquei profundamente decepcionado, por esperar que ele não fosse TÃO moderado, ao ponto de fazer exatamente o que FHC, a quem ele tanto criticara, fazia.
A minha definitiva guinada para tornar-me um politizado, no entanto, só viria em meados de setembro de 2003. Eu estava muito interessado em livros didáticos de História e Geografia, até pedi alguns emprestados para meus professores das respectivas matérias. Lendo tais obras, eu fui despertando um interesse profundo pela evolução política do mundo e do Brasil. Profundo, mesmo, ao ponto de ser prolixo na hora de responder as questões na prova (eu acertava, mas "viajava na maionese" demais).
Foi quando eu, um dia, em uma livraria, por acaso me deparei com "O Príncipe" de Maquiavel. Os professores ainda não haviam falado de absolutismo (só o fariam na oitava série), mas eu lera no livro de História o capítulo a respeito desse sistema. Maquiavel, obviamente, era citado. Além do mais, quando eu lera "O Conde de Monte Cristo" no início da sétima série, havia uma leve citação a "O Príncipe", pelo fato de Edmond Dantes ter visto a vingança contra seus inimigos um objetivo, e durante o período que ele estava na prisão, o abade emprestou tal livro para ele.
Não titubeei, e implorei para minha mãe comprar "O Príncipe". Custou 17 reais e 50 centavos. Eu adorei o livro. Maquiavel era extremamente cínico, perspicaz e realista na sua análise da política.
Porém, um posicionamento ideológico era necessário para que eu, garoto de 13 anos e neófito no assunto que era, pudesse me "conduzir". Infelizmente, a maioria dos livros didáticos que li...
Pausa. Estou quase chorando ao escrever esse texto. O motivo vocês saberão agora.
... a maioria dos livros didáticos que eu li eram de autores esquerdistas, como o mais panfletário deles, Mário Schmidt. Eu peguei as obras dele para ensino fundamental na biblioteca, e o fato de que o livro dele era muito adotado em escolas públicas (informação dada por um primo meu) me despertou curiosidade pelos livros de Schmidt. Cara, ele é um manipulador e tendencioso. Por quê? Porque ele analisa TODA a História Geral e do Brasil sob o ponto de vista socialista. Não há espaço para mais nada. Ele não relata a História como ela é, mas sim como ele acredita que é. Uma coisa é analisar algo pelo método marxista, outra é querer impor uma visão pelo método marxista.
Eu, tolinho que era, me levei por aquela falácia. Mário, apesar de tudo, escrevia de maneira persuasiva, quase uma lavagem cerebral em pobres alunos sem embasamento teórico. Eu também lia muito os livros didáticos de Claudio Vicentino e Gianpaolo Dorigo (mais imparciais), mas quase todas as outras obras eram doutrinárias, e a mais de todas, sem dúvidas, era a "Nova História Crítica" de Schmidt.
No final de 2003, comprei "O Brasil em Sobressalto", livro que conta a história da Folha de S. Paulo relacionada à história do Brasil. Já devidamente manipulado pelos livros didáticos tendenciosos, li o livro sob uma ótica social-democrata. Dois meses depois, comprei "O Manifesto Comunista" de Marx. Gostei, mas nem tanto, achava aquilo tudo muito radical, apesar de achar bacana e otimista a frase de encerramento ("Proletários de todo o mundo, uni-vos!").
Também li nessa época "A Revolução dos Bichos". Fui o primeiro da minha sala a notar a metáfora com Trótski, Stálin e a URSS. E o livro fez em mim justamente o feito que não deveria fazer - me tornou mais idealista. Eu me considerava um Bola-de-neve.
O ano de 2004 ficará marcado na minha vida como o ano em que eu ouvia Beatles todos os dias, mas também o ano em que eu fui extremamente utópíco. Eu me interessava muito pela causa dos social-democratas. Eu não era contra o capitalismo, só acreditava que ele deveria ser de esquerda, com maior preocupação com o social. Marx não me agradava tanto, eu preferia Bernstein. Eu só não gostava de dizer que a social-democracia era "terceira via", pois considerava que isso seria repetir o que Blair fizera na Inglaterra (Schmidt falou sobre isso, hehe).
Eu escrevia dezenas de textos políticos na época, e todos com as devidas fontes bibliográficas. Quem quiser conferir alguns, entre no blog O Espaço Mundial.
Foi no segundo semestre daquele ano que ocorreram dois fatos importantíssimos na minha formação política. Vou até enumerá-los:
1 - Conheci o Politizados Fórum. Eu participava e comentava nele com uma freqüência espantosa - um vício, por que não? Nas discussões eu sempre precisei não ser tão utópico e discutir de maneira mais realista, mas a retórica esquerdista continuava. Passei momentos fantásticos no fórum naquele ano. A crise começou em janeiro de 2005, quando, aos poucos, vários dos caras com quem eu discutia migraram ideologicamente para a direita. Eu era tão idiota que me sentia "traído" por eles, como se eles estivessem se vendendo para o sistema, para os reacionários. Para mim, eles estavam sendo coniventes com as desigualdade sociais, com a pobreza, com a fome com a miséria. Eu me via como um defensor da justiça social - pelo menos na teoria, é claro.
2 - Houve uma simulação de um debate socialismo x capitalismo no meu colégio, em outubro de 2004. Eu, mesmo sendo social-democrata, resolvi advogar em defesa daqueles que estavam mais próximos de mim, os socialistas. Eu discuti várias vezes com o professor de História, que coordenava meu grupo, pois ele era muito sectário, e falava em ditadura do proletariado. Eu me recusava a seguir as orientações dele, porque acreditava piamente em um "socialismo democrático", com pluralidade, livre iniciativa e liberdade, além das usuais igualdade e justiça social. Resultado - fazendo praticamente sozinho meu discurso, fui um dos melhores entre os alunos que discursaram, e contribuí para que os jurados dessem a vitória a meu grupo. E me "radicalizei" ideologicamente - minha social-democracia era ainda mais sonhadora e devaneiante
Ah, também foi nessa época que eu lia a Caros Amigos. Graças a isso, por alguns meses, cheguei a pensar que o Hugo Chavez era "injustiçado pela imprensa"... hahaha, como eu era ridículo.
Acima de tudo, naquela época eu odiava a ditadura militar (aliás, ainda odeio até hoje, afinal ela tirou a liberdade do brasileiro e administrou muito mal a economia) e o governo Collor. Mudei de opinião a respeito do Fernando em janeiro de 2005, graças, ironicamente, à direita do Politizados Forum, que com argumentos verídicos e convincentes, me fez mudar de idéia a respeito dele.
No primeiro ano do ensino médio, eu vislumbrava a possibilidade de debater minhas idéias com outras pessoas. Foi o auge da minha utopia. Quase uma loucura. Mesmo que só de brincadeira, eu desenhava a foice e o martelo no quadro da minha sala!
Eu esbanjava arrogância nas discussões sobre marxismo e conservadorismo. Me considerava o dono do mundo. Até pensava em ser presidente do Brasil.
Porém, chegaria a um momento em que todo aquele meu idealismo iria cair por terra. Talvez, inconscientemente, eu mesmo soubesse que um dia iria sofrer uma intensa mudança de pensamento. Como e quando? Eu não sabia.

Problemas ideológicos - parte 2

Minha cabeça está doendo, mas vou continuar esse texto até o fim.
O processo de desesquerdização de Kaio pode considerar vários aspectos, como:
1 - O fato de que eu não conseguia ser alheio ao capitalismo. O próprio fato de eu ser austero nos meus gastos, só comprando o necessário e útil, já era comparável à ética protestante, mesmo sendo eu um ateu e cético. Eu nunca fui um burguesinho esnobe, pelo contrário. Porém, o materialismo era algo que, mesmo que muito pouco, ainda havia em mim. Eu não conseguiria viver em um sistema no qual eu tenho que negar o acúmulo e aplicação de capitais, no qual eu não posso lidar com comércio, e nem comprar e vender sem que o Estado interfira diretamente nisso, como ocorre no sistema socialista.
2 - Liberdade, liberdade. Quando eu "era" de esquerda, vivia dizendo que o socialismo deveria garantir a liberdade, blá blá blá. Um livro, no entanto, foi fundamental para que eu quebrasse a cara a respeito dessa concepção. O nome dele? 1984, de George Orwell. Até hoje considero ele o melhor livro que eu já li. Nunca uma obra abriu tanto minha mente. Orwell, assim como eu, era um sonhador, mas se desiludiu com o socialismo após a Guerra Civil Espanhola. Se em Revolução dos bichos ele já era ácido, imaginem então em 1984. Iconoclastia é uma palavra que pode definir bem o que ocorreu comigo. Mitos nos quais eu acreditava foram todos derrubados de uma só vez. Provou-se, para mim, que não adiantam as boas intenções - o socialismo, inevitavelmente, tende para a ditadura, porque a prioridade dele não é a liberdade, mas sim a igualdade. O ser humano sacrifica ser livre em troca de um ideal maior, a (suposta) justiça social. O indivíduo é esmagado, a alma se perde, você se torna um ninguém para o Estado, apenas "another brick in the wall", mais um mané que ele se encarregará de MATAR no caso de desobediência e oposição. "Big Brother is watching you".
3 - Eu sou muito egoísta. Não só eu, mas a esmagadora maioria dos seres humanos. Quase ninguém consegue, no mundo moderno, ter uma vida em uma sociedade coletivista, comunista. O próprio regime da URSS não conseguiu controlar isso, e a elite burocrática se fortaleceu. Será que você se negaria, aceitar trocar a sua vida em troca de um sistema político que, sim, vai te alimentar, dar boa saúde, incentivo ao esporte, etc (Cuba mesmo, por exemplo), mas pisar uma bota na sua cabeça? Pense bem - você aceitaria viver em um mundo em que você não tem direito a escolher praticamente nada, porque o Estado se encarrega dessas escolhas? Não estaria sendo o seu ego reprimido? É até uma questão psicológica. Olhem, por exemplo, para as dificuldades que o Leste Europeu apresentou nos anos 90 com a queda do sovietismo.
4 - As derrotas que eu tive nas discussões políticas pesaram muito. Em setembro, um debate que eu tive com um pessoal do Politizados Fórum sobre o nazismo foi um barraco tamanho que o quebra-pau foi parar no scrapbook do orkut dos envolvidos! Porém, minhas últimas ilusões foram demolidas naquela época. Eu usei inúmeros argumentos possíveis, mas quando finalmente me toquei que eles eram refutáveis, houve a epifania - a esquerda estava limitando meu intelecto, meu conhecimento, estava fazendo de mim uma ovelinha. Foi tão chocante isso para mim que eu até comecei a ler Dostoiévski e Nietzsche. Eu, Kaio Felipe, definitivamente percebi que, no debate político, eu não estava sendo eu mesmo. Eu estava sendo um mero defensor de uma idéia que parece bonita, mas é uma farsa, uma enganação, que ilude mentes românticas como a minha, ao mesmo tempo que as deixa despreparadas para que a pessoa defenda até o fim suas idéias. Em outras palavras, "sair" da esquerda seria uma questão de vida ou morte para meu cérebro. Eu não poderia mais viver em um mundo de mentiras e ilusões.
Por uns três meses, me aproximei bastante dos libertários/anarco-capitalistas, e no início de 2006, pensei que encontraria na direita o meu esclarecimento. Ledo engano, logo corrigido. Kaio ganhou uma identidade quando se livrou da esquerda, e ela não poderia jamais ser perdida. Agora, ele não mais dependeria de ideologias prontas, de liberalismos e socialismos. Ele defende o que ele mesmo acha que é o mais adequado, o mais viável, o mais justo. Atualmente ele anda mais próximo das propostas da direita liberal, mas nem por isso deixa de perceber que a maioria delas é irrealizável a curto e médio prazo, em um Brasil sob Executivos social-democratas há 12 anos, e preparando para se eleger outro. Eu continuo com meus sonhos, com minhas idéias - não sou um derrotista, um niilista, e nem pretendo - a diferença é que agora eu penso no DEPOIS DE AMANHÃ. Ou seja, eu acredito não no que funcionará agora, mas sim no que a conjuntura permitirá funcionar no futuro.
Sim, eu estou colocando alguns pontos nos quais eu acredito, como a carga tributária reduzida, o Estado gerenciador e mínimo, a democracia de poucos partidos, a total livre iniciativa e o planejamento pragmático para a área social (educação, saúde, transportes, etc) como coisas que eu sei que serão alcançadas em futuro pouco distante. São pensamentos que hoje podem soar elitistas em um Brasil tão social-democrata, mas que um dia provarão que eu não estou errado. Oras, Nietzsche, Freud e tantos outros tinham idéias avançadíssimas para suas épocas. Eu, você ou o vendedor de cachorro-quente na esquina também podemos ter.
Nunca mais serei um esquerdista, isso é fato, mas isso não me impede de ter idéias que se aproximam da esquerda, como o forte enfoque na educação. A diferença é que eu não estou defendendo uma ideologia, mas sim uma opinião pessoal. Consegui, aos 16 anos, concretizar o desejo de todos que gostam de estudar filosofia e política - sou um livre pensador (tanto que criei o Anfisismo). Afinal, nunca serei um direitista, porque eles são tão sectários quanto seus inimigos. Tanto que apoiam um social-democrata de centro para a presidência do Brasil, só porque ele é o anti-Lula, o anti-PT. Estamos falando de Alckmin, obviamente.

Finalizando... eu ainda sou uma pessoa extremamente idealista, ainda mais quanto ao amor. Quanto à política, no entanto, eu estou resgatando justamente Maquiavel, o cara que me iniciou nela. Não posso pensar o tempo todo na política como ela DEVERIA ser, mas sim como ela É. Ter opiniões e teorias sobre o que é melhor para o mundo é importante. O problema é quando se foge dessa realidade, quando você vende a si mesmo em troca de uma idéia, que é coisa mais abstrata que existe. Imploro a você (s) que não cometam o mesmo erro que eu, e percam 2 anos de suas vidas alienados por uma ideologia que, no final das contas, só te enganou. Não foi uma traição, de forma alguma. Foi um erro meu - desejei tanto a justiça social que lutei justamente pelo oposto dela, a injustiça.

05 outubro 2006

Anfi. S. Ismo.

"Eu não criei uma filosofia para achar respostas, mas sim para ter ainda mais perguntas e dúvidas".

"Os nostálgicos vivem o ontem. Os hedonistas vivem o hoje. Os sonhadores vivem o amanhã. Eu? Vivo o depois de amanhã."

"O espelho é o reflexo da sociedade. Veja os narcisistas, por exemplo."

"Querer basear uma filosofia só no raciocínio ou só nos sentidos não é sensato, até mesmo porque a filosofia visa a expandir o conhecimento, e não limitá-lo."

"Para quê entrar em uma tribo, se aliar a um grupo, participar de uma panelinha, se você pode criar uma? Não seja seguidor, seja seguido."

04 outubro 2006

Um dia de Übermensch

Hoje, acordei muito diferente do Kaio que eu estava antes de ir dormir (o qual você pôde identificar no post passado). A melancolia, os tormentos e o auto-desprezo que eu acumulei foram se dissipando durante o meu sono. Talvez eu me reconstruí, me reergui das cinzas. Um "Super-homem" nietzscheano nasceu dentro de mim. Ou para os idealistas, a "luz".
Ainda estou decepcionado consigo mesmo com algumas atitudes que tive na noite passada, mas não me abalei na manhã de hoje. Não sucumbi à fraqueza. Estou disposto a dar o melhor de mim no simulado e a ser menos escravo dos meus fracassos no passado. Chega de lamentar o ontem. Devo viver o hoje e pensar no amanhã.
Há tempos que eu não me sentia assim. Dois meses, pelos meus cálculos. Talvez seja apenas momentâneo, e eu prefiro que seja, mas já me sinto renovado.
Espero ir bem no simulado que farei às 15h. Também espero que essa minha adaptação pedante da teoria de Nietzsche sobre a vontade de potência seja perdoada pelos que, ao contrário de mim, realmente entendem e compreendem a obra do filósofo.

It's always the same.

O dia tinha tudo para terminar perfeito. Tudo. Tudo. Porém, eu consegui o impossível - algo que me deixasse triste.
E esse "algo" foi ouvir "Pais e filhos", da Legião Urbana.
Tentei até pular a música, mas não deu. Como sempre, eu gosto de ir até o fundo do poço.
Ela me lembra da minha 1ª desilusão amorosa. A garota que me indicou Legião Urbana, que dizia que "Pais e filhos" era a sua favorita.
E eu fui derrubado pela música. Não consigo superar meus traumas do passado, minhas nostalgias. Não por fraqueza, mas sim por idealismo. Por me lembrar que eu moldei a garota dos meus sonhos, a minha perfeição utópica, mas sei que nunca vou encontrá-la. Carregarei o fardo da solidão.
Felizes (ou não tão tristes) são os que não ligam para decepções e romantismo. Admiro os adeptos dos relacionamentos descartáveis, eles sim sabem o que é concretizar seus desejos, anseios e impulsões.
Enquanto isso, nosso nobre colega Kaio resolver ir ainda mais adiante com sua tristeza, e, a partir de "A Forest", começa a ouvir The Cure.
Será mais uma noite melancólica. Ele dormirá atormentado, silencioso por dentro e por fora. Mais uma vez.

[Posts sobre música são no Sofisma Burlesco, mas pelo teor intimista deste, resolvi colocá-lo no Racio Símio mesmo]

02 outubro 2006

... E comentários sobre esse primeiro turno.

1. Lula 48,6% x Alckmin 41,6%. Felizmente, haverá segundo round para presidente. Debates e discussões (no bom e no mau sentido) não faltarão, e a bipolarização PT x PSDB dominará o Brasil nas próximas semanas. Dos males, o menor, para mim, é Geraldo, que, como eu já disse em outras oportunidades, é mais tolerante a reformas nos impostos e menos populista. Mesmo que o petista vença, no entanto, já se verifica uma vitória - ele abaixou a bola, largou a arrogância e vai ter que ajoelhar pra muita gente atrás de apoio. Além do mais, o risco de um governo autoritário da parte de Lula é agora mínimo, pois ele agora tomou consciência de que o eleitor brasileiro não é tão acomodado e que a oposição ao seu governo soma mais de 40% do eleitorado, índice considerável.

2. Em Goiás, duelo de discípulos dos caciques políticos. Maguito Vilela (PMDB), apadrinhado por Iris Rezende, estava na frente em todas as pesquisas até agora, mas caiu na reta final e terminou o primeiro turno com pouco mais de 41% dos votos, 7 a menos que seu adversário, Alcides Rodrigues (PP/PSDB), que se apoiou totalmente em Marconi Perillo, ex-governador e eleito o senador proporcionalmente mais votado de 2006 (com mais de 75%), para virar uma eleição quase perdida. Maguito seria mais rígido com os pelegos do funcionalismo público, e Alcides continuaria o projeto modernizador da economia que foi elaborado por seu padrinho político, mas ambos apostam alto em programas sociais. Promete ser uma briga boa.

3. Collor foi eleito senador por Alagoas. Eis a notícia que mais alegrou meu domingo. O presidente mais injustiçado da história do Brasil voltará ao Congresso, 14 anos depois de ter sido cassado pelo mesmo. Finalmente o povo brasileiro ficará por dentro de todas as falcatruas de 1992. Além disso, Fernando sempre foi um político comunicativo, e pode ser bem atuante na sua passagem pelo Senado.

4. Alguns resultados surpreendentes e/ou curiosos - Jacques Wagner e uma reviravolta na Bahia, vencendo uma eleição que poucos esperavam que ele sequer conseguisse forçar uma 2º turno; Rigotto de fora do páreo no Rio Grande do Sul, prejudicado pela transferência de votos dos seus eleitores para Yeda Crusius; Clodovil como o terceiro mais votado entre os deputados federais eleitos por São Paulo ("Brasília nunca mais será a mesma..."); Eduardo Suplicy e José Sarney tendo dificuldades na reta final para se reelegerem senadores...

5. Retornos já aguardados à Câmara dos Deputados - Paulo Maluf, Antônio Palocci, José Genoino, Ibsen Pinheiro, Ciro Gomes, entre outros.

6. E o Bivar ficou em último lugar, atrás até do Eymael, mas provou que existem 61 mil brasileiros inteligentes e com idéias liberais.

01 outubro 2006

Domingo de eleição...

Independente de ser um "voto útil" ou não, continuo insistindo em Luciano Bivar (PSL - 17). Eu não vou poder votar nessa eleição (ainda não tirei meu título), tampouco consegui convencer alguém a também optar por Bivar. Uma dupla derrota, enfim. Talvez eu fui, novamente, um idealista. Fui tolo de considerar que um nanico com um discurso liberal poderia atrair eleitores. O Brasil de 2006 elegerá um social-democrata. Pode ser Lula, com um viés mais populista de governar, ou Alckmin, que aposta mais no pragmatismo (o que é bom, pois ele é mais tolerante a privatizações e reformas nos impostos do que o petista). Ambos farão governos de centro-esquerda (talvez o tucano seja mais centrista), e não se arriscarão a diminuir, de fato, o Estado.
Creio, no entanto, que até não seja um erro empossar, pela quarta vez consecutiva, um estadista ligado à social-democracia.
FHC, de 95 a 2002, garantiu a estabilidade monetária, derrubou a inflação, fez privatizações importantíssimas (apesar de alguns tropeços no meio do caminho) e iniciou a melhora dos indicadores sociais do Brasil, que atravessou os anos 70 e 80 com o forte aumento da desigualdade e da má distribuição de renda.
Luís Inácio teve o mérito de continuar a austeridade na condução da economia, graças ao seu ministro Palocci. Os juros continuaram altos e o crescimento foi lento, porém houve uma política de câmbio flutuante limpo, o desemprego caiu, aumentou o poder de compra das classes baixas e ganhou-se a confiança dos investidores estrangeiros. Claro que os programas assistencialistas são um gasto mal empregado pelo Estado - essas verbas poderiam ser utilizadas para melhorar as escolas (incluindo qualidade do ensino, escola em tempo integral e capacitação dos professores), os hospitais públicos (aparelhamento e assistência do mercado segurador através do consórcio), as estradas federais (a construção de uma auto-estrada ligando o Norte ao Sul, por exemplo) e a segurança (além, claro, da privatização das penitenciárias, liberando dinheiro para ser investido na fiscalização e no policiamento nas cidades). A própria opção por cotas e programas como o Bolsa Família demonstra que, infelizmente, nossos estadistas ainda temem arriscar uma reforma mais ousada e liberal.
Creio que essa moderação veio graças ao medo de se repetirem as medidas de Fernando Collor, as quais, apesar de terem surtido bom efeito a longo prazo (como a abertura da economia, indispensável para que o Brasil integrasse sua economia ao mercado globalizado), causaram sérios problemas na época que ocorreram, como a diminuição da produção industrial e forte desemprego. O PSDB e o PT, portanto, passaram a adotar práticas mais cautelosas, mas que, de certa maneira, limitam nossa modernização, como a manutenção da burocracia, da elevada carga tributária e das leis trabalhistas arcaicas.
Se você acha que Lula ou Alckmin, entre 2007 e 2010, farão governos ambiciosos e decisivos, é melhor se beliscar e acordar desse sonho. O petista será paternalista em
âmbito nacional e buscará, na política externa, ser uma liderança do Terceiro Mundo. O tucano será moderado na condução da economia e da área social e não buscará ser um líder carismático.
Cabe a você escolher qual dos dois você quer como presidente do Brasil nos próximos quatro anos. Pense também nos vices - José Alencar ou José Jorge, qual dos Zés você considera mais capacitado para assumir a Presidência no caso de licença, afastamento ou mesmo renúncia de Alckmin ou Lula? E, acima de tudo, dê seu voto pensando a longo prazo.